informação técnico-comercial
tirando proveito do vento no mar A energia eólica offshore é uma das fontes mais promissoras de energia renovável e os parques eólicos flutuantes são, em particular, uma área de crescente interesse. Isto ocorre porque estes apresentam potencial para aumentar significativamente a área marítima disponível para parques eólicos offshore, especialmente em países com águas rasas limitadas, como o Japão.
Os parques eólicos flutuantes podem ser localizados mais afastados da costa, reduzindo o impacto para as comunidades, enquanto permite que as turbinas trabalhem com ventos mais fortes e regulares. Embora a maioria das turbinas eólicas flutuantes comerciais esteja na fase inicial de desenvolvimento, a Ideol, uma referência em energia eólica offshore flutuante, está na vanguarda da introdução destas turbinas no mercado. A Ideol instalou, recentemente, a turbina eólica Floatgen, de 62 metros de altura, no local de teste SEM-REV da Ecole Centrale de Nantes. Localizada a 20 km da costa do Atlântico, em França, a turbina eólica fornece energia para a rede francesa desde o dia 18 de setembro de 2018. Atualmente em funcionamento sob condições de teste, a turbina eólica flutuante já superou ondas de 5 metros de altura e ventos de 15 metros por segundo, o que comprova o seu alto desempenho no mar. Se utilizadas em instalações em escala real, as turbinas eólicas flutuantes da Ideol poderão fornecer energia para milhões de pessoas. A “aventura” da Ideol começou em 2010, quando Paul de la Guérivière e Pierre Coulombeau decidiram explorar o conceito de uma turbina eólica flutuante, que acreditavam ser um complemento indispensável para as turbinas eólicas offshore, por norma construídas sobre uma base fixa ao fundo do mar. A principal vantagem de uma turbina eólica flutuante é que esta pode ser instalada em zonas marítimas com profundidades superiores a 35 a 40 metros, mais profundas do que é possível com instalações fixas no fundo do mar. Devido aos ventos mais fortes, porém, mais constantes, que ocorrem mais longe da costa, uma turbina eólica flutuante pode produzir energia de forma mais regular, levando à redução dos custos finais de energia. Estar mais afastado do litoral limita o impacto visual, bem como quaisquer problemas negativos com a fauna marinha. Da mesma 68
forma, uma turbina eólica flutuante pode ser mais facilmente desmontada do que uma solução fixa. Para realizar o seu sonho, os dois engenheiros fundaram a Ideol, localizada perto de Marselha, França, e patentearam a sua plataforma de anéis quadrados – que pode acomodar qualquer tipo de turbina – e a piscina de amortecimento no centro, que garante a estabilidade da plataforma. Simultaneamente foi criado um consórcio europeu com 7 parceiros, incluindo a Bouygues, líder mundial em engenharia civil e a École Centrale de Nantes, para lançar um teste em grande escala com o apoio do programa FP7 da União Europeia (o 7.º Programa – Quadro de Pesquisa e Inovação). A construção da Floatgen aconteceu perto de Nantes, em Saint Nazaire, e Serge Gracia, gestor de projetos estratégicos da Ideol, afirma: “quando nos instalámos em Saint-Nazaire, esta aventura extraordinária, mas emocionante, tornou-se uma realidade do dia-a-dia. Para cada um de nós houve orgulho em ser o primeiro a demonstrar a solução flutuante da Ideol e participar na construção da primeira turbina eólica offshore, em França. Estamos orgulhosos do nosso trabalho e superámos muitos desafios técnicos. Em alguns meses, conseguimos construir a base, desenvolver e criar o protótipo e realizar testes”.
A SKF foi contratada pela Ideol para realizar a auditoria inicial da condição da turbina Vestas V80 adquirida para o projeto Floatgen. Uma equipa da SKF Solution Factory France examinou os rolamentos principais, a qualidade da massa lubrificante e o sistema elétrico do gerador, usando um analisador Baker para este último. Um sistema contínuo de monitorização da condição foi instalado para vigiar toda a cadeia cinemática do equipamento (chumaceiras principais, caixa de engrenagens, gerador), permitindo que o desempenho vibratório da máquina seja monitorizado remotamente. A Ideol tem já outros projetos importantes a decorrer, como um parque eólico com 4 turbinas de 6 MW no sul da França e um projeto em escala comercial ao largo do Japão. De facto, o CEO da Ideol, Paul de la Guérivière, diz: “em 2030, perto da costa do Mediterrâneo, a produção de energia eólica flutuante pode chegar a 3 GW, o que equivale ao consumo de eletricidade para 6,8 milhões de pessoas”. Pensa-se que bons ventos irão soprar no futuro da Ideol e dos seus flutuadores. SKF Portugal – Rolamentos, Lda. Tel.: +351 214 247 000 � Fax: +351 214 173 650 skf.portugal@skf.com � www.skf.pt