Manuel Costa ATEC – Academia de Formação
DOSSIER SOBRE TENDÊNCIAS DA AUTOMAÇÃO E CONTROLO DE MOVIMENTO 52 robótica
Modelo Purdue versus Mesa: evolução do CIM Com o advento da automatização de processos industriais tornou-se essencial resolver a questão da integração dos diferentes sistemas e processos, já que os fabricantes dos sistemas de automação produziam equipamentos e protocolos que eram fechados para o exterior, o que limitava a fluidez da informação. Consequentemente, esta insularidade dos diferentes sistemas inibiam uma estratégia empresarial eficiente e virada para a contínua otimização das suas metodologias e processos, já que o fluxo de informação entre produção e gestão seria inevitavelmente limitado pelos constrangimentos associados à falta de normalização e integração dos sistemas produtivos. Para eliminar estes constrangimentos foi necessário criar um paradigma que encaminhasse as empresas para um sistema produtivo que normalizasse metodologias, protocolos, soluções de hardware, software e networking. O CIM – Computer-Integrated Manufacturing surgiu para dar resposta à necessidade dessa integração e otimização entre produção, controlo e informação. Ao criar essa integração, e consequente normalização, permitiu que a gestão dos processos associados à produção pudesse ser controlada por um sistema centralizado na informação, possibilitando assim transparência, rapidez e fiabilidade no constante fluxo de dados entre produção, supervisão e gestão, potenciando uma melhoria operacional.
1. MODELOS 1.1. PERA Com a intenção de criar uma referência para a conceção e modelação de sistemas empresariais baseados no CIM foi desenvolvido na Universidade de Purdue, sob a supervisão de Theodore J. Williams, um conjunto de metodologias e referenciais que definem como construir um modelo empresarial fundamentado na automação, desde a sua incepção até à sua dissolução. A este conjunto de metodologias e referenciais dá-se o nome de Purdue Enterprise Reference Architecture – PERA. Este referencial tem como objetivo permitir a compreensão, conceção e gestão de um sistema tão complexo como um sistema industrial automatizado. Consegue-o ao dividir todo o sistema em partes facilmente mensuráveis, discerníveis e intervencionados.
Este modelo intervém em todos os aspetos da produção, desde o planeamento até à saída do produto. Integrando todos os processos através de tecno-
LEVEL 5: Enterprose
logias de informação que permitem um fluxo de informação entre esses mesmos processos. Este modelo divide a empresa nos seguintes níveis: t Nível zero: o processo. t A este nível encontram-se as infraestruturas de produção que são constituídas pelos atuadores e sensores; t Nível um: controlo base e segurança. t Neste nível encontram-se os processos de controlo base que permitem a automatização da produção; t Nível dois: áreas de operação. t A este nível encontram-se os sistemas de supervisão, controlo e informação referentes à produção; t Nível três: controlo operacional. t A este nível é feita a gestão da informação obtida no nível dois, o que permite estabelecer e gerir metodologias de produção e manutenção; t Níveis quatro e cinco: gestão empresarial do processo produtivo. t Nestes níveis é feita a gestão ao nível empresarial, envolvendo a logística, recursos e planeamento. Em termos de comunicação entre níveis, a mesma pode ser esquematizada da seguinte maneira:
LEVEL 4 Site Business Planning & Logistics
LEVEL 4: Site Business Planning & Logistics LEVEL 3: Plantwide Operations & Control
Plant Production Scheduling, Operational management, etc.
LEVEL 3
LEVEL 2: Area Operations
Manufacturing Operations & Control Dispatching Production, Detailed Production, Schedulling, Reliability Assurance, etc.
LEVEL 1: Basic Control/Safety Critical LEVEL 0: The Process Figura 1. Modelo Purdue.
LEVELS 2,1,0
Bach Control
Continuous Control
Discrite Control
Figura 2. Comunicação no Modelo PERA.