especial biomassa
vinha, fonte de biomassa LuĂs Oliveira e Amadeu Borges amadeub@utad.pt
A disponibilidade de energia continua atualmente muito dependente dos combustĂveis fĂłsseis, motivo pelo qual as concentraçþes de CO2 na atmosfera continuam a aumentar, sendo este gĂĄs o que mais contribui para o aquecimento global. Diferentes medidas deverĂŁo ser aplicadas para diminuir estas concentraçþes, tais como reduzir fortemente o consumo energĂŠ das fontes de energia renovĂĄvel em detrimento dos combustĂveis fĂłsseis.
Introdução A biomassa ĂŠ um exemplo de energia renovĂĄvel cujo potencial ĂŠ enorme e existem vĂĄrias razĂľes para considerar a biomassa como uma fonte interessante de energia, nomeadamente porque: a sua utilização sustentĂĄvel permite uma emissĂŁo lĂquida de CO2 para a atmosfera nula, devido ao processo da fotossĂntese (Bhattacharya, tem um enorme potencial especialmente no hemisfĂŠrio norte. Como biomassa designa-se, em geral, a massa total de matĂŠria orgânica que se acumula num espaço vital. Desta maneira pertencem Ă biomassa todas as plantas e todos os animais incluindo os seus resĂduos bem como, num sentido mais amplo, as matĂŠrias orgânicas transformadas como resĂduos da indĂşstria transformadora da madeira e indĂşstria alimentar. Estes elementos primĂĄrios de biomassa podem ser transformados pelas diferentes tecnologias de conversĂŁo em biocombustĂveis sĂłlidos (estilha, briquetes ou pellets ! gia tĂŠrmica, mecânica e elĂŠtrica.
Figura 1 Engaço de uva.
Na produção de pellets, com a incorporação de pelĂculas e grainhas pretende-se aproveitar a capacidade das ceras presentes nas pelĂculas para melhorar o processo produtivo. JĂĄ com a incorporação da grainha pretende-se melhorar o poder calorĂfico Ă custa da presença de compostos glucĂdicos e de lĂpidos.
A biomassa combustĂvel, sob as formas de estilha e de pellets, ĂŠ utilizada em sistemas de aquecimento constituĂdos por caldeiras mais ou menos automĂĄticas. Embora se consigam custos por unidade de energia ligeiramente mais baixos com o uso da estilha, esta ĂŠ sobretudo usada em insta "# $ residenciais devido ao volume de armazenamento que exige. Na verdade, os pellets sĂŁo a forma de disponibilização de biomassa para energia mais usada no aquecimento de edifĂcios recorrendo a caldeiras $ " ração, alĂŠm de requerer menor espaço para o armazenamento. A procura para a valorização dos recursos endĂłgenos, focalizada na regiĂŁo do Douro, resulta naturalmente num foco sobre os subprodutos da produção de uva para vinho, como o engaço, o bagaço de uva e as podas da vinha. Assim, procura-se a valorização energĂŠtica destes recursos, com principal incidĂŞncia nas principais castas do Douro, produzindo ao mesmo tempo a eliminação destes, habitualmente caraterizados como resĂduos ( ).
Descrição da biomassa da vinha % & tos da produção de uva para vinho foram realizados ensaios laboratoriais em torno desta matĂŠria-prima na zona de denominação de origem controlada mais antiga do mundo, o Douro. De entre as castas, selecionaram-se a Touriga Franca, a Tinta Roriz, Tinta Barroca, Viozinho e Malvasia Fina. De acordo com Silva, J. (2006), um cacho de uvas ĂŠ composto por 3 a 6% de engaço, enquanto que o bago representa 94 a 97% da sua massa. Do bago retira-se 7 a 12% de pelĂcula, 83 a 91% de polpa e 0 a 6% de grainha. As composiçþes quĂmicas do engaço, da pelĂcula e da grainha sĂŁo apresentadas na . Na produção de pellets, com a incorporação de pelĂculas e grainhas pretende-se aproveitar a capacidade das ceras presentes nas pelĂculas para melhorar o processo produtivo. JĂĄ com a incor "* + / + 5 " ; < combustĂvel ĂŠ o valor absoluto da quantidade de calor libertado na combustĂŁo completa da unidade de massa do combustĂvel, em condiçþes
; 39