ficha prática n.º 66 - práticas de eletricidade

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formação

ficha prática n.º 66 práticas de eletricidade Manuel Teixeira ATEC – Academia de Formação

Após a análise das gamas construtivas de transístores, impõe-se desconstruir as principais aplicações. Dessa forma vamos começar com os Amplificadores de Potência. Neste tipo de utilização cuja finalidade seja excitar um qualquer transdutor que necessite de elevada potência para o acionamento, a escolha dos componentes, dos métodos de cálculo, enfim, todas as considerações acerca do projeto desse novo estágio serão bem diferentes das adotadas para o projeto de circuitos pré­ ‑amplificadores analisados anteriormente, que trabalham com sinais de baixo nível. Dessa forma, devemos levar em consideração qual a potência que deve ser obtida, qual será a excursão de corrente e a tensão do coletor, e ambas aliadas a um mínimo de distorção exigido.

IC

V BE Classe B

Classe AB

Classe A

Figura 228. Comparação das classes de amplificação em classe A, B e AB.

UCC

UCC

Além dos aspetos abordados, é imprescindível que se fale também a respeito da temperatura, sobre a qual devemos ter total controlo. Para isso devemos, além de métodos conectivos e adequados de escolha de componentes, lançar mão também do uso de dissipadores de calor, dos quais dispomos inúmeros tipos e formatos, visando atender a todas as reivindicações necessárias em termos de espaço, estabilização da temperatura, preço, entre outros. Assim, vamos encontrar circuitos que de uma forma mais ou menos complexa vão satisfazer as nossas necessidades em termos de potência, atuando com um grau maior ou menor de eficiência.

UCC

R T1

R

T2

R R NPN

PNP

Figura 229. Amplificador em classe AB polarizado por díodos.

26.2. Amplificação em classe AB Como vimos, a principal desvantagem do amplificador em classe B é a distorção “crossover”, que pode ser eliminada, bastando para isto, polarizarmos os transístores um pouco acima do corte. Este tipo de amplificador é denominado classe AB, pois opera numa faixa entre as classes A e B, como mostra a Figura 228. Na operação em classe AB, temos os transístores a operar um pouco acima do corte. Dessa forma, mesmo na ausência de sinal aplicado às bases dos transístores, existe alguma corrente nelas, fazendo com que IC seja diferente de zero, eliminando, portanto, a distorção por transição, um fator indesejável e percetível pelo ouvido humano. Na Figura 229, temos um circuito a operar em classe AB, em que a polarização de base é obtida por intermédio de dois díodos que formam um espelho de corrente. www.oelectricista.pt o electricista 76

Os esquemas da figura anterior (à esquerda) representam circuitos designados por espelho de corrente, em que o da esquerda utiliza um transístor NPN e o da direita um PNP. Se a característica dos díodos for idêntica à característica de cada díodo emissor, então a corrente que circula no díodo de polarização é aproximadamente igual à corrente de emissor do transístor. Assim, conhecendo a tensão de alimentação ficamos a conhecer a queda de tensão na resistência R, pelo que podemos determinar a corrente que circula no díodo e assim, saber a corrente de coletor, considerando-a aproximadamente igual à corrente de emissor. Para manter o ponto Q o mais estável possível, por vezes podem ser utilizados dois díodos de polarização, como se apresenta na Figura 229 (à direita). Este processo tem um inconveniente pelo facto de ser


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