Manutenção na Indústria 4.0: ativos inteligentes, conexões cloud e manutenção preditiva

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Manutenção na Indústria 4.0: ativos inteligentes, conexões cloud e manutenção preditiva

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INTRODUÇÃO As paragens não planeadas devido a falhas nos sistemas de produção causam altas perdas económicas. A importância dos sistemas e planos de manutenção é fundamental para reduzir esse impacto.

ATIVOS INTELIGENTES

As novas tecnologias que surgiram com a chamada Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0 permitem-nos melhorar processos de manutenção para que sejam

Programas de Manutenção preditiva

muito mais eficientes. Neste artigo, vamos ver como esses Jaime Cabrera Martínez Responsável de Mercado Maquinaria Iberia Weidmüller S.A.

dossier sobre linhas de produção e a sua manutenção

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novos avanços nos permitem reduzir os tempos de paragem e até mesmo antecipar-nos, antes que aconteçam.

Figura 1. Ativos inteligentes.

Ou seja, como estas novas tecnologias permitem melhorar a manutenção corretiva e como abrimos as portas para a manutenção preditiva.

PROTOCOLO NO NÍVEL DE CAMPO: FDT/DTM, IO-LINK, HTML O protocolo FDT/DTM (Field Device Tool/Device Type

OS ATIVOS INTELIGENTES

Manager) é um protocolo de troca de dados que permite

O nível de campo é o mais baixo da pirâmide de automa-

a comunicação com dispositivos, independentemente da

ção e compreende todos os dispositivos e funções que vão

ferramenta de engenharia utilizada e do bus de comunica-

desde a captura ou atuação dos sinais de campo até ao

ção, desde que sejam compatíveis com FDT. Para enten-

Controlador ou PLC. O principal equipamento a nível de

der o seu funcionamento, o mais simples é pensar num

campo pode hoje ser definido em três grupos principais:

equivalente no ambiente de escritório, como por exem-

sensores e atuadores, condicionadores de sinal, e sistemas

plo uma impressora. Quando instalado o driver desta num

de E/S distribuídos.

computador, podemos usá-la a partir de qualquer progra-

A evolução no nível de campo passa pelo conceito de

ma ou aplicativo que estejamos a utilizar (Office, e-mail,

descentralização e inteligência distribuída. Elementos de

navegadores da web, entre outros). Nesse caso, o DTM,

campo devem oferecer novos recursos para aumentar a

que é o arquivo de descrição do dispositivo fornecido

flexibilidade e a disponibilidade. Por exemplo, um sensor

pelo fabricante, seria o equivalente ao driver da impres-

que anteriormente apenas nos dava um sinal digital agora

sora, de modo que qualquer programa baseado ou pre-

deve poder aceitar diferentes configurações, integrar fun-

parado para o FDT poderá entender e pode comunicar-se

ções de diagnóstico, ser plug-and-play, entre outros. Essas

com o dispositivo.

funções devem ser usadas para o desenvolvimento de no-

Além disso, a especificação FDT/DTM exige que todos

vas aplicações mais complexas, como por exemplo para

os computadores compatíveis tenham uma interface grá-

realizar a manutenção preventiva graças a advertências

fica de utilizador (GUI) que simplifique tanto a aquisição

sobre o tempo de ciclo de vida dos diferentes componen-

de dados do processo como o diagnóstico e a configura-

tes inteligentes, para alterar a configuração dos sensores

ção do equipamento de forma rápida e conveniente. Até

dependendo do tipo de produto para realizar, quase ime-

ao momento, a maioria dos fabricantes suporta este

diatamente, substituição de dispositivos com download au-

protocolo, evitando a necessidade de vários softwares e

tomático da configuração para reduzir horas de paragem,

simplificando a integração de diferentes dispositivos de

incluem deteção de anomalias para antecipar possíveis pro-

campo na instalação.

blemas, entre outros.

O IO LINK foi projetado e desenvolvido para fornecer

Encontramo-nos diante de novos dispositivos de

uma solução económica para a integração de sensores in-

campo ou recursos inteligentes que devem incorporar

teligentes dentro da rede fieldbus (protocolo de campo).

funcionalidades como a tomada de decisões individual,

Requer a existência de um equipamento mestre IO LINK

ser configuráveis, parametrizáveis e com autodiagnós-

ao qual os diferentes dispositivos slave IO LINK (senso-

tico e funções de comunicação para permitir o envio de

res e atuadores) estão conetados. Este master pode, por

dados usando protocolos padronizados para camadas

sua vez, ser integrado numa rede com um protocolo de

superiores e na cloud.

campo determinista.


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