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formação
eletrotecnia bĂĄsica leis gerais do circuito elĂŠtrico 5.ÂŞ PARTE
JosĂŠ V. C. Matias Licenciado em Engenharia EletrotĂŠcnica (IST) Professor do Ensino SecundĂĄrio TĂŠcnico Autor de Livros TĂŠcnico -DidĂĄticos de Eletricidade e EletrĂłnica
8. LEI DE OHM Vimos jĂĄ que existem vĂĄrios tipos de recetores, os quais provocam diferentes transformaçþes energĂŠticas. A Lei de Ohm, que agora estudamos, aplica-se apenas aos recetores ditos resistivos e lineares. Um recetor resistivo ĂŠ aquele que apresenta apenas ‘resistĂŞncia elĂŠtrica’ (mais tarde, veremos que hĂĄ recetores que tĂŞm reatância indutiva, reatância capacitiva, e outras), isto ĂŠ, nĂŁo possui reatância indutiva ou capacitiva. SĂŁo exemplos de recetores resistivos: o reĂłstato, o potenciĂłmetro, a resistĂŞncia propriamente dita, o irradiador, entre outros. Um recetor diz-se linear quando mantĂŠm constantes as suas caraterĂsticas, em toda a sua extensĂŁo e independentemente da corrente que o percorre e da tensĂŁo aplicada. Façamos a montagem indicada na Figura.
Georg Simon Ohm chegou exatamente a esta conclusão em 1827, tendo enunciado a seguinte Lei, à qual foi dada mais tarde o seu nome: Lei de Ohm – É constante o quociente entre a tensão aplicada a um condutor linear (ou a um recetor resistivo e linear) e a intensidade de corrente que o percorre. A esta constante de proporcionalidade dåse o nome de resistência elÊtrica R. A Lei de Ohm Ê traduzida matematicamente por: R=
U I
U – tensão aplicada (em Volts – V) I – intensidade de corrente (em Amperes – A) A resistência elÊtrica de um recetor resistivo e linear pode tambÊm ser
F
K
+
F. A. –
I
–
A +
U(V)
+ R U
V
12
!""
9
–
6 Figura 28. 0RQWDJHP SDUD FRQͤUPDмR GD /HL GH 2KP
3
A fonte de alimentação F.A. permite-nos variar a tensĂŁo U aplicada ao recetor R (reĂłstato, por exemplo). Com o voltĂmetro V medimos a tensĂŁo U aplicada; com o amperĂmetro A, medimos a intensidade de corrente que percorre o recetor R. Ligando o interruptor K aplicĂĄmos sucessivos valores de tensĂŁo, tendo registado as leituras de tensĂŁo U e de corrente I indicadas no Quadro. Leituras 8 9
, $
CĂĄlculos 100
U1 = 3
I1 = 0,03
U2 = 6
I2 = 0,06
100
U3 = 9
I3 = 0,09
100
U4 = 12
I4 = 0,12
100
Constatamos, imediatamente, que a intensidade I vai aumentando com a tensĂŁo U aplicada. Ao efetuarmos o entre a tensĂŁo U aplicada ao recetor e a intensidade I que o percorre, nos diferentes ensaios, constatamos que a razĂŁo era constante, isto ĂŠ : U1 I1
=
U2 I2
=
U3 I3
=
U4 I4
= constante = 100
Nota: evidentemente que, durante os ensaios, nem sempre o quociente dĂĄ exatamente o mesmo valor, pois hĂĄ sempre erros dos aparelhos de medida, erros de leitura, entre outros. www.oelectricista.pt o electricista 54
0,03
0,06 0,09
0,12
I(A)
Figura 29. 2 JU£ͤFR 8 ,  XPD UHWD SHOR TXH D UHVLVWQFLD 5  OLQHDU
# $ % & ' * / vido ao facto do recetor ser linear. Se nĂŁo obtivĂŠssemos uma reta era porque o recetor nĂŁo era linear e, portanto, nĂŁo poderĂamos aplicar a Lei de Ohm, ou entĂŁo era porque teria havido alguma leitura errada. A partir da expressĂŁo anterior da Lei de Ohm podemos facilmente obter outras expressĂľes: R=
U I
I=
U R
U = RI
Isto Ê, conhecido o valor de R, podemos calcular os valores de I para diferentes valores de U aplicados, ou podemos calcular os valores da tensão U aplicada ao recetor, para diferentes valores de intensidade. A Lei de Ohm Ê utilizada na medição de resistências elÊtricas, utilizando o mÊtodo voltamperimÊtrico que consiste em medir a tensão aplicada ao componente ou ao recetor, medir a intensidade de corrente
Lei de Ohm: R = U/I. Geralmente, sĂŁo efetuadas vĂĄrias leituras de U e de I e calculados vĂĄrios valores de R, fazendo-se depois a mĂŠdia aritmĂŠtica dos valores calculados: R=
R1 + R2 + ..... + RN N