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luzes
o desafio das antenas dos telemóveis Os mais idosos, mas não tão idosos assim, ainda se lembrarão do tempo em que o telemóvel era um equipamento que só permitia comunicar através da rede móvel de comunicações e, por isso, só com ela trocava sinais, tendo um pequeno apêndice que os mais informados sabiam tratar-se da antena, através da qual os sinais eram emitidos e recebidos. Com a evolução, os telemóveis passaram a ter mais funcionalidades e, simultaneamente, perderam o tal apêndice, parecendo, por isso, que deixaram de necessitar de antena para funcionar. Tal não é verdade, bem pelo contrário, ganharam antenas. As antenas dos telemóveis são um constante desafio para os projetistas destes equipamentos. Por razões de estética e de dimensão, atualmente é impensável dotar estes dispositivos de antenas que constituam apêndices percetíveis exteriormente. Simultaneamente, hoje em dia os telemóveis possuem uma multiplicidade de funcionalidades, que necessitam de vários tipos de ligação distintos. Acontece que não há emissão/receção de informação sem antenas e, assim, os telemóveis têm de ter várias antenas a funcionar em simultâneo. Tipicamente, os smartphones atuais possuem duas antenas para a ligação wi-fi, uma para a ligação Bluetooth, uma para o GPS e duas, ou quatro, para as comunicações móveis. Como se pode perceber, estamos perante um paradoxo. Por um lado, pretendemos ter equipamentos mais compactos e mais leves, por outro, queremos adicionar-lhes cada vez mais funcionalidades que implicam utilizar mais antenas. Atualmente, as antenas existentes nos equipamentos estão no interior e o esforço de compactação que foi feito ao nível da eletrónica digital, também se fez nas antenas. Contudo, tratando de um dos elementos analógicos do sistema, a compactação possível é mais limitada. Utilizar a mesma antena para todas as funcionalidades está fora de questão, na medida em que são utilizadas frequências de transmissão diferentes, a que correspondem caraterísticas diferentes para as respetivas antenas. Além do desafio da diminuição do tamanho das antenas, há ainda outros desafios a vencer, um deles é o problema da interferência entre elas. Dado que as diversas antenas se situam muito próximas entre si, mesmo que os sinais sejam de relativamente fraca intensidade, o risco de o funcionamento de uma antena provocar interferências nas restantes é grande. Os especialistas em design de antenas não se têm poupado a esforços para conseguir dar resposta cabal aos diferentes desafios. Para cada uma são utilizados materiais e técnicas sofisticadas para melhorar a sintonia do respetivo sinal e o desempenho conseguido é bastante bom, não se verificando, habitualmente, qualquer problema. No entanto, os desafios vão continuar, na medida em que com o desenvolvimento da tecnologia 5G a velocidade de transmissão da informação vai aumentar muito. Dos 100 Mbits/s típicos da tecnologia 4G, com 5G vamos passar para 1 a 10 Gbits/s, o que implicará um apreciável aumento da largura de banda de transmissão, falando-se em larguras que poderão atingir os 2 GHz e frequências de transmissão que poderão ser da ordem dos 70 GHz. Isto constitui um enorme desafio para o projeto de sistemas de antenas capazes de responder eficazmente a estas exigências técnicas. Quando utilizamos um telemóvel, estamos longe de perceber a sofisticação existente nos seus componentes, mesmo que seja uma ”simples” antena. Chegados que estamos ao último número da revista do ano de 2018, cumpre-me manter a tradição de desejar a todos os clientes, colaboradores e leitores da revista, um Ano Novo de 2019 pleno de sucessos, a todos os níveis.
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Custódio Pais Dias, Diretor
Chegados que estamos ao último número da revista do ano de 2018, cumpre-me manter a tradição de desejar a todos os clientes, colaboradores e leitores da revista, um Ano Novo de 2019 pleno de sucessos, a todos os níveis.