Futuro digital da indústria da água
Fernando Ribeiro
robótica
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editorial
Prof. da Universidade do Minho
A água é um bem essencial, e é um dos recursos mais valiosos do nosso planeta. Apesar disso ela é muito desperdiçada, mal tratada pelo homem, e a população da terra só se vai aperceber da sua tremenda importância quando ela já for escassa ou quando a vida do ser humano já estiver em perigo.
Para ser bem tratada/processada torna-se necessário automatizar os processos de purificação da água, de gestão desse bem, e de controlo do seu consumo. As atuais regulamentações ambientais e a escassez da água, implicam pressões financeiras e competitivas que levam a um grande investimento nesta área. A digitalização desta indústria já tem um papel importante na gestão dos recursos hídricos. Mas a digitalização é necessária de ponta a ponta, desde as estações de tratamento, ao seu transporte/ comercialização, bem como na sua gestão e acima de tudo no planeamento do seu futuro. Com a quantidade de dados hoje disponíveis e facilmente adquiridos, desde contadores remotos a dados climáticos e passando pelo uso de sensores no seu percurso, e com recurso à Inteligência Artificial, é possível fazer um planeamento para que a água seja usada de forma mais eficiente, permitindo um futuro mais sustentável, quer para consumo pessoal, como no seu uso na indústria e na agricultura. No entanto, quanto mais digital mais suscetível fica o sistema de um eventual cyber ataque, sendo por isso extremamente necessário considerar todos os aspetos de segurança informática, casa contrário poderá ficar em risco a utilização deste bem essencial. É por isso importante começar, ou mesmo completar o processo de uma completa digitalização, de forma concertada e em rede, com toda a segurança, para que todos usufruam deste bem imprescindível de uma forma eficiente e económica para todos.
A PRÓXIMA GERAÇÃO DE ENGENHEIROS COMEÇA HOJE Nos dias 7 a 9 de abril, decorre na Universidade do Minho (Guimarães) mais uma edição da RoboParty, depois de uma impensável interrupção de 2 edições, devido à pandemia. Este evento decorria anualmente desde 2007, e tem
como objetivo ensinar os jovens a trabalhar com tecnologia, através da construção de um robot móvel e autónomo. Aprendem um pouco de eletrónica, programação e mecânica. Cada jovem traz um saco cama e um computador e passa 3 dias num espaço que promove o conhecimento, a engenharia, a vontade de resolver problemas, e o trabalho em equipa. No final dos 3 dias o jovem leva um robot totalmente construído por ele para casa/escola, podendo dessa forma prosseguir o seu processo de aprendizagem acompanhado pelos seus professores, nas áreas tecnológicas como eletrónica, mecânica, informática, comunicações, entre outras. Por vezes são estes eventos de “mãos na ciência” que fazem o clique no cérebro dos mais novos, despertando-os para áreas que julgavam difíceis e inalcançáveis, mas que depois de serem banalizadas com alguns desafios simples e divertidos, passam a ser um objetivo de vida. E é de engenheiros e técnicos que o país precisa neste momento. A nossa indústria só poderá desenvolver-se e ser criativa com conhecimento, com experiência prática, com soluções inovadoras e claro está, também com algum investimento. E quanto mais novos estes jovens começam a envolver-se na engenharia, mais fácil será para eles desenvolver a sua criatividade, a sua competência, desenvolver novas soluções, e mesmo ambientar-se na indústria local. Quanto mais forte e produtiva for a nossa indústria, maior será o crescimento económico do nosso país, e mais competitivo será quando comparado com os países mais desenvolvidos. Estes eventos podem por vezes parecer apenas um entretenimento ou uma brincadeira, mas o tempo dedicado aos mais jovens é de facto um investimento no futuro da próxima geração, e apesar de só ser visível daqui a alguns anos, nessa altura os resultados serão bem visíveis.