nota técnica
Josué Morais, Diretor Técnico
nota técnica 134 formação versus profissão entrevista 135 Patrícia Pimenta, Schneider Electric: “a nossa casa – a casa de amanhã – será conectada” reportagem 137 acelerar processos com o EPLAN Cogineer case study 139 Primelux: proposta de iluminação de acessos da ANICOLOR 141 Televés Electrónica Portuguesa: projeto de iluminação do Centro Histórico de Bragança informação técnico-comercial 143 Esdec: porquê investir em inovação e desenvolvimento, segurança e fiabilidade 147 M&M Engenharia Industrial: nova Plataforma EPLAN 2022: mais intuitiva 149 VX SE: novo sistema de armários individuais da Rittal 151 Weidmüller – Sistemas de Interface: comunicação de dados do dispositivo para o campo
formação versus profissão Com as alterações curriculares introduzidas no ensino secundário em meados dos anos 70 (1975), terminaram os cursos de índole técnico-profissional para se entrar num regime secundário “unificado” que prevalece até hoje com algumas alterações. Nessa altura terminaram, entre outros, os cursos “Gerais”, como o Curso Geral de Eletricidade, Curso Geral de Mecânica, Curso Geral de Contabilidade Administração, mas também existia o Curso Geral do Liceu, vocacionado para quem desejasse evoluir para o Ensino Superior, embora os cursos técnicos também tivessem essa possibilidade. A equivalência de então seria o atual 9.º ano. Em seguimento àqueles cursos Técnicos existiam também os Cursos Complementares (de Eletrotecnia, de Mecânica…), com competências profissionalmente ainda mais evoluídas, e que hoje corresponderiam ao 11.º ano. Não existindo aquelas formações profissionalizantes, a formação académica para seguimento profissional cabe a uma série de associações profissionais e a empresas de formação, embora com ofertas mais vocacionadas para as novas tecnologias, quer para os empregos de serviços quer para o setor industrial, mas com reduzida oferta, e talvez também reduzida procura, nas áreas referidas atrás para os antigos cursos técnicos. Na atualidade, a oferta de empregos especializados de eletricistas, de mecânicos, de canalizadores, e outros, resulta num vazio face à inexistência de formação na área. Subindo de nível, na Engenharia Eletrotécnica, especificamente no que diz respeito aos engenheiros técnicos da especialidade de Engenharia Eletrotécnica de Energia e Sistema de Potência, grassa uma enorme discrepância nos conteúdos curriculares lecionados nos diferentes estabelecimentos de ensino. Muitos engenheiros formados naquelas instituições são obrigados a fazer formação extra para adquirirem competências básicas de engenharia de sistema de potência que não foram lecionadas no curso superior. Não seria de analisar com cuidado os currículos dos diferentes estabelecimentos de ensino e verificar as reais competências e direcionamentos específicos para aquelas formações? A quem cabe verificar estas discrepâncias? Ao Estado? Às Ordens profissionais? É sabido que atualmente qualquer formação superior ou não, carece sempre de atualização ao longo da vida e a formação de base atual é por isso muito mais generalista e simplificada, não direcionada a “determinada” profissão, mas ainda assim existe um nível mínimo de competência que a formação académica deve conferir. Os alunos quando se inscrevem nos cursos à procura de uma formação que lhes confira determinada competência não estarão por certo à espera de terem de se atualizar logo terminam o ciclo académico. O setor das instalações elétricas carece de maior atenção na formatação da oferta formativa, tanto de nível secundário onde é reduzida ou quase nula, quer de nível superior onde existem gritantes discrepâncias entre estabelecimentos de ensino para as “mesmas competências” de saída. O futuro é elétrico! www.oelectricista.pt o electricista 76
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