indústria
4.0
Redes e Investimento: avançando passo a passo em direção à Indústria 4.0
robótica
Equinotec – Soluções de Engenharia, Lda.
Mário Lindo Direção Técnica
96
NOTA TÉCNICA
A ligação em rede de toda a cadeia de valor exige esforços contínuos que certamente valerão a pena.
Aconteceu pela primeira vez em 2008. Existiam mais objetos em rede do que pessoas no planeta. Em 2025 está previsto que este número chegue a 50 biliões, desde carros a máquinas de produção. As oportunidades que surgem para as empresas, como resultado das ligações entre o mundo físico da produção e o mundo virtual da tecnologia da informação, são enormes. Afigura‑se que mesmo um lote de apenas uma unidade poderá ser fabricado em condições de produção em massa. Processos e inventário estão a ser continuamente aperfeiçoados. Os custos de produção e o consumo de recursos estão a cair, enquanto o potencial de inovação está a aumentar. Um estudo da McKinsey apresentou um número de onze triliões de dólares em valor acrescentado ao longo dos próximos 10 anos.*
Preparados para a criação de valor Mesmo que os investimentos necessários pareçam elevados, o movimento em direção à Indústria 4.0 é um percurso lógico. Num estudo recente, os consultores de empresa Roland Berger** previram que nos próximos 15 anos as empresas europeias terão de investir 1,35 triliões de euros em desenvolvimentos tecnológicos, organizacionais e legais. Após a 3.ª revolução industrial, é verdade que o uso da tecnologia eletrónica e de informação em prol da automatização dos processos de produção ainda não está plenamente alcançado. Por outro lado, numa era em que a digitalização está quase totalmente implementada, pelo menos em máquinas europeias, muitos e distintos processos de produção e processos administrativos permanecem ainda separados, subsistindo uma necessidade de soluções de software que permitam trocar, de forma abrangente, tanto informa-
ção técnica como informação administrativa das empresas. Além disso ainda terão de ser dominadas tecnologias complexas para se conseguir o trabalho em rede, isto é, a automação inteligente de redes de agregação de valor através da instalação de sistemas ciberfísicos. Perante estes desafios a relutância de pequenas e médias empresas pode parecer compreensível, contudo, exemplos práticos acabam por demonstrar claramente que a Indústria 4.0 pode ser implementada quando encarada passo a passo.
No centro: o ser humano Os seres humanos têm um papel central nestas mudanças, como utilizadores, inovadores e decisores. Não há dúvida de que o mundo do trabalho vai mudar. Mas fábricas sem pessoas, como previsto por muitos, não será uma realidade. Trabalhar numa fábrica ligada em rede será mais exigente mas também mais flexível. A tecnologia apoiará os seres humanos melhor do que nunca. Pessoas e máquinas trabalharão, lado a lado, e processos mais simples ocorrerão automaticamente. Informações de planeamento e de coordenação serão exibidas localmente para garantir que as decisões possam ser tomadas mesmo em ambientes de produção complexos. Sistemas de assistência digital irão recolher, selecionar e avaliar todos os dados, enquanto o ser humano continuará a ser o decisor final.
Padrões abertos em todo o mundo Padrões abertos, válidos em todo o mundo, terão de ser adotados para garantir que os sistemas falem a mesma língua. Múltiplas associações tornaram‑se ativas a este respeito.