Lubrificação de compressores frigoríficos
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2.a Parte 1.2. Tipos de lubrificantes Existem no mercado diversos óleos lubrificantes para aplicação em compressores frigoríficos, sendo que globalmente se podem dividir em dois grandes grupos, os lubrificantes minerais e os lubrificantes sintéticos.
Pedro Vieira Lubrigrupo Tel.: +351 232 470 607 · Tlm.: +351 935 252 575 / 932 255 111 www.lubrigrupo.pt
nota técnica
Vantagens e inconvenientes: Os óleos nafténicos foram uti-
1.2.1. Lubrificantes minerais:
lizados historicamente sobretudo em instalações com amo-
Este tipo de lubrificantes deriva diretamente da refinação
níaco, devido ao seu baixo ponto de congelação e ao seu
do crude e é uma mistura de hidrocarbonetos que pode ser
baixo custo. Estão limitados pela sua moderada resistência
“parafínica”, “nafténica” ou “aromática”, consoante o tipo de
ao stress térmico e pela sua elevada viscosidade «Brookfield»
moléculas predominantes.
a frio, o que faz com que atualmente não sejam os lubrificantes ideais nas modernas instalações de frio, especial-
1.2.1.1. Óleos minerais parafínicos hidrotratados São essencialmente cadeias carbónicas lineares e / ou rami-
mente se estivermos a falar de amoníaco. Aplicações : HCFC, Amoníaco (NH3).
ficadas, cuja designação química é “Alcanos”.
1.2.1.3. Óleos minerais aromáticos São hidrocarbonetos de cadeia cíclica insaturada (têm ligações Carbono-Carbono duplas). Devido ao seu reconhecido potencial carcinogénico não são utilizados atualmente.
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A sua produção faz-se através de uma destilação a baixa pressão, seguida da desaromatização (eliminação dos compostos aromáticos) e de uma desparafinação (para retirar os compostos parafínicos que solidificam às baixas tempe-
1.2.2. Óleos sintéticos
raturas dos evaporadores). Em seguida são sujeitos a uma
São óleos que, tal como o próprio nome indica, são prove-
hidrogenação para substituir os átomos de Oxigénio, Azoto
nientes da síntese química. Existem uma multiplicidade de
e Enxofre por átomos de Hidrogénio para tornar as molécu-
moléculas diferentes que servem de base aos óleos sintéti-
las mais resistentes ao stress térmico que leva normalmente
cos usados em refrigeração e não só, sendo que nos vamos
à oxidação das moléculas caso tenham estes átomos na sua
focar apenas nos tipos de lubrificantes mais utilizados em
composição.
compressores frigoríficos: as polialfaolefinas (PAO), os po-
Vantagens e inconvenientes: Os óleos parafínicos são utilizáveis numa maior amplitude térmica em relação aos
liolésteres (POE), os alquilbenzenos (AB), os polialquilenoglicois (PAG), e os Éteres polivinílicos (PVE).
óleos nafténicos. O seu comportamento com os fluidos frigorigéneos é bastante satisfatório, estando no entanto li-
1.2.2.1. Polialfaolefinas (PAO)
mitados na sua capacidade de lidarem com o stress térmico
São óleos sintéticos compostos por cadeias carbónicas linea-
pelo facto de serem óleos derivados diretamente do petró-
res, que ao contrário dos óleos minerais são feitos a partir de
leo, ao contrário dos óleos sintéticos cuja resistência térmica
síntese química, partindo da molécula de etileno (C2H2) para
é bastante superior, tendo os óleos parafínicos a viscosidade
produzir compostos como o Octeno o Deceno ou o Dodece-
«Brookfield» a frio mais elevada (algum arrastamento para o
no, moléculas com átomos de Carbono em linha (8, 10 e 12)
evaporador) e o coeficiente de tração mais elevado não per-
e com uma dupla ligação Carbono-Carbono na posição alfa
mitindo economia de energia com a sua utilização.
(posição que corresponde ao 1.º Carbono da cadeia), que de-
Aplicações : HCFC, Amoníaco (NH3).
pois sofre uma polimerização seguida de uma hidrogenação, dando origem a uma Polialfaolefina (PAO).
1.2.1.2. Óleos minerais nafténicos São hidrocarbonetos cíclicos saturados designados quimicamente por cicloalcanos (na Figura a vermelho), que podem ter ramificações lineares (parafínicas). A sua produção é feita com base num tipo de crude dito “nafténico”, rico precisamente em compostos nafténicos, proveniente maioritariamente da Venezuela.