Knife 4.0 – rastreamento de produto após venda

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Jaime Silva1, Carlos Guerra2, Luís Perdigoto3, Eliseu Ribeiro4, Paulo Coelho5

Resumo — Este artigo descreve um sistema de prova-de-conceito para o rastreamento de facas, pelo fabricante, nas instalações de um cliente profissional, como um matadouro ou um talho. O sistema permite o registo das principais operações efetuadas com as facas, bem como o registo de acontecimentos anómalos (empenos, quebras, entre outros). A ideia de negócio em que se baseia o projeto insere-se no âmbito da “Indústria 4.0” e assenta na utilização de tecnologias de última geração. O projeto foi desenvolvido no âmbito da participação da academia EDUNET ESTG-IPLeiria no concurso internacional “Xplore New Automation Award 2018”, promovido pela empresa Phoenix Contact. Palavras-chave — Indústria 4.0, rastreamento de produto, PROFICLOUD, Xplore New Automation Award 2018.

I. INTRODUÇÃO A “Indústria 4.0” e as ferramentas tecnológicas que a suportam permitem a criação de novos modelos de negócio [1]-[5]. A vida completa de um item/produto pode ser digitalmente registada, não só dentro das instalações do fabricante (conceção, produção), mas também após a venda (perfis de utilização, desempenho). O esforço de recolha e partilha desta informação implica, contudo uma parceria entre fabricante e cliente, o que produz um valor acrescentado para os dois: o fabricante consegue melhorar o seu produto com base na informação de desempenho

robótica

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artigo científico

Knife 4.0 – rastreamento de produto após venda

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Jaime Miguel Conceição Silva é finalista da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria (2151721@my.ipleiria.pt).

2

Carlos Alexandre Canelas Guerra é finalista da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria (2151258@my.ipleiria.pt).

3

Luís Miguel Ramos Perdigoto é Prof. Adjunto no Departamento de Engenharia Eletrotécnica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria (luis.perdigoto@ipleiria.pt) e Investigador no Instituto de Sistemas e Robótica – ISR – Coimbra.

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Eliseu Manuel Artilheiro Ribeiro é Prof. Adjunto do Departamento de Engenharia Eletrotécnica da Escola Superior de Tecnologia e

robótica 114, 1.o Trimestre de 2019

Gestão do Instituto Politécnico de Leiria (eliseu.ribeiro@ipleiria.pt) e Investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra (INESC Coimbra). 5

Paulo Jorge Simões Coelho é equip. a Assistente 2.º Triénio do Departamento de Engenharia Eletrotécnica da Escola Supe-

em utilização real e o cliente recebe produtos melhorados e adequados às suas necessidades, e pode utilizar a informação recolhida para também otimizar os seus processos [6]. Neste artigo descreve-se o desenvolvimento de um sistema de rastreamento de um produto, pelo fabricante, ao longo da sua utilização nas instalações de um cliente. Considera-se o caso concreto de facas para utilização profissional, sendo o cliente um matadouro ou talho. O rastreamento das facas pode ser visto como um serviço pós-venda, com vantagens para o cliente ao nível de garantias estendidas, produtos customizados e acesso aos dados de utilização. Pode também ser assumido um modelo mais inovador, considerando-se a “faca como um serviço”, em que o cliente paga não a faca diretamente, mas sim a sua utilidade/utilização (a faca em si continua a pertencer ao fabricante/fornecedor do serviço). O projeto foi desenvolvido no âmbito da participação da academia EDUNET ESTG-IPLeiria [7] no concurso internacional “Xplore New Automation Award 2018” [8] promovido pela empresa Phoenix Contact [9] e com o patrocínio do Ministério Alemão da Economia e Energia. O projeto contou com a colaboração da empresa IVO Cutelarias [10], que disponibilizou equipamento e participou no desenvolvimento da ideia e da sua aplicação a um caso prático concreto.

II. FUNCIONALIDADES DO SISTEMA A proposta de projeto foi uma das selecionadas pelo júri do concurso “Xplore New Automation Award 2018” para continuar para a fase de implementação, com a atribuição de 3000€ em equipamento Phoenix Contact (o vídeo com a proposta do projeto pode ser visto em [11]). A especificação do sistema e das suas funcionalidades foi definida tendo em conta esse orçamento e a lista de equipamentos disponibilizados para aquisição. O sistema desenvolvido tem como objetivo servir como “prova de conceito” e como demonstrador tecnológico, e não como um sistema comercial finalizado. A Figura 1 mostra um esquema do sistema. O equipamento está dividido em duas vertentes: fabricante e cliente. Do lado do fabricante existe o sistema de recolha e armazenamento de informação (base de dados), que se encontra em comunicação com o subsistema do cliente. Do lado do cliente é instalada (pelo fabricante, que fornece o serviço) a infraestrutura que permite o rastreamento das facas e das suas operações. Este processo é facilitado pela utilização de uma tag RFID6 embutida no cabo de cada faca e que permite identificá-la unicamente. Os dispositivos de leitura colocados nas zonas de operação fazem a identificação e o registo da presença de cada faca.

rior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria (paulo.coelho@ipleiria.pt) e Investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).

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RFID – Radio-Frequency Identification


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