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formação
ficha prática n.º 54 práticas de eletricidade INTRODUÇÃO À ELETRÓNICA. Manuel Teixeira ATEC – Academia de Formação
Os transístores de junção bipolar são um dos componentes mais importantes da eletrónica analógica. Poderemos encontrá-los em várias aplicações como os amplificadores de sinais, amplificadores diferenciais ou drives de potência. Nesta edição vamos continuar a analisar amplificadores de potência com este componente.
Na operação em classe AB temos os transístores a operar um pouco acima do corte. Dessa forma, mesmo na ausência de sinal aplicado às bases dos transístores, existe alguma corrente nelas, que faz com que IC seja diferente de zero eliminando, portanto, a distorção por transição, um fator indesejável e percetível pelo ouvido humano. Na Figura 173 temos um circuito que opera em classe AB, em que a polarização de base é obtida por intermédio de dois díodos que formam um espelho de corrente.
UCC
22.3.3 Amplificadores Classe AB Como vimos, a principal desvantagem do amplificador em classe B é a distorção crossover, que pode ser eliminada, bastando para isto polarizarmos os transístores um pouco acima do corte. Este tipo de amplificador é denominado classe AB, pois opera numa faixa entre as classes A e B, como mostra a Figura 172.
UCC
UCC
R T1
R IC
T2
R R
NPN
PNP
Figura 173. Amplificador em classe AB polarizado por díodos.
VBE Classe B
Classe AB
Classe A
Figura 172. Comparação das classes de amplificação em classe A, B e AB.
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Os esquemas da figura anterior representam circuitos designados por espelho de corrente, em que o da esquerda utiliza um transístor NPN e o da direita um PNP. Se a caraterística dos díodos for idêntica à caraterística de cada díodo emissor, então a corrente que circula no díodo de polarização é aproximadamente igual à corrente de emissor do transístor. Assim, conhecendo a tensão de alimentação ficamos a conhecer a queda de tensão na resistência R, pelo que podemos determinar a corrente que circula no díodo e assim, saber a corrente de coletor, considerando-a aproximadamente igual à corrente de emissor. Para manter o ponto Q o mais estável possível, por vezes podem ser utilizados dois díodos de polarização, como se apresenta na Figura 173 (à direita). Este processo tem um inconveniente pelo facto de ser difícil encontrar díodos com as mesmas caraterísticas dos díodos emissores dos transístores, mas tem a vantagem de se evitar uma deriva térmica. No entanto, é possível utilizar dois transístores ligados como se indica na Figura 174 a funcionar como díodos. Se os transístores de polarização tiverem as mesmas caraterísticas que os transístores do push-pull, garantem a mesma corrente nos dois ramos.