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dossier sobre mobilidade elétrica
conduzir o futuro através dos veículos elétricos
Jesus Requena
Marketing & Business Development Director Home & Distribution Schneider Electric
smart grids vão tornar-se parte de parcerias público-privadas num mundo pós-pandemia. A energia dá acesso a uma vida melhor. A tecnologia de smart grid oferece resiliência às nações desenvolvidas, ao mesmo tempo que permite o acesso à energia e a sua disponibilidade às nações em desenvolvimento, através de software e da integração de energia solar fotovoltaica e microgrids.
O PONTO CRÍTICO DO TRANSPORTE
As infraestruturas de carregamento de veículos elétricos (VE) permitem a transformação digital e geram resultados sustentáveis. Consideremos estas tendências globais: • Até 2050, mais de 80% da eletricidade do mundo poderá ser derivada de fontes renováveis; • O relatório BloombergNEF Electric Vehicle Outlook 2021 reporta que mais de 169 milhões de VE estarão nas estradas até 2030. Também estima que serão instalados 500 pontos de carga de VE até 2040; • De acordo com a IDTechEx, as vendas de VE aumentaram 160% no 1.º semestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. Segundo o Ministério dos Transportes do Reino Unido, o aumento da sua adoção depende da infraestrutura de carregamento.
COMO SERÁ O FUTURO DO TRANSPORTE NET-ZERO? Hoje, a neutralidade carbónica já é praticamente uma realidade na Noruega – cerca de 98% da sua eletricidade é renovável, e a quota de mercado de carros plug-in chega aos 84,6% – algo que, sem dúvida, proporciona a satisfação de ar limpo aos motoristas e ajuda a proteger o planeta. Estas tendências de mercado fundamentais estão a acelerar a transição para veículos movidos a energia elétrica, e os órgãos reguladores, tanto globais como locais, estão a exigir legislação específica para a utilização de formas mais limpas de energia. Por exemplo, já foram estabelecidos mandatos, no Reino Unido e em França, para eliminar www.oelectricista.pt o electricista 79
gradualmente os veículos convencionais com motor de combustão interna (ICE, na sua sigla em inglês) entre 2030-2040. Os cidadãos e governos em todo o mundo também estão a exigir mais sustentabilidade e menos emissões de carbono por parte dos produtos que consomem e utilizam. Aos olhos de grande parte do público, os VE oferecem uma solução eficaz e concreta para: • Reduzir a pegada de carbono provocada pelos transportes; • Aumentar a sustentabilidade; • Minimizar as emissões; • Otimizar o consumo de energia da rede. • No entanto, estes benefícios dependem do desenvolvimento de uma infraestrutura de carregamento robusta, que seja ao mesmo tempo acessível a nível global e fiável.
COMO CRIAR UMA REDE RESILIENTE? Algumas pessoas podem assumir que pontos de carregamento rápido e uma faturação precisa e instantânea são necessários para criar uma rede resiliente. Na minha opinião, a resposta está nas parcerias e na cooperação dentro da indústria, que impulsionam a inovação tecnológica. De acordo com um estudo recente da IDC, 96% das empresas já está a levar a cabo, ou considera, a cocriação com fornecedores para desenvolver novos produtos e serviços digitais sustentáveis e eficientes. À medida que aceleramos em direção a uma meta global de reduzir pela metade as emissões nos próximos oito anos, para estarmos em posição de atingir o estatuto net-zero até 2050, acredito que mais investimentos em
A indústria automóvel e a sociedade, como um todo, encontram-se num ponto crítico. Mais de mil milhões de veículos motorizados movidos a combustíveis fósseis circulam por dezenas de milhões de quilómetros de estradas, e a infraestrutura que os alimenta está prestes a mudar radicalmente. O atual ecossistema de mobilidade elétrica (eMobility) é composto por uma grande variedade de players, incluindo fabricantes de automóveis, operadores de postos de carregamento, empresas de serviços, prestadores de serviços, proprietários de frotas, fornecedores de postos de carregamento de veículos elétricos, proprietários e gestores de edifícios e os próprios condutores de VE. Estes stakeholders contribuem de forma única para a evolução de um sistema integrado que oferece o serviço necessário para se poderem atingir benefícios económicos e ambientais. Dentro do espaço da mobilidade elétrica, as parcerias podem ajudar a desenhar baterias de VE eficientes do ponto de vista energético (a energia da produção contribui para pelo menos 50% das emissões do ciclo de vida da bateria) e a identificar tarifas inteligentes com base na localização, tempo e energia utilizados – incluindo a capacidade de monitorizar o desempenho da infraestrutura de VE e retificar qualquer problema em tempo real. Por sua vez, isto impulsiona a procura pelo fabrico de VE e suporta uma adoção mais ampla por parte dos consumidores. Em suma, para que um transporte mais sustentável, mais eficiente e mais elétrico se possa tornar realidade tão rapidamente quanto possível, os players do setor devem entender a necessidade de celebrar parcerias sólidas entre si, para liderar a inovação tecnológica em escala. Os veículos elétricos podem guiar-nos para um futuro melhor – só temos de fazer a nossa parte a partir de agora.