solar fotovoltaico na Administração Pública

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dossier solar fotovoltaico na Administração Pública

solar fotovoltaico na Administração Pública Após um período de adaptação do mercado a esta nova possibilidade do consumidor poder produzir energia para consumo próprio, verifica-se que a procura desta solução está a crescer e que depois de um longo período sem investimento na Administração Pública, começa agora a ser uma necessidade inadiável. Jorge Borges de Araújo CEO Smartwatt, S.A.

Para as empresas que têm área disponível e consumos relevantes de ener‑ gia, designadamente no período diurno, a opção de investir numa UPAC (unidade de produção para autoconsumo) é, sem dúvida, uma excelente forma de se tornarem também por esta via, empresas mais competitivas. Produzir a energia que se vai consumir é, hoje, uma opção rentável e com variadíssimas soluções em termos de investimento e de acesso ao financiamento. Há empresas que podem reduzir o seu consumo de energia proveniente da rede em mais de 40 ou 50%, sendo interessante de relevar que em ter‑ mos da redução na fatura essa seja ainda maior. Ou seja é normal que uma redução do consumo proveniente da rede na ordem dos 40%, provoque uma redução na fatura acima de 40%, pelo facto da energia produzida para autoconsumo ocorrer, normalmente, quando a energia proveniente da rede é mais cara, isto é, nos períodos tarifários mais elevados. Já na Administração Pública esta redução na fatura em termos compa‑ rativos será ainda maior, pois normalmente os edifícios e equipamentos da Administração Pública predominantemente funcionam num turno, normal‑ mente durante o dia, onde a produção fotovoltaica ocorre. No entanto, será de alertar para o facto de que sendo um bom inves‑ timento, só o será efetivamente se a análise técnica e económica for feita com rigor. Esta análise deverá ser realizada por uma empresa de serviços de energia com técnicos capazes de conceber a instalação que melhor se adequa à tipologia de consumo de uma determinada instalação da Adminis‑ tração Pública, como por exemplo escolas, hospitais, piscinas, edifícios admi‑ nistrativos, entre outros. Essa conceção implica avaliar o tarifário que esse

Qualquer euro investido numa UPAC no âmbito das instalações da Administração Pública, terá sempre uma taxa de rentabilidade média superior a 20%, com um prazo de retorno abaixo dos 5 anos, para uma instalação que durará mais de 25 anos. local tem, qual o consumo que tem ao longo do dia e a que hora do dia, pelo período mínimo de um ano de referência, tendo também relevância os consumos durante o fim-de-semana. Salienta-se que a produção de energia de uma instalação solar fotovol‑ taica só acontece quando há sol. Neste sentido será necessário avaliar se quando há sol há também consumo, pois o que é produzido é imediata‑ mente consumido (ou injetado na rede). Uma vez que o que se pretende, para maximizar o investimento, é que seja autoconsumida toda a energia que é produzida (ou pelo menos grande parte dela), será necessário fazer‑ -se uma análise técnica criteriosa. Na Administração Pública o investimento em UPAC pode ser tam‑ bém feito através de financiamento via POSEUR, sendo este programa no âmbito do P2020 aquele que prevê o investimento em Eficiência Energé‑ tica e, simultaneamente, em sistemas de produção de energia para auto‑ consumo onde o solar fotovoltaico se enquadra. Existem constrangimentos neste programa, pois só é possível instalar uma UPAC num valor até 30% do investimento global previsto para o projeto de eficiência energética. Por outro lado, o espaço muitas vezes disponível nos edifícios da Admi‑ nistração Pública são limitativos em termos de possibilitar instalar a potên‑ cia que seria desejável para reduzir ao máximo os custos com a energia. Não obstante estes constrangimentos, qualquer euro investido numa UPAC no âmbito das instalações da Administração Pública, terá sempre uma taxa de rentabilidade média superior a 20%, com um prazo de retorno abaixo dos 5 anos, para uma instalação que durará mais de 25 anos. Tendo em consideração todos estes fatores, de que esperam os nossos governantes para que a Administração Pública comece a poupar, de forma massiva, nos custos com a energia? A tecnologia existe, os mecanismos legais estão definidos, as empresas estão preparadas, a poupança é garan‑ tida, o que é que falta? Um euro que não se poupa hoje com os custos de energia é um euro que nunca mais será poupado! 43


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