Robótica colaborativa na indústria alimentar
por Marta Caeiro
robótica
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reportagem
Milhares de PMEs da indústria alimentar por todo o mundo estão já a tirar partido dos benefícios da robótica colaborativa. Recorrem à automação para resolver a escassez de mão de obra, aumentar a produtividade e melhorar a qualidade do produto. Este webinar da Universal Robots mostrou como alcançar tais metas e libertar os trabalhadores de tarefas repetitivas no setor alimentar, ao automatizar as linhas de produção com os cobots.
O webinar aconteceu no dia 13 de outubro e foi conduzido por Miguel Oliveira, responsável comercial da Universal Robots em Portugal, que começou por fazer uma breve introdução à robótica colaborativa. “Quando falamos em robots colaborativos, a principal diferença que podemos identificar logo é a presença de humanos. Temos pessoas a trabalhar ao lado dos robots e a partilhar tarefas”. Também há diferenças na configuração, que no caso de um robot tradicional “é bastante complexa, demora algum tempo, é necessária experiência de programação. Num cobot [robot colaborativo] isso é feito de forma rápida e qualquer pessoa o pode programar”, explicou. Quanto a instalações, nos robots tradicionais estas estão fixas e no caso dos cobots são flexíveis. Por motivos de segurança, os robots tradicionais devem também estar fechados dentro de vedações, ao contrário dos cobots. Os custos são outro diferencial, sendo mais elevados no caso dos
robots tradicionais, devido a questões de segurança e programação. Outra característica bastante importante dos cobots é, para Miguel Oliveira, a segurança. Assim, os cobots da Universal Robots vêm equipados com 17 funções de segurança. “Em caso de colisão com uma pessoa, o robot pára instantaneamente”. Miguel Oliveira apresentou a família de robots colaborativos e-series, destacando aqueles que são os mais utilizados na indústria alimentar: o UR5e, usado no embalamento primário e secundário, e o UR10e para paletização ou embalamento terciário. “O robot UR10e vem equipado com um sensor de força binário integrado no punho, que é o ideal para aplicações onde seja necessário exercer uma força constante durante a trajetória ou detetar a posição de uma peça. Neste caso poderíamos usar esta funcionalidade para uma despaletização, por exemplo”, explicou o especialista. Os robots e-series da Universal Robots estão qualificados para trabalhar em sala
VANTAGENS DOS ROBOTS COLABORATIVOS: • São 65% mais pequenos do que os robots industriais tradicionais. • São certificados para executarem tarefas em salas limpas. • Podem ser deslocados, reprogramados e instalados em qualquer ângulo, para colaborarem com os trabalhadores de forma segura e eficiente, mesmo em espaços pequenos. • Podem completar até 15 ciclos por minuto no embalamento primário e secundário. • Adaptam-se a novos produtos e novas necessidades de produção num piscar de olhos.
limpa, o que, em indústria alimentar, “pode ser uma vantagem acrescida”. Mas as vantagens destes cobots na indústria alimentar não ficam por aqui: “Conseguimos uma redução de mais de 50% da área ocupada, comparando com a robótica tradicional; asseguramos uma operação contínua 24/7; temos trabalhadores capacitados e motivados - pessoas que podem interagir com os robots, criar ou ajustar mosaicos de paletização”. Miguel Oliveira não tem dúvidas: “Os nossos robots são uma ferramenta com vantagens competitivas e podem ser utilizados de forma flexível em diferentes aplicações e adaptados às necessidades da produção”.
CASOS DE SUCESSO Um pouco por todo o universo da indústria alimentar, são já várias as pequenas e médias empresas (PMEs) que estão a tirar partido dos benefícios da robótica colaborativa. Esta é uma tecnologia que permite a realização de serviços como: despaletização ou embalamento de garrafas; etiquetagem; manipulação de bandejas (de biscoitos, por exemplo); embalamento de caixas; aplicação de pick and place, entre outros.