Tolerâncias e qualidades de fabrico

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Tolerâncias e qualidades de fabrico

robótica

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Américo Costa Departamento de Formação do CENFIM

portugal 3d

Os processos de fabrico, sobretudo os de arranque de apara, estão sujeitos a imprecisões, o que impossibilita o fabrico de qualquer peça de forma rigorosa de acordo com as cotas nominais estabelecidas. Estas imprecisões, maiores ou menores consoante os processos de fabrico escolhidos, levam a que as dimensões finais de fabrico para serem validadas necessitem somente de ficar dentro de um intervalo, definido por uma dimensão máxima e mínima ou por desvios máximo e mínimo em relação à dimensão nominal.

INTRODUÇÃO Os processos de fabrico, sobretudo os de arranque de apara, estão sujeitos a imprecisões o que impossibilita o fabrico de qualquer peça de forma rigorosa de acordo com as cotas nominais estabelecidas. Estas imprecisões, maiores ou menores consoante os processos de fabrico escolhidos, leva a que as dimensões finais de fabrico para serem validadas necessitem somente de ficar dentro de um intervalo, definido por uma dimensão máxima e mínima ou por desvios máximo e mínimo em relação à dimensão nominal. Qualquer dimensão de uma peça não precisa de corresponder a um único valor mas sim estar dentro de um intervalo de valores que não compromete a funcionalidade da peça. Estes intervalos são criteriosamente definidos pelo Desenhador/Projetista para que peças semelhantes possam ser substituídas entre si, sem que haja necessidade de ajustes. A prática demonstra que as medidas das peças podem variar, dentro de certos limites, para mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade ou a sua funcionalidade. Esses desvios aceitáveis nas medidas das peças caracterizam o que chamamos de tolerância dimensional. As tolerâncias vêm indicadas, nos desenhos de fabrico, por valores e símbolos apropriados. As peças, em geral, não funcionam isoladamente, trabalham associadas a outras peças, formando conjuntos mecânicos que desempenham funções específicas. Num conjunto, as peças ajustam-se, isto é, encaixam-se umas nas outras de diferentes maneiras, por isso, devemos compreender e reconhecer os tipos de ajustamentos possíveis entre peças de conjuntos mecânicos. Para que o processo de fabrico seja eficaz é fundamental que sejamos capazes de identificar normas e simbologia que determinam os desvios permitidos. Não é possível garantir o fabrico correto de uma peça se desconhecemos parte da simbologia ou outro tipo de informação técnica presente num desenho. Caímos e muitas vezes no erro comum que é Símbolo desconhecido ser igual a símbolo ignorado. A nossa baixa produtividade deve-se também ao não domínio total de toda informação relativa ao fabrico de uma peça, temos que saber interpretar toda informação lá descrita e aos desenhadores exige-se

que sejam capazes de colocar toda a informação indispensável ao fabrico. Não cair no erro comum que é empurrar para a cabeça do operador da máquina a responsabilidade de completar a informação em falta. Isso até pode funcionar com o operador que temos hoje, mas amanhã com outro operador já não será possível. As tolerâncias permitidas para qualquer cota podem ser expressas de forma individual ou geral, mas obrigatoriamente todas as dimensões terão uma tolerância associada para o seu fabrico. No caso das dimensões controladas pelo toleranciamento geral ou funcional é indispensável a consulta de tabelas específicas para o conhecimento dos desvios máximos e mínimos permitidos. Todas as cotas, sem excepção, têm que ter tolerância, individual ou geral.

TOLERÂNCIA DIMENSIONAL As tolerâncias permitidas para qualquer cota podem ser expressas de forma individual ou geral, mas obrigatoriamente todas as dimensões terão uma tolerância associada para o seu fabrico. No caso das dimensões controladas pelo toleranciamento geral ou funcional é indispensável a consulta de tabelas específicas para o conhecimento dos desvios máximos e mínimos permitidos. Todas as cotas, sem exceção, têm de ter tolerância, individual ou geral. As cotas indicadas no desenho de fabrico são chamadas de dimensões nominais. É impossível executar as peças com os valores exatos indicados nessas dimensões porque vários fatores interferem no processo de produção, tais como imperfeições dos instrumentos de medida e das máquinas, deformações do material e falhas do operador. Então, procura-se determinar desvios, dentro dos quais a peça possa funcionar corretamente.

DESVIOS Os desvios são afastamentos aceitáveis em relação às dimensões nominais, para mais ou para menos, que permitem a execução da peça sem prejuízo para o seu funcionamento e intermutabilidade. Os desvios podem ser indicados no desenho de fabrico como mostra a Figura 1.

Figura 1. Cota nominal com desvios.


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