atmosferas explosivas (1ª Parte)

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formação

atmosferas explosivas 1.ª PARTE

Texto cedido por Soler & Palau, Lda.

Parece-nos adequado começar por definir alguns conceitos e expor os comportamentos dos líquidos, vapores e gases em circunstâncias de inflamabilidade e explosão para apresentarmos, em seguida, o controlo que pode exercer-se com uma ventilação adequada das atmosferas contendo esses elementos.

Gás

Faísca

Explosão

Os líquidos em si não são inflamáveis, são os vapores que eles emanam que, com a presença de uma chama ou faísca, provocam a chama e a explosão. Estes vapores necessitam de uma determinada proporção de ar e da presença de uma fonte de ignição para ocorrer a inflamação. Por exemplo, os vapores da gasolina precisam de estar presentes no ar numa percentagem de 1,4% a 7,6% para que expludam. Por essa razão, é necessário manter a gasolina líquida em recipientes estanques e reduzir ao máximo o seu contacto com o ar durante o seu manuseamento. As técnicas de prevenção de incêndios e explosões baseiam-se na eliminação das fontes de ignição, evitar o contacto com o ar, garantir a estanqueidade do armazenamento dos líquidos, utilização de uma atmosfera de gás inerte e uma ventilação adequada para que se diluam as misturas e impeça a concentração de gases inflamáveis. A gasolina não é o único líquido que liberta vapores inflamáveis à temperatura ambiente. Na tabela apresentada no final são apresentados muitos outros líquidos combustíveis e inflamáveis de utilização comum. Ponto de inflamação, temperatura de ignição, limites de inflamabilidade, índice de evaporação, reatividade ao calor, densidade, índice de fusão, para além de outros fatores, devem ser tidos em consideração numa correta avaliação do risco a que estamos expostos. Quando ocorre o incêndio ou a explosão, todos estes fatores perdem importância e o controlo do sinistro passa para um outro nível.

Ar

Figura 1.

GÁS METANO + AR Ei (mJ)

Energia mínima para inflamar

40

280 mJ

20 mJ

CLASSIFICAÇÃO A associação americana NFPA define um líquido como sendo um fluído com uma pressão de vapor inferior a 172 kPa a 38 ºC. Outra classificação estabelece três categorias de líquidos inflamáveis, conforme estão esquematizados nas Tabelas 1 e 2. Muitos produtos combustíveis são sólidos a uma temperatura de 38 ºC ou superior mas, ao serem aquecidos, transformam-se em líquidos e libertam vapores inflamáveis. Ceras, polímeros, entre outros devem ser considerados em função dos líquidos e vapores a que dão lugar quando aquecidos.

ATMOSFERA EXPLOSIVA É toda a mistura com o ar, em condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis, sob a forma de gases, vapores, névoas ou poeiras, na qual, após a ignição, a combustão se propaga a toda a mistura não queimada (Definição contida na Directiva 94/9/CE).

N. T.: LIE - Limite inferior de explosividade LSE - Limite superior de explosividade

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Concentração %

LSE

Figura 2.

Tabela 1.

LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS (Ponto de inflamação < 38ºC)

Classe

Ponto de inflamação

Ponto de ebulição

IA

< 23 ºC

< 38 ºC

IB

< 23 ºC

> 38 ºC

IC Texto escrito de acordo com a antiga ortografia.

LIE

> 23 ºC < 38 ºC

Observações Em zonas geográficas onde se atinjam os 38ºC, basta uma ligeira subida de temperatura para que o líquido atinja o seu ponto de inflamação.


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