Melhoria da gestão de equipamentos processadores de madeira na indústria

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ARTIGO CIENTÍFICO

Melhoria da gestão de equipamentos processadores de madeira na indústria David Mendes1, Filipe Didelet1 1

Instituto Politécnico de Setúbal – Escola Superior de Tecnologia de Setúbal

Campus do IPS, Estefanilha, 2914-508, Portugal david.mendes@estsetubal.ips.pt, filipe.didelet@estsetubal.ips.pt

ABSTRACT

E

ste artigo analisa os procedimentos de operação de um equipamento destroçador de madeira e as consequências que os procedimentos têm na disponibilidade e na manutenção deste equipamento. O caso vai ser tratado com recurso a dados relativos ao histórico de manutenção, pelo que também irão ser abordados outros problemas associados em relação à manutenção e à operação e analisar a disponibilidade deste equipamento. Este artigo foi feito com base numa revisão bibliográfica abrangente da literatura recente e de um historial de manutenção real de uma empresa. Também são abordados temas que são importantes para a perceção dos problemas e a análise dos dados, nomeadamente a sistematização das designações de modos de falha e de ocorrências e a adoção de preparações padrão. Palavras – chave: Manutenção, procedimento, análise, intervenção, disponibilidade, qualidade.

custo mais reduzido possível. A manutenção abrange diversas áreas, todas com um papel importantes para o desenvolvimento das ações de intervenção nos equipamentos/ativos. Algumas das áreas de que a manutenção faz uso ou que influenciam a sua gestão são a investigação operacional, a gestão de informação, o projeto de construção e a fiabilidade. Como referido, para fazer face à mudança de paradigma e a todas as dificuldades que isso acarreta as empresas tem vindo a recorrer à gestão de ativos e a ferramentas associadas direta e indiretamente à gestão de ativos para auxiliar na gestão da manutenção e cada vez mais tem sido uma prática muito frequente nos dias de hoje, de modo a conseguirem obter mais disponibilidade e melhor desempenho dos equipamentos e a forma como a manutenção é realizada. Aplicando estas técnicas consegue-se ter uma intervenção mais bem-sucedida e planificada, de melhor qualidade e até com menos tempo de intervenção pela eliminação de tempos ou maus métodos que por vezes atrasam a intervenção, conduzindo, assim, a melhores práticas na manutenção moderna [1-4].

1. INTRODUÇÃO A manutenção tem sido caracterizada como um problema dentro das empresas, desde há muitos anos. No entanto nos últimos anos, esta atividade tem sido vista de outra forma e tem sido reconhecida como uma função fundamental e estratégica nas empresas. Tem deixado assim de ser encarada como um problema e tem passado a ser vista como um elo essencial no ciclo de vida dos equipamentos e como um meio de apoio à produção. A mudança deste paradigma advêm da globalização dos mercados, que deste modo fez com que as organizações tenham que melhorar as suas prestações a todos os níveis para produzirem com qualidade, a baixo custo e darem uma boa resposta ao consumidor final de forma satisfatória face às suas necessidades. Para além de aumentar a disponibilidade dos equipamentos, de manter a produção estável e sem problemas, tendo em vista a melhoria contínua. Para se conseguir aplicar novas técnicas e metodologias de apoio à manutenção é necessário o estudo do histórico da manutenção, de forma a averiguar as causas das avarias e, a partir daí, estudar medidas e métodos de melhoria, recorrendo a estudos que tenham em conta a vertente económica e técnica. A manutenção define-se como o conjunto de ações destinadas a assegurar o funcionamento regular e permanente de máquinas, equipamentos, ferramentas e instalações, garantindo que se faça intervenções em tempo oportuno de forma a evitar que se avariem ou que haja uma diminuição do rendimento ou de qualquer outro tipo de indicador de um dado equipamento. As intervenções da manutenção envolvem a conservação, a adequação, a restauração, a substituição e a preservação. A manutenção ideal de uma máquina é a que permite alta disponibilidade para a produção ao longo do tempo em que a máquina estiver em serviço e a um

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MANUTENÇÃO 152

2. GESTÃO DE ATIVOS A Gestão de Ativos tem como objetivo gerir todo o ciclo de vida dos ativos de uma empresa com o fim de maximizar o seu valor. De modo geral, abrange pelo menos a gestão dos ativos físicos, a qual pode ir dos processos de conceção e desenho até à manutenção e à substituição de equipamentos. A gestão de ativos pode melhorar o rendimento, reduzir custos, aumentar a vida útil e melhorar o retorno do investimento do ativo [1-4]. As empresas que trabalham com um alto número de ativos e que têm a necessidade de produzir em grandes quantidades têm grandes custos adicionais se um equipamento não funcionar bem ou deixar de funcionar. É essa também a realidade de todas as organizações que queiram tirar melhor partido dos seus recursos e que, por isso, devem implementar uma série de normativas relativas à segurança, à saúde e ao meio ambiente, mantendo a disponibilidade máxima dos ativos, dos espaços e da infraestrutura que são essenciais para a competitividade nos dias de hoje [1-4]. Algumas empresas relacionam a gestão de ativos com parte do plano de manutenção até verem que está a dar frutos. Esta mudança de mentalidade evidencia a alteração dos costumes intrínsecos nas empresas. Assim surge o conceito melhorado com a publicação da serie de normas ISO 55000 [1-4]. As normas 55000 apresentam a estrutura padronizada para um sistema de gestão de ativos, fornecendo a metodologia a seguir na gestão de ativos financeiros e físicos. Através da implementação de um sistema de gestão de ativos uma empresa consegue atingir os seus objetivos usando os seus ativos de forma eficaz e eficiente. A utilização


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