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dossier VREUH HͤFLQFLD HQHUJWLFD H DXWRFRQVXPR GH HQHUJLD
armazenamento de energia: a EstratĂŠgia Nacional para o HidrogĂŠnio (H2)
Leonardo Lipinski e Modesto de Morais
IEP – Instituto ElectrotÊcnico Português
As alteraçþes climåticas, com uma origem predominantemente antropogÊnica, estão a manifestar-se atravÊs de eventos ambientais e climåticos cada vez mais extremos. Isto estå a forçar a Humanidade a repensar as suas cadeias de consumo nomeadamente por via da mitigação da intensidade das emissþes de poluentes, em geral, e a emissão de Gases com Efeito Estufa (GEE) em particular. Neste contexto, em 2016 Portugal assumiu o objetivo europeu de neutralidade carbónica atÊ 2050. Este objetivo estå patente no roteiro para a neutralidade carbónica 2050 (RNC2050). Essa ambição estå igualmente patente no Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) cuja versão draft foi publicada em 2018 e compreende o intervalo de tempo entre 2021 e 2030 (PNEC 2030).
WRUQR GR KLGURJQLR WHQGR HP YLVWD D GLVSRQLELOLGDGH GH ͤQDQFLDPHQtos integrais a aplicar no contexto da transição energÊtica. A expectaWLYD  GH TXH QR ORQJR SUD]R D VXEVWLWXLмR SDUFLDO GR J£V QDWXUDO SRU KLGURJQLR H RXWURV JDVHV UHQRY£YHLV YHQKD D JHUDU XPD SRXSDQŠD GH cerca de 1,2 mil milhþes de Euros na fatura energÊtica nacional. A Figura 2 representa a cadeia de aplicação do hidrogÊnio como vetor fundamental para a descarbonização da economia nacional e FRPR XP PHLR SDUD D FRQTXLVWD GD QHXWUDOLGDGH FDUE¾QLFD DW
A Figura 1 representa as metas de energia e clima estabelecidas para a prĂłxima dĂŠcada.
Figura 2. Cadeia de aplicação do HidrogÊnio em Portugal [FONTE: EN-H2 - maio de 2020].
Figura 1. 0HWDV GH HQHUJLD H FOLPD GH 3RUWXJDO SDUD R KRUL]RQWH >)217( 31(& @
Segundo o relatório da EstratÊgia Nacional para o HidrogÊnio – EN-H2, SXEOLFDGR HP PDLR GH QR SHU¯RGR FRPSUHHQGLGR HQWUH RV DQRV GH H R VHWRU HQHUJWLFR VHU£ DTXHOH FRP PDLRU FRQWULEXWR para a viabilidade das metas da neutralidade carbónica, atÊ ao ano de 1HVWH FRQWH[WR R KLGURJQLR SRGHU£ VHU XP DWRU IXQGDPHQWDO SRU YLD GR VHX SDSHO QR SURFHVVR GH DFRPRGDмR GDV LQWHUPLWQFLDV TXH V¼R FDUDFWHU¯VWLFDV GDV IRQWHV GH HQHUJLD UHQRY£YHO (IHWLYDPHQWH o hidrogÊnio apresenta um potencial muito interessante como elemento catalisador numa cadeia de valor que combina aplicaçþes desde os transportes, passando pelas indústrias transformadoras e culminando nos sistemas de geração e distribuição de energia elÊtrica H JDVHV UHQRY£YHLV Em conformidade com o exposto no relatório EN-H2, o Governo SRUWXJXV HVW£ D SURPRYHU XPD SRO¯WLFD LQGXVWULDO HP ODUJD HVFDOD HP WRUQR GR KLGURJQLR TXH FRQVLVWLU£ QXP FRQMXQWR GH SRO¯WLFDV SŸEOLFR-privadas para a orientação, a coordenação e a mobilização de investimentos em torno do armazenamento, transporte e consumo de gases UHQRY£YHLV 7DLV SRO¯WLFDV SRGHU¼R VHU YLVWDV FRPR XPD JUDQGH RSRUtunidade para o desenvolvimento de novos modelos de negócios em www.oelectricista.pt o electricista 73
No âmbito da gestĂŁo da produção e distribuição de eletricidade, o hiGURJÂŤQLR SRGHUÂŁ GHVHPSHQKDU XP SDSHO IXQGDPHQWDO FRPR XPD GDV VROXŠ¡HV SDUD R DUPD]HQDPHQWR GH ORQJD GXUDмR ,VWR SHUPLWLUÂŁ XPD maior capacidade de despacho da energia produzida em perĂodos de baixo consumo, aumentando assim a viabilidade de uma maior interOLJDмR GH IRQWHV UHQRYÂŁYHLV GH JHUDмR GH HQHUJLD HOÂŤWULFD DVVHJXrando assim a possibilidade de deslastres parciais de fontes de geraмR EDVHDGDV HP FRPEXVWÂŻYHLV IÂľVVHLV WHUPRHOÂŤWULFDV D JÂŁV QDWXUDO TXH QRUPDOPHQWH DWHQGHP RV SHUÂŻRGRV HP TXH DV UHQRYÂŁYHLV HVWDUÂĽR indisponĂveis. O hidrogĂŠnio apresenta uma via tecnolĂłgica compatĂvel com os DWXDLV SDGU¡HV GH FRQVXPR H SRVVLELOLWDUÂŁ XPD LQWHUOLJDмR PDLV IOHxĂvel entre os sistemas tĂŠrmicos e elĂŠtricos, com particular destaque para o desenvolvimento de sinergias entre as redes de eletricidade e GH JÂŁV QDWXUDO Aqui nĂŁo podemos deixar de salientar que, para se garantir a sustentabilidade econĂłmica desta nova fase da transição energĂŠtica, ĂŠ fundamental dinamizar-se fortemente, tanto alguma investigação de FDUDWHU IXQGDPHQWDO FRPR WDPEÂŤP VHUÂŁ QHFHVVÂŁULR LQFHQWLYDU IRUWHmente a muita da investigação operacional, acompanhadas por uma WUDQVIHUÂŹQFLD LQWHQVLYD GH WHFQRORJLD GR PHLR DFDGÂŤPLFR SDUD R PHLR industrial. Efetivamente a tecnologia de geração de hidrogĂŠnio renoYÂŁYHO DLQGD QÂĽR VH DSUHVHQWD FRPR VHQGR DEVROXWDPHQWH FRPSHWLWLva face a outras tecnologias de armazenamento mais convencionais.