6
vozes do mercado
distribuição elétrica: o que aprendemos com a pandemia? Eugenio de la Rosa VP Electric Distribution for Iberia Schneider Electric
O setor da distribuição elétrica tem sido um ótimo exemplo de adaptação às circunstâncias atuais. O mundo mudou da noite para o dia, mas o setor reagiu com rapidez e começou de imediato a guiar-se por um novo modelo, aplicando todas as ferramentas necessárias para trabalhar de forma remota e gerir o negócio da forma mais eficiente possível. Com profissionalismo, seriedade e agilidade, as empresas do setor mantiveram-se abertas, ajustando os horários e os inventários ao fluxo de trabalho, dando resposta às necessidades dos clientes, cuidando deles e gerindo muito bem os seus riscos. O que aprendemos todos com esta experiência é que determinadas práticas devem continuar a aplicar-se e até transformar-se no novo padrão. Um exemplo disso são os novos modelos de trabalho – temos que habituar-nos à ideia de que o setor deve transitar para uma abordagem híbrida, na qual convivem o físico e o remoto; e tal aplica-se tanto ao serviço ao cliente, como à relação com os fornecedores e ao trabalho das próprias equipas.
www.oelectricista.pt o electricista 74
Outro exemplo é o do e-commerce, um setor de que já se fala há algum tempo – e que a Schneider Electric tem liderado nos últimos anos –, que com a pandemia adquiriu um protagonismo excecional. Em Portugal algumas empresas tiveram de fechar radicalmente durante várias semanas sem que pudessem obter quaisquer receitas, algo que não teria acontecido se tivessem já implementado sistemas de venda online. Agora é, pois, altura de trabalhar neste sentido, com urgência, mas de forma estudada. Na Schneider Electric colocamos toda a nossa experiência e liderança ao serviço do setor para ajudar com conteúdos, ferramentas digitais, campanhas de marketing, promoções, análises e relatórios, bem como modelos interativos para tornar as campanhas cada vez mais produtivas e, naturalmente, preparadas para redes sociais e SEO/SEM. O objetivo de tudo isto? Proporcionar visibilidade, aumentar o tráfego das empresas e, consequentemente, as suas vendas. Não nos esqueçamos de que, neste setor, antes da pandemia o trabalho era físico em mais de 95%; a partir de agora, tudo irá passar a ser online e teremos de nos preparar o melhor possível. A tudo isto somam-se, claro está, formações e promoções. Até agora estávamos acostumados a gerir a procura dos nossos clientes no ponto de venda, com formações presenciais; agora, substituímo-las por we-
binars. Se queremos colher frutos e ser mais certeiros na hora de planear a formação, devemos apostar em programas duradouros, com uma avaliação diferente e acompanhados de alguma promoção. Desta forma, faremos uma transmissão de conhecimentos mais específica e apelativa para cada segmento a que se destinar. Outra aprendizagem que fizemos é a de que as estratégias das empresas mudam segundo os tempos: alguns segmentos do mercado cessaram drasticamente os seus investimentos, enquanto outros mantiveram a sua atividade. Assim, a distribuição elétrica aprendeu a estabelecer prioridades e a colocar os recursos à disposição de quem deles necessitava. Surgiram também novas oportunidades de negócio: na Schneider Electric, por exemplo, explorámos diferentes nichos de mercado a partir dos serviços de suporte remoto que oferecemos aos nossos clientes, e alguns dos nossos distribuidores colaboraram connosco neste sentido. Por último, a pandemia colocou a segurança em primeiro plano. Agora, mais que nunca, é prioritário limitar o contacto físico com as superfícies e utilizar mais software e menos contacto com as mãos, para garantir a higiene e prevenir o contágio – para isto contribuem as soluções de automação, sejam por voz ou outros meios, que permitem um nível de evolução e segurança muito superior. Naturalmente a incerteza dos tempos que vivemos também nos afeta mas, graças a toda esta capacidade de adaptação, na Schneider Electric acreditamos que neste setor a crise será mais leve do que em outros. Prevemos um próximo ano positivo, em que o nosso país irá receber fundos provenientes das ajudas europeias – e cuja aplicação se focará em aspetos fulcrais para a distribuição elétrica, como a digitalização, transição energética, eficiência, poupança, sustentabilidade, diminuição do CO2 e outros temas ambientais. Sobra-nos, no entanto, o desafio de sabermos aproveitar este diferencial que temos. Se o fizermos bem e formos capazes de criar soluções simples para as PME, que conjuguem todos os aspetos aqui mencionados, estaremos numa posição única para, por um lado, as ajudarmos, e por outro, ganharmos nós próprios mais mercado.