reportagem
os desafios industriais do futuro OS CEO DEVEM LIDERAR A AGENDA DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL. texto e fotos de Carlos Alberto Costa
“O melhor líder não é necessariamente aquele que faz as melhores coisas. É aquele que faz com que pessoas realizem as melhores coisas.” As palavras do antigo Presidente americano Ronald Reagan, proferidas há mais de duas décadas, não perderam essência para os CEO da quarta revolução industrial. Na comunidade empresarial assume-se que é ao líder que cabe conduzir a agenda da transformação digital, rodear-se dos melhores e motivá-los para a mudança necessária. Num contexto de disrupção acelerada dos antigos modelos produtivos e de negócio, o setor industrial está hoje perante exigências de ajustamento a novas realidades. O ‘caderno de encargos’ é complexo mas indispensável para acertar o passo com a revolução digital, e esse caminho deve ser liderado pelo CEO de cada empresa. Esta foi uma das ideias com maior ressonância no decorrer do segundo pequeno-almoço executivo integrado no ciclo de três eventos que a APDC (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações) organizou em Lisboa com o patrocínio da Schneider Electric. Dedicado a temáticas relacionadas com os desafios que as indústrias enfrentam nas novas economias digitais, o encontro realizado no dia 4 de dezembro no Pestana Palace Hotel, contou com a presença do secretário de Estado da Economia, João Correia Neves. Presentes também o Presidente da APDC, Rogério Carapuça, e o ‘estado-maior’ da Schneider Electric, que incluía o presidente ibérico, Josu Ugarte, e o Country Manager, João Rodrigues. Na sala estava cerca de uma centena de empresários e gestores de várias áreas, da IT à energia. Na sua intervenção, o secretário de Estado da Economia destacou a validade global
do debate sobre a revolução digital e a sua importância na transformação das economias. “Este é um processo de transformação que veio para ficar, que é muito mais rápido do que as revoluções industriais do passado. A transformação que o digital permite é algo que temos que perceber do ponto de vista da sua concretização económica e das soluções organizacionais que pode viabilizar”, referiu o governante. “Estamos a falar, não apenas de uma tecnologia, mas de um processo que vai permitir uma reengenharia das estruturas económicas com uma diferenciação muito significativa em relação ao passado. Isso exige perceber as tendências e estruturar as respostas, mas também perceber as competências necessárias dos recursos humanos e as formas de acumulação de conhecimento que a tecnologia permite”, sublinhou Correia Neves. “Não concebo que a atividade política e a atividade de construção dos instrumentos públicos seja feita do Estado para as empresas, mas tem que ser construída de uma forma segura em parcerias que se vão desenvolvendo entre as instituições públicas e os agentes económicos, e podem contar comigo para essa construção partilhada da-
quilo que são soluções que possam ser úteis para os agentes económicos e para o país, no sentido de sustentar o crescimento e o desenvolvimento económico que todos desejamos”, referiu o secretário de Estado da Economia.
VISÃO HOLÍSTICA Josu Ugarte, Presidente da Schneider Electric para a Península Ibérica, orador principal do evento, falou do impacto da disrupção digital nas empresas. “A Internet das Coisas está a mudar o mundo e vamos passar da complexidade, a um mundo de oportunidades. O futuro vai ser exponencial e, como tal, não podemos seguir com a mesma dinâmica do passado, a mudança passa por melhorar a competividade e isso faz-se hoje através dos dados. Os dados são absolutamente fundamentais para ser competitivo. Quem não possui dados, não sabe como vai ganhar dinheiro”, declarou o orador. Josu Ugarte salientou, igualmente, a importância do setor industrial, pois “cada emprego que cria tem um efeito multiplicador nos restantes setores da economia”.
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