6
espaço CPI
paisagens lumĂnicas – o AURA Festival 2015 Samuel Roda Fernandes
Chegados ao fim de 2015, o Ano Internacional da Luz, iniciativa a que o Centro PortuguĂŞs de Iluminação desde logo se associou atravĂŠs da L-RO (Lighting-Related Organizations), apoiando o AURA Festival1, evento que, sob o tema “Paisagens LumĂnicasâ€?, celebrou a relação poĂŠtica entre a noite, a arte, a iluminação e a paisagem2. A I edição do AURA Festival decorreu entre 27 e 30 de agosto de 2015 em Sintra, no âmbito das comemoraçþes do Ano Internacional da da UNESCO da “Paisagem Cultural de Sintraâ€?. O evento foi concebido e produzido pela Criaatividade CĂłsmica – Associação Cultural, uma plataforma de Projecto Urbano, Arte PĂşblica, Iluminação e Intervenção Social que, para esta iniciativa, contou com a parceria estratĂŠgica da Câmara Municipal de Sintra e com o patrocĂnio de vĂĄrias empresas e o apoio de algumas instituiçþes culturais, cien Procurou-se coordenar e integrar artistas de vĂĄrias nacionalidades e diferentes linguagens (artes plĂĄsticas, arquitetura, design de luz, performance, teatro, vĂdeo mapping, mĂşsica, mixed-media e vĂdeo games) ao mesmo nais da comunidade atravĂŠs da produção de novos suportes de memĂłria que nasceram da relação entre os habitantes com os espaços quotidianos. O Festival, como intervenção artĂstica e urbana, foi composto por vĂĄrias instalaçþes, num total de 26 peças dos artistas Alfred Kurz (Alemanha), AngĂŠlica Evrard (Brasil), Anuk Miladinovic (SuĂça), Bruno Carvalho (Portugal), Carlos de Abreu (Alemanha, Portugal), Criaatividade CĂłsmica (Portugal), Javier Aldarias + WWB (Espanha), Jean Marc Dercle (França,
1 www.aurafestival.pt 2 A temĂĄtica entre a luz e a paisagem vai ser ainda aprofundada no SeminĂĄrio que o CPI estĂĄ a desenvolver juntamente com algumas instituiçþes ligadas a esta relação que nĂŁo tem limites fĂsicos nem temporais. www.oelectricista.pt o electricista 54
Portugal), LuĂs PatrĂcio (Portugal), Maximilian Bayer (Alemanha), Moritz Walser (Alemanha), Oskar & Gaspar (Portugal), PatrĂcia Freire (Portugal), PSTR (Portugal), Rethorica (Portugal), Samuel Roda Fernandes (Portugal) e TomĂĄs Martins (Portugal), que se foram apropriando do espaço urbano com o seu e largos, parques e zonas de estacionamento automĂłvel, alcançando uma coerĂŞncia sistemĂĄtica de relacionamento, leitura e fruição entre as obras de arte e os vĂĄrios locais do percurso onde foram instaladas. O festival contou com mais de 30 000 visitantes e uma boa receção por parte da comunicação social, numa demonstração da oportunidade do conceito AURA Festival, que pode a partir de agora ser considerado uma iniciativa que aspira Ă regularidade legitimada pela qualidade e pertinĂŞncia enquanto intervenção urbana, revelando uma clara ! " # $ %'* Ficou demonstrado, recorrendo Ă comunicação e ao envolvimento do tecido econĂłmico, empresarial e social que a Arte, a CiĂŞncia e a Tecnologia sĂŁo agentes mobilizadores de uma relação planeada e sustentĂĄvel; da im / dos vetores estruturantes dos contextos urbanos e rurbanos. Ao colocar na praça pĂşblica um evento que trouxe as pessoas para a rua durante a noite, e as fez refletir sobre a sua relação com a luz e as paisagens notur-
nas, o AURA Festival mostrou-se um evento transversal revelador de uma identidade contemporânea da vila de Sintra. A ĂĄrea de intervenção integrou segmentos pedonais e viĂĄrios ao longo de um caminho que atravessou a vila de Sintra, desde a zona da Estefânia Ă vila velha. Este percurso foi pontuado por vĂĄrios projetos-luz que se enfatizaram atravĂŠs de uma sinalĂŠtica baseada na alteração de cor da Iluminação PĂşblica. Esta alteração de cor, para alĂŠm de retirar intensidade Ă iluminação permanente, revelou uma nova perceção das ruas e jardins, ajudando a O festival estendeu-se por um percurso entre o MU.SA – Museu das Artes das Artes de Sintra e o PalĂĄcio Nacional de Sintra. O MU.SA foi o ponto de encontro, onde esteve uma instalação vĂdeo interativa, daqui partia para Avenida Heliodoro Salgado (instalaçþes de vĂdeo e lumĂnicas), Largo Afonso de Albuquerque (açþes paralelas desenvolvidas pelo Centro de CiĂŞncia Viva de Sintra), Cor-