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dossier sobre automação e gestão técnica de edifícios
revisão da directiva EPBD estimula os sistemas de gestão técnica Francisco Castelo Pombas Diretor Comercial da domótica sgta
Com o desafio da neutralidade carbónica em 2050 como pano de fundo para todas as políticas energéticas, reforçado uma vez mais na cimeira do clima (COP 24) de Katowice na Polónia, onde os cientistas do Painel Intergover namental, para as Mudanças Climáticas (Giec) sublinharam que para permanecer abaixo dos 1,5°C seria necessário reduzir as emissões de CO2 em cerca de 50% até 2030 em relação a 2010, a revisão da directiva comunitária relativa à performance energética dos edifícios (EPBD) de maio de 2018 vem reforçar as medidas já propostas aos vários estados-membros em 2010. Na União Europeia, os edifícios – habitação e serviços – são responsáveis por cerca de 40% do consumo energético e por 36% de todas as emissões de CO2, pelo que descarbonizar este sector até 2050 é um contributo determinante para se atingirem os objectivos globais assumidos pelos vários países signatários dos referidos acordos, nos quais Portugal se inclui e tem tido um papel de destaque, sendo actualmente o 14.º país do mundo com melhor desempenho no combate às
Fonte: https://descarbonizar2050.pt/roteiro/
alterações climáticas (segundo o Índice de Desempenho das Alterações Climáticas). É este o desafio com que todos estamos confrontados – estados, empresas e famílias. No caso dos edifícios de serviços, o Roteiro para a Neutralidade Carbónica – RNC2015 – aponta para antes de 2040 a descarbonização total deste sector.
fonte: https://descarbonizar2050.pt/uploads/RNC2050_Sessao_publica_4dez2018
Texto escrito de acordo com a antiga ortografia. www.oelectricista.pt o electricista 66
A recente revisão da directiva comunitária relativa à performance energética dos edifícios (EPBD) de maio de 2018 vem reforçar as medidas já propostas aos vários estados-membros em 2010, com um enorme foco nos edifícios com necessidades quase nulas de energia (NZEB), sejam eles novas construções (obrigatório em edifícios públicos até ao final de 2018 e em edifícios privados até ao final de 2020), ou transformações profundas nos edifícios existentes. Esta mesma directiva realça o papel determinante da automatização dos edifícios para se atingir essa classificação NZEB, criando um indicador de aptidão para tecnologias inteligentes (Smart Readiness Indicator – SRI), a ser utilizado para medir a capacidade dos edifícios para utilizar tecnologias de informação e comunicação e sistemas electrónicos com vista a adaptar o funcionamento do edifício às necessidades dos ocupantes e à rede, bem como para melhorar a sua eficiência energética e o seu desempenho global. Nesta revisão da EPBD, os Sistemas de Gestão Técnica Centralizada (GTC, ou BACS em inglês) viram reforçado o seu papel na condução das instalações técnicas dos edifícios, sendo uma ferramenta imprescindível para maximizar a eficiência energética, garantindo o conforto dos ocupantes, e sendo indispensáveis na gestão da manutenção das instalações. A própria proposta de cálculo do SRI – Smart Readiness Indicator incide sobre 10 instalações técnicas distintas (denominadas domínios), muito para lá das tradicionais, nomeadamente aquecimento, arrefecimento, águas quentes sanitárias, ventilação controlada, iluminação, envolvente dinâmica, geração local de energia renovável, gestão das reais necessidades dos ocupantes/espaços, carga de veículos eléctricos e monitorização & controlo. Pretende-se que o SRI seja um indicador de fácil leitura que reflicta qual o impacto que cada uma das instalações técnicas atrás referidas terá em 8 áreas distintas: energia, flexibilidade face à rede, geração local, conforto, comodidade, saúde & bem-estar, manutenção & prevenção de falhas e informação dos ocupantes.