Robot Rover para Exploração do Ambiente Envolvente

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Robot Rover para Exploração do Ambiente Envolvente

Luís Pires lpires@inete.net INETE – Instituto de Educação Técnica, Grupo Lusófona

Num cenário menos académico e mais real, os Rovers são projetados com caraterísticas de veículos para todo o tipo de terreno, sendo conduzidos ao seu destino através de naves espaciais. As suas caraterísticas estão projetadas para condições e ambientes muito diferentes das encontradas no planeta Terra, o que implica algumas caraterísticas especiais de projeto, tais como: tração por cada roda, controlo de direção em cada roda, vários sensores exteriores para interpretação do ambiente envolvente, vários sensores interiores para verificação do estado do robot, braços robóticos para prospeção do terreno e outra instrumentação de acordo com a missão. Várias missões com veículos Rover ocorreram, há cerca de 40 anos, por exemplo: Rover Opportunity [1] e Rover Spirit [2], que serviram como inspiração para o desenvolvimento deste Rover. Assim, este projeto, de cariz académico, tem como objetivos desafiar os alunos no sentido de desenvolverem soluções robóticas, encontrando pontos de convergência tecnológica com recursos relativamente baixos, contemplando soluções modulares e Open Source.

robótica

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artigo científico

Um Rover (muitas vezes designado Rover planetário) é um veículo de exploração espacial projetado para se deslocar na superfície de um planeta ou de outro corpo celeste.

A comunicação com o exterior é assegurada através das redes sem fios: Bluetooth e Wi-Fi. Por fim a sua estrutura física está demonstrada através da Figura 1, com as suas dimensões de 68 cm de comprimento, 35 cm de largura, 35 cm de altura e distância entre rodas de 23 cm. A estrutura com bateria incluída pesa 16 kg. O Rover apresenta três modos diferentes de funcionamento: robot autónomo utilizando todos os sensores que possibilitam uma locomoção autónoma, utilizando a câmara apenas para transmissão vídeo em tempo real; robot controlado por uma aplicação e visão robótica, incluindo todos os sensores (este último modo está em desenvolvimento e implicará o acréscimo da plataforma Raspberry PI para assegurar a capacidade de processamento de imagem).

robótica 103, 2.o Trimestre de 2016

Figura 1. Aspeto físico do robot.

1. INTRODUÇÃO O Rover desenvolvido por alunos do curso de Técnico Eletrónica, Automação e Comando do INETE [3] é um robot inspirado nos Rovers Opportunity e Spirit mas para “missões” mais terrestres. Assim, para se criar autonomia na locomoção, foram incluídos os seguintes aspetos: seis rodas, sendo quatro delas motorizadas e controladas de forma independente, possibilitando um leque variado de movimentos por parte do robot; para cada roda existe um servomotor, que possibilita o controlo da direção da mesma; sensores ultrassónicos estão colocados na frente do robot (três sensores) e um na parte de trás, possibilitando ao robot ser autónomo na locomoção; sensores infravermelhos, um em cada estrutura de suporte da roda, para interpretar desníveis (buracos) no terreno. O robot Rover integra na sua arquitetura, para a interpretação do ambiente envolvente; sensores de humidade e temperatura; bússola para orientação geográfica; real time clock para que exista indicação precisa do dd-mm-aaaa, hh:mm:ss da recolha dos dados do ambiente envolvente e câmara para visualização em tempo real. Como se trata de um robot que deve ser “autossustentável”, estão incluídos sensores internos para assegurar uma correta gestão de recursos. Assim, cada roda inclui sensores indutivos que permitem verificar a velocidade e distância percorrida, sensor para monitorizar o nível de energia consumida e disponível.

2. ARQUITETURA DO ROBOT A arquitetura desenvolvida para o robot está representada através da Figura 2. É possível observar que existem cinco subsistemas para além do principal. A comunicação interna é assegurada através de rede I2C que é explicada mais a frente neste artigo.

Figura 2. Arquitetura do robot.

2.1. Sistema Principal Os microcontroladores possuem uma grande flexibilidade na criação de software e no desenvolvimento do hardware que o rodeia, usufruindo da comunicação entre ambos. O diagrama de blocos geral de um microcontrolador é apresentado através da Figura 3.


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