Imprima‑Se em 3D: Impressao 3D no setor da Metalomecanica

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Américo Costa Departamento de Formação

A Impressão 3D é uma forma de tecnologia de fabricação aditiva onde um modelo tridimensional é criado por sucessivas camadas de material. Configura-se como uma tecnologia rápida e de mais fácil utilização do que outras tecnologias de fabricação aditiva e irá competir, de forma avassaladora, com as tecnologias subtrativas (arranque de apara) dominantes na indústria atual.

robótica

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especial sobre impressão 3d

Imprima-Se em 3D Impressão 3D no setor da Metalomecânica

DESENVOLVIMENTO A Impressão 3D assume-se como um processo que oferece, de forma célere, a quem cria novos produtos a capacidade de obtenção de modelos físicos num único material ou diferentes materiais. Este recurso permite com elevada eficácia e precisão reproduzir a aparência e funcionalidade do protótipo de um produto ou mesmo obter modelos finais. Trata-se de uma tecnologia em franca evolução e expansão, havendo ecos da sua utilização nas mais diferentes áreas. Hodiernamente, já é possível obter modelos físicos em diferentes materiais e com graus de acabamento e de precisão que ultrapassam os processos de fabrico convencionais. Num futuro próximo, a produção de muitos dos objetos de uso quotidiano concretizar-se-ão através destas tecnologias aditivas, não só em versão industrial, mas ainda em versão doméstica. É, por isso, que a presença de uma impressora 3D será uma realidade comum em muitas casas. Estamos perante a tecnologia

de fabrico do futuro, já que o seu processo de funcionamento vai de encontro ao próprio modo como a matéria está organizada, ou seja, por camadas. Numa perspetiva evolutiva e preditiva advoga-se que a espessura destas camadas chegará mesmo a um nível atómico. A indústria portuguesa é conhecida pelo fabrico de produtos diversos, desde o setor metalúrgico e metalomecânico até ao setor do calçado, passando pelo mobiliário de madeira e metálico... e tantos outros. O fabrico destes diversos produtos está, muitas vezes, suportado em equipamentos e matérias-primas importadas, logo, dispor de uma tecnologia produtiva alternativa ao fabrico desses mesmos produtos é a abertura de uma brecha na nossa dependência externa. O setor Metalúrgico e Metalomecânico é apontado em muitos relatórios económicos como um setor marcadamente exportador, porém, não nos podemos esquecer que este depende

largamente da importação, designadamente de matéria-prima, ferramentas e, sobretudo, máquinas-ferramentas, outrora fabricadas em Portugal. Nas décadas de 80 e 90 a integração da eletrónica e da informática despoletou uma quebra no índice produtivo nacional destes equipamentos, destacando-se os dedicados ao Arranque de Apara, Tornos CNC e Centros de Maquinagem. Se anteriormente nos afirmamos, enquanto país exportador deste tipo de equipamentos, cuja carteira de clientes incluía grandes potências industriais, como o Japão, Canadá e Estados Unidos, hoje enformamos uma nova condição enquanto mercado importador. Na corrida da tecnologia de ponta, Portugal ainda não conseguiu inverter este saldo tecnológico negativo. Os finais dos anos 80 e início da década de 90 coincidiram com o declínio e o encerramento de algumas empresas dedicadas ao fabrico destes equipamentos. O aparecimento de uma nova tecnologia (Impressão 3D) é a oportunidade certa para que a indústria portuguesa volte à ribalta no fabrico de diversos equipamentos deste tipo. Somos conhecidos como um povo criativo e inovador, por isso não podemos continuar subjugados ao desenvolvimento tecnológico imposto por outros países. Somos capazes de apanhar esta onda evolutiva, de fabricar e usar estes equipamentos ligados às tecnologias «aditivas». Detendo o potencial produtivo destes equipamentos a nossa criatividade natural cuida e oferece a liderança mundial. A nossa criatividade está, muitas vezes, restringida pela necessidade de importação de equipamentos e matérias-primas onerosas. Uma estratégia adequada para o país seria apoiar, de forma significativa, métodos e uso de matérias-primas que pudessem ser libertadores desse fardo que é a importação. Temos consciência que muitos dos equipamentos produ-


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