DOSSIER SOBRE PREVENÇÃO, MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO
O erro humano na manutenção de um equipamento Pedro de Sousa Rompante Eng.º Mecânico
e :åŸƋÅŅ Ú± a±ĹƚƋåĹÓÅŅ æ ÚåĀĹĜÚ± ŞåĬ± )c ŎƐƐLjƅ ÏŅĵŅ ƋŅÚ± ± ÏŅĵÆĜűÓÅŅ Úå ƋŅÚ±Ÿ ±Ÿ ±ƋĜƴĜÚ±ÚåŸ Úå čåŸƋÅŅ ŧƚå ÚåƋåųĵĜűĵ ŅŸ ŅÆģåtivos, a estratégia e as responsabilidades respeitantes à manutenção, e que os implementam por diversos meios como o planeamento, o controlo e supervisão da manutenção e a melhoria de métodos na organização, incluindo os aspetos económicos [1].
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WXE HIǻRM±S ³ QYMXS EFVERKIRXI JSGERHS SW EWTIXSW IWWIRciais para uma Gestão da Manutenção de sucesso. Mas, esGSRHMHS IQ XSHSW IWX« E MRǼY´RGME LYQERE RE 2ERYXIR±S * TIWI IQFSVE E WYE MQTSVX¬RGME IWXE HIǻRM±S RS E GMXE I\TPMGMXEQIRXI 5SHIVIQSW EǻVQEV UYI IPE IWX« TVIWIRXI RE WYTIVZMWS na melhoria contínua, na organização, entre outros. No entanto, a MRǼY´RGME LYQERE RE 2ERYXIR±S IWTIGMEPQIRXI EUYIPE UYI ³ IǻGE^ I IǻGMIRXI ³ TEVXMGYPEVQIRXI MQTSVXERXI I QIVIGI YQE EXIR±S cuidada.
1. ONDE É QUE A AÇÃO HUMANA TOCA A MANUTENÇÃO Quando pensamos na ação humana na Manutenção, frequentemente pensamos nos técnicos de Manutenção e nos utilizadores dos equipamentos. No entanto, durante o ciclo de vida de um equipamento, existem muitas mais pessoas envolvidas: • O decisor que decide a aquisição do ativo; • As pessoas que selecionam a função que o ativo vai desempenhar; • Os projetistas do bem, essenciais para assegurar uma elevada manutenção do bem; • Os instaladores do bem; • Inspetores e outros elementos independentes que avaliam, de forma independente, o bem. 8SHEW IWXEW TIWWSEW MRǼYIRGMEQ E JSVQE GSQS S FIQ ZEM STIVEV I também a forma como a Manutenção poderá ser efetuada. Caso os projetistas sejam sensíveis às necessidades de manutenção, vão garantir um fácil acesso aos elementos sujeitos a uma manutenção de alta frequência, e vão criar condições para limitar o desenvolvimento dos modos de falha, como a corrosão, por exemplo. As pessoas que vão selecionar a função são igualmente fundamentais. Um bem destina-se a cumprir uma função, no seu contexto operacional. A função, que deve ser algo perfeitamente mensurável e perfeitamente avaliável, tem de ser adequada à realidade onde vai operar. Um equipamento que opere fora da sua capacidade operacional vai ter custos desproporcionados de Manutenção, e não será possível, por mais que se tente, otimizar a sua utilização. Igualmente essenciais são os instaladores do bem. No momento do arranque, a probabilidade de falha de um bem é máxima, conforme demonstrou Moubray [2]. A montagem de um bem é o momento onde se começam a desenvolver inúmeros modos de falha, que muitas vezes estão associados ao erro humano [2] [3]. A temática do erro humano assume hoje uma importância crescente na Manutenção. A aviação comercial compreendeu o seu impacto há vários anos. Uma avaliação realizada pelo ĻЃåÚƐ UĞĻďÚŇķƐ 8ĮĞďĚƒƐ ±üåƒDžƐ ŇķķЃƒåå [4] encontrou 10 razões para as falhas na Manutenção. As 5 razões mais importantes são:
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MANUTENÇÃO 138/139
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Não seguir informação técnica conhecida ou outras instruções; Utilização de procedimento não referenciado em informação técnica; Supervisores de manutenção aceitam a não utilização de dados técnicos ou não seguem instruções de manutenção; Registo incompleto das atividades realizadas; Falta de atenção ao detalhe.
O que está por detrás destas falhas humanas, aparentemente inaceitáveis, mas que existem mesmo em atividades altamente reguladas, como a aviação comercial?
2. O ERRO HUMANO E A MOTIVAÇÃO DAS PESSOAS A ideia que a manutenção pode ser uma fonte de problemas é um conceito ainda relativamente novo, e que pode ser difícil de aceitar. Reconhecendo esse efeito, o trabalho da manutenção, a sua organização e planeamento são imediatamente vistos com outros olhos. Um grande problema é a existência de uma manutenção excessiva, ou seja, uma manutenção que não é necessária e que acrescenta modos de falha aos equipamenXSW )I JEGXS QEMW QERYXIR±S RS WMKRMǻGE QIPLSV QERYXIR±S ? A Mesmo os setores mais regulados não estão imunes ao erro humano [3] [4]. Podemos ser tentados a erradicar o erro humano, recorrendo a inúmeras regras e procedimentos, mas não seremos bem-sucedidos. O erro humano é intrínseco à natureza humana e deve ser sempre esperado. Para podermos gerir o erro humano, temos de alterar as condições em que o trabalho da manutenção é executado [3]. De onde surge o erro humano? De vários fatores psicológicos [3]: • A atenção é extremamente limitada e facilmente perturbável por fatores externos; • A concentração é difícil de alcançar e dura apenas pequenos períodos; • O stress e a interação social, especialmente no local de trabalho; • O trabalho realizado em dessintonia com os ciclos circadianos, esTIGMEPQIRXI XVEFEPLS TSV XYVRSW I SY HYVERXI E RSMXI • O uso do senso comum, baseado em experiências passadas, que não foram validadas. Ao aceitarmos que o erro humano é inevitável, a forma como vamos gerir o trabalho da manutenção tem de mudar, para que a probabilidade de erro baixe e também para que os efeitos do erro não se façam sentir, pese embora o erro exista. O que podemos fazer?[3]: • Dar formação nos fatores que provocam erros; • Encorajar o treino mental das atividades, antes destas serem executadas; • Garantir que o trabalho de manutenção seja executado por quem esteja habilitado para tal; • Gerir a fadiga;