Manuel Oliveira Secretário-geral CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes
A Indústria Portuguesa de Moldes atingiu, pelo quinto ano consecutivo, um novo recorde das suas exportações. Em 2016, e pela primeira vez, este valor ultrapassou os 600 milhões de euros, fixando-se nos 629 milhões, registando um crescimento de 6,5% face ao ano transato, e de uns significativos 93%, quando comparamos com os valores atingidos em 2010.
robótica
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DOSSIER SOBRE MÁQUINAS E FERRAMENTAS
Indústria de moldes: posicionamento e desafios
Figura 1. Foto gentilmente cedida pela empresa EROFIO.
Este é um feito notável do setor, das empresas que o compõem e dos colaboradores que nelas operam, contribuindo significativamente para o seu desempenho e sucesso. Portugal consolida, assim, o seu posicionamento, como o terceiro principal produtor europeu de moldes para injeção de plástico, classificando-se como oitavo a nível mundial. Verifica-se também que a Europa continua a destacar-se como principal mercado destino da nossa produção, desta vez com a Espanha a atingir o primeiro lugar do ranking, ultrapassando a Alemanha, tradicional detentora do lugar cimeiro do pódio. A França ocupa a terceira posição, seguida da Polónia e República Checa que consolidam também eles um lugar de destaque nas nossas exportações. O México, Reino Unido e EUA, ocupam as posições imediatas. Este
sucesso deve-se à forte aposta na introdução de novas tecnologias, no investimento em equipamentos produtivos de última geração e na otimização de processos organizacionais. Competindo num mercado exigente e dinâmico, assistimos a uma época marcada não só por profundas alterações nos conceitos organizacionais, mas também pela constante introdução de novas tecnologias e/ou materiais, pela disseminação de informação e partilha do conhecimento, pela interação entre os diferentes agentes da sociedade, pela economia digital. Esta revolução tem vindo a gerar novos desafios (e, igualmente, novas oportunidades) que passam pela proximidade e relacionamento com clientes, pelo desenvolvimento de trabalho colaborativo, pela eficiência de processos e pela comunicação e informação
em tempo real. Muitos destes fatores (tecnológicos e/ou organizacionais) têm sido o mote para o lançamento de novos projetos empresariais de inovação, investigação e desenvolvimento, em grande parte dinamizados em copromoção com empresas do setor e, essencialmente, com centros de conhecimento e saber, aportando, sem dúvida, uma mais-valia aos promotores e uma interação que gera resultados efetivos. Verificamos, simultaneamente, uma aposta forte nas tecnologias de maquinação, na robotização e automação de processos, nas aplicações laser, no digital, na sensorização, na micromanufatura, nas áreas de fabricação aditiva, entre muitos outros, elementos que valorizam e consolidam o destaque da oferta nacional. Operando a uma escala global, torna-se fundamental que as empresas acompanhem permanentemente a sua envolvente negocial, a evolução política e social dos mercados, as novas tendências tecnológicas, o posicionamento da concorrência, o contexto evolutivo das indústrias que servem, entre muitos outros fatores que condicionam, direta ou indiretamente, a sua atividade e, consequentemente, a sua estratégia de desenvolvimento e diferenciação. Há que fazer melhor, mais rápido, mais barato, com “erro zero”, e é aí que deverão ser concentrados os esforços das nossas empresas para continuar a manter a confiança dos clientes que apostam em Portugal para a conceção de muitos dos seus projetos de maior dimensão, complexidade e exigência. Esta é uma intervenção que, juntamente com o alargamento da sua cadeia de valor, se torna cada vez mais abrangente no seio do setor, e que, estamos em crer, poderá ajudar a indústria a atingir um novo patamar de diferenciação. De salientar que, atualmente, a oferta nacional não é constituída apenas por moldes de elevada performance, mas sim por toda uma integração de serviços que passa pelo design, engenharia e