IIoT: chegaram as máquinas inteligentes

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IIoT: chegaram as máquinas inteligentes •

• Rui Monteiro Diretor da Unidade de Negócio Indústria Schneider Electric Portugal

DOSSIER SOBRE MÁQUINAS E FERRAMENTAS

No setor industrial, em geral, estamos a observar uma profunda e evolutiva mudança. Uma mudança liderada por dois fatores distintos: o surgimento da Internet das Coisas (IoT) – incluindo a comunicação máquina-máquina, pessoa-máquina, máquina-objeto e pessoa-objeto – e o desenvolvimento da “fábrica inteligente 4.0”, mais focado na flexibilidade e aumento dos níveis de automação e digitalização.

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Ambas as tendências, apesar de apresentarem diferenças reconhecidas, convergem em muitos fatores e têm um impacto direto nas fábricas ao fornecerem um amplo potencial. Graças ao desenvolvimento de novos níveis de inteligência operacional e às mudanças que estas tendências apresentam, as fábricas têm que iniciar um processo de migração gradual que possibilita a exploração destas novas capacidades. E é neste ponto do processo de evolução que as máquinas inteligentes ganham relevo. O termo “máquina inteligente” congrega as caraterísticas das máquinas tradicionais: maior conetividade, maior flexibilidade, mais eficiência e mais segurança. Com o objetivo de melhorar o planeamento, com previsões mais precisas, e a flexibilidade de modelos de negócio, as máquinas irão desenvolver a sua inteligência com base em produtos (atuadores, dispositivos, controladores, sensores, entre outros) inteligentes e conetados.

QUE FATORES ESTÃO A INFLUENCIAR O DESENVOLVIMENTO DAS MÁQUINAS INTELIGENTES Encontramos na tecnologia o primeiro fator. Tanto a inovação tecnológica como a redução de custos de fabrico permitem o surgimento de uma nova geração de equipamentos disponíveis para as fábricas industriais que já iniciaram a sua migração. Entre as inovações e elementos tecnológicos disponíveis, destacam-se: • Conetividade Ethernet – permite a integração de rede e melhora o acesso aos dados, proporcionando a base para o desenvolvimento de serviços avançados, bem como para uma melhor gestão da segurança; • Elementos sem fios – através dos mesmos a captação de dados é rápida e automática; • Tecnologia móvel – A gestão dos equipamentos pode fazer-se de forma remota e segura;

Aumento da potência dos CPUs – Aumentar o desempenho a um menor custo; Múltiplas entradas Ethernet em dispositivos automatizados, que melhoram a conetividade; Os custos de memória. Desta maneira obtém-se uma gestão avançada dos dados que implica uma melhor tomada de decisões; Digitalização – permite com menor custo um desenvolvimento de programas de simulação de automação; Redução de espaço e uma melhoria na dissipação de calor; Capacidade de conetar uma ampla gama de atuadores e sensores. Através deles a captação de dados é mais detalhada e, por isso, também o é a tomada de decisões operacionais; Realidade aumentada e reconhecimento biométrico que melhoram tanto a interação máquina-operador como a segurança.

Em segundo lugar, destacam-se as tendências de mercado. O lançamento de novas tecnologias e da sua adoção a nível social aumentam as expetativas tanto dos trabalhadores como dos gestores e utilizadores dos sistemas. Assim, a universalização da Internet faz com que os colaboradores sintam que o acesso à informação da produção em tempo real vai continuar a crescer. Da mesma forma, também a utilização de dispositivos móveis levará ao acesso a esta informação em qualquer lugar. Espera-se igualmente que os dispositivos e máquinas sejam como “plug-and-play” no local de trabalho, como são os elementos da esfera pessoal. Por último, a abordagem interativa que estamos a conquistar no nosso domínio pessoal procura-se nas máquinas inteligentes e centros de controlo distribuídos. O terceiro fator resulta das necessidades dos utilizadores finais. Com o objetivo de obter as últimas inovações em flexibilidade, vão direcionar a forma como as aplicações IIoT são projetadas. E irão fazê-lo com base em dez requisitos.


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