Renovação

Page 1

editorial

renovação Escolhi simplesmente a palavra “renovação” como título deste número da revista, não pela E½RMHEHI HE TEPEZVE GSQ S XIQE HE VIZMWXE 6IRSZjZIMW 1EKE^MRI QEW TSVUYI UYIVS IWGVIver sobre três tópicos relacionados com “renovação” TVIXIRHIRHS EFSVHEV QIRWEKIRW HI QYHERpE I VIZMXEPM^EpnS TEVE S JYXYVS

Cláudio Monteiro Diretor

Os interesses económicos das empresas são importantes mas são objetivos secundários, as soluções devem ser criadas e otimizadas para o benefício do consumidor.

2

O primeiro tópico sobre “renovação” diz respeito ao próprio tema de dossier deste número, desta vez dedicado ao hidrogénio. Não se pode dizer que o hidrogénio seja uma fonte renovável de energia, na verdade nem sequer é uma fonte de energia, mas é uma forma de suporte de energia que pode servir de veículo de transformação e armazenamento, com grande potencial para promover uma melhor utilização das fontes de energia renovável. Há cerca de 15 anos eram grandes as expetativas nas tecnologias do hidrogénio, falando-se mesmo numa sociedade do hidrogénio, baseada em gigantescas infraestruturas e com dimensão tecnológica I IGSRzQMGE WIQIPLERXI k UYI GSRLIGIQSW EXYEPQIRXI REW VIHIW IPqXVMGEW (IZMHS E HM½GYPdades de vários tipos, principalmente por uma reorientação tecnológica para a tecnologia de baseada em lítio, as tecnologias do hidrogénio acabaram por não desenvolver como esperado. No entanto, assistimos hoje a uma renovação do interesse em investigação e desenvolvimento destas tecnologias, temas que serão abordados no dossier deste número. O segundo tópico sobre “renovação” diz respeito ao que eu sinto ser uma necessidade de mudança de paradigma no setor da ECOFER (recordando a sigla: “Eletricidade Com Origem em Fontes de Energia Renovável”). Hoje em dia parece que assistimos a uma guerra entre o setor empresarial da ECOFER e os consumidores de eletricidade, ao ponto de levar erradamente o consumidor a ter uma opinião contrária às renováveis. Esta visão negativa das ECOFER foi criada por dois motivos principais. O primeiro motivo é a ideia errada e injusta, passada com a legislação de produção dispersa, em que a ECOFER autoproduzida pelo consumidor vale pouco, paga apenas a 90% do preço de eletricidade em mercado, ao contrário da ECOFER produzida pelas grandes empresas do setor, que obrigam a que o consumidor pague mais de 200% do preço de mercado, que mostra claramente o lado tendencioso e distorcido das políXMGEW IRIVKqXMGEW I HE MR¾YsRGME HSW TSHIVIW HS WIXSV 3 WIKYRHS QSXMZS q E JSVQE SFVMKEtória como os sobrecustos da ECOFER pesam essencialmente sobre os consumidores mais indefesos (os BTN), que naturalmente se revoltam contra a arrogância e pela impotência que sentem relativamente aos interesses económicos das empresas do setor. Obviamente, este paradigma de prioridades está errado. A prioridade deverá ser inquestionavelmente, servir os consumidores com o melhor compromisso de qualidade, preço baixo e ambientalmente sustentável. Para tal, as soluções ECOFER são a solução a promover, mas as políticas energéticas devem estar orientadas prioritariamente para os interesses dos consumidores. Os interesses económicos das empresas são importantes mas são objetivos secundários, as soluções devem ser criadas e otimizadas para o benefício do consumidor. Gostava de deixar aqui a mensagem de que é necessária uma mudança de paradigma. Um novo paradigma de política energética SVMIRXEHE TEVE E FIRI½GMEpnS HS GSRWYQMHSV HI )'3*)6 IQ ZI^ HS EXYEP TEVEHMKQE SVMIRXEHS TEVE E FIRI½GMEpnS HS TVSHYXSV HI )'3*)6 'SQ IWXI RSZS TEVEHMKQE WIVME TSXIRGMElizada, de forma justa e natural, toda a cadeia da ECOFER, iniciando no consumidor, passando pelo comercializador, produtor, serviços e tecnologia. 4SV ½Q S XIVGIMVS XzTMGS WSFVI ±renovação” diz respeito à minha substituição como Diretor da Renováveis Magazine (RM). Após oito anos de uma excelente experiência e colaboVEpnS GSQ IWXE QEKRu½GE IUYMTE HE 61 HIGMHM TEWWEV E HMVIpnS TEVE S QIY GSPIKE %QEHIY Borges, professor da UTAD, no Departamento de Engenharias da Escola de Ciências e Tecnologia, a quem desejo os melhores sucessos. O professor Amadeu Borges tem especialização nas vertentes de Engenharia Mecânica e FER, aportando uma renovada e alargada visão para a revista RM. Gostaria também de agradecer a todas as pessoas com quem tive oportunidade de me relacionar, no âmbito da função de Diretor da RM, à equipa e aos autores, cuja GSRXVMFYMpnS q E IWWsRGME HE VIZMWXE 4SV ½Q UYIVS EKVEHIGIV ESW RSWWSW PIMXSVIW TIPE STSVtunidade de partilhar com eles informação, conhecimento e opiniões. Espero que o futuro traga renovados sucessos para o setor das FER, não só para as empresas mas especialmente para os consumidores.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
Renovação by cie - Issuu