presente e futuro, duas faces da mesma moeda

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reportagem mais descentralizados e mais dispersos por obras de diferentes dimensões para que o acesso não fique estrangulado nalguns grandes consórcios.

O FUTURO DA DISTRIBUIÇÃO GROSSISTA DE MATERIAL ELÉTRICO Pese embora os constrangimentos existentes, que hoje se sentem de forma tão intensa, é minha convicção que a distribuição grossista de material elétrico foi, é, e continuará a ser o elemento essencial e determinante da cadeia de valor para abastecimento e oferta de soluções no mercado.

Mas sê-lo-á sempre apenas à medida que saiba conhecer e adaptar-se às exigências do presente e antecipar as do futuro, respondendo aos desafios da digitalização e dos novos modelos de negócio de forma adaptativa, cada empresa à sua maneira, com o seu pensamento próprio, de modo a conseguir estar onde e como os seus clientes necessitarem, independentemente do canal, formato ou modelo.

A AGEFE Uma palavra final para a AGEFE, onde se tem vindo a fazer um trabalho notável, a vários níveis. Seja para criação de

conhecimento e informação para o sector, no campo das estatísticas e do conhecimento do mercado, seja para promoção da qualidade dos produtos e da instalação elétrica, com a Campanha “SEGUE A CORRENTE”, seja ainda no campo da qualificação dos recursos humanos, onde a Secção de Distribuidores de Grossistas de Material Elétrico acaba de ser beneficiada com um MANUAL TÉCNICO PARA COMERCIAIS DE EMPRESAS GROSSISTAS, que é um importantíssimo instrumento de qualificação do profissionais do sector e que foi distribuído gratuitamente em quantidades apreciáveis por todas as empresas desta Secção associativa.

PRESENTE E FUTURO, DUAS FACES DA MESMA MOEDA JOÃO RODRIGUES | SCHNEIDER ELECTRIC Presidente do Setor do Material Elétrico e da Secção de Importadores e Fabricantes da AGEFE

sucessivos choques e a deterioração do ambiente económico, devem continuar como um foco de atenção do setor. Nesse sentido, a resiliência das empresas dependerá da sua capacidade de definir e implementar estratégias que integrem o curto, médio e longo prazo e assentem na inovação e sustentabilidade, em todas as suas dimensões (financeira, social e ambiental), como fatores de diferenciação.

APROVEITAR AS OPORTUNIDADES QUE NASCEM DA ADVERSIDADE

ENFRENTAR A CONJUNTURA E MANTER O FOCO NO FUTURO As dificuldades sentidas nas cadeias logísticas e a aceleração da inflação, com o aumento expressivo dos custos dos materiais e da energia, marcam a atual conjuntura económica. Neste contexto, agudizado pelo prolongamento dos impactos económicos causados pelas medidas de controlo da pandemia e o conflito militar em curso na Ucrânia, torna-se mais difícil e mais exigente a gestão corrente da atividade das empresas, incluindo aquelas que operaram no setor do Material Elétrico. Ainda assim, os desafios que o sector enfrenta não se esgotam na atual conjuntura, muito pelo contrário. Há questões estruturantes, como a qualificação, atração e retenção de talento e a transformação digital das empresas do sector que, mesmo perante os

Se os problemas nas cadeias logísticas e a aceleração da inflação colocam, no imediato, desafios acrescidos à atividade das empresas, facto é que estão também, a par da Crise Energética na Europa e da destabilização das relações geopolíticas, na origem de várias oportunidades para o setor. Por um lado, temos a aceleração da transição energética, com o reforço e antecipação de metas e investimentos associados à eletrificação da economia, à produção de energia limpa e à promoção da eficiência energética e, por outro, a urgência em assegurar uma autonomia estratégica europeia no fornecimento de matérias e componentes críticos, de que é o exemplo o European Chips Act, e que dá um ímpeto reforçado à agenda de reindustrialização europeia. A par da prossecução destas prioridades, para a qual a inovação tecnológica e as soluções disponibilizadas pelos fabricantes são instrumentais, as oportunidades estendem-se também à transformação

digital da economia e, em particular, ao desenvolvimento da indústria 4.0 e de um conceito emergente designado por eletricidade 4.0, sem esquecer os edifícios inteligentes com elevados níveis de eficiência.

APROFUNDAR O DIÁLOGO INTERASSOCIATIVO E INTERINSTITUCIONAL Em consequência do impacto da pandemia e da guerra na Ucrânia, operamos num mundo de enorme volatilidade e incerteza que nos obriga a uma aprendizagem e adaptação constantes. Perante esta nova realidade, a capacidade de estabelecer um diálogo produtivo entre os diferentes elos da cadeia de valor e, entre estes, e o poder político, autoridades públicas e demais partes interessadas, reveste-se de particular importância. Em complemento do trabalho associativo, há espaço e interesse para que, num plano interinstitucional, se possam abordar desafios partilhados por todas as partes interessadas, desde a valorização das soluções que o sector oferece à promoção das qualificações e competências técnicas, contribuindo para a sustentabilidade, a longo prazo, medida nas vertentes económica, ambiental e social, de todos os envolvidos. Assim, a partilha de perspetivas entre os diferentes agentes, a possibilidade de identificar problemas comuns e definir áreas de colaboração, poderão dar um contributo substantivo para o desenvolvimento da economia nacional e da qualidade de vida dos nossos concidadãos. www.oelectricista.pt o electricista 80

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