dossier sobre solar tĂŠrmico e fotovoltaico
um dia, todas as empresas irĂŁo produzir a sua prĂłpria energia! Tempos de mudança no mercado da energia. AtĂŠ hĂĄ poucos anos, havia um cenĂĄrio com muito poucos operadores que produziam, distribuĂam e vendiam energia, e o cliente, particular e empresarial, pagava em função do seu consumo. Duarte Caro de Sousa Especialista em Energia Solar Diretor-Geral da Ikaros-Hemera
Com a emergĂŞncia das energias renovĂĄveis e a nova legislação no setor do solar, o paradigma mudou: passĂĄmos a ter cada vez mais geração descentralizada e consumidores que sĂŁo tambĂŠm produtores. Os consumidores agora tambĂŠm podem produzir a sua energia, por esse motivo, e focando-nos em exclusivo no segmento empresarial, estĂŁo a descobrir novas formas de rentabilizar os seus ativos, muitas vezes desaproveitados. Numa primeira fase, em 2008, com a microgeração, a regulação veio permitir que proprietĂĄrios de sistemas fotovoltaicos vendessem energia a toda a rede. Primeiro no setor residencial e depois para as empresas, em 2011, surge uma tarifa de valor garantido para venda de energia Ă rede, durante um perĂodo de vĂĄrios anos, para toda a energia produzida,
timento realizado. Em 2015 passĂĄmos a ter tambĂŠm um modelo mais favorĂĄvel para as empresas, designadamente aquelas com um consumo regular de energia durante o dia e durante o ano. Com a entrada em vigor do novo diploma, !" #
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nova legislação permite às empresas a instalação de sistemas fotovoltaicos para satisfazer as suas necessidades de energia, o que representa importantes ganhos de competitividade, na medida em que reduzem os seus custos energÊticos e a dependência da variação futura do preço da eletricidade na parte autoproduzida. Quanto maior a empresa, maior o peso da sua fatura energÊtica, pelo que a opção pelo autoconsumo acaba por ser uma variåvel importante na
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competitividade das organizaçþes. Por outro lado, como o custo da tecnologia tem vindo a reduzir e o preço da energia convencional nĂŁo promete descer, a produção de energias renovĂĄveis, produzidas de forma descentralizada, ĂŠ cada vez mais uma opção vĂĄlida para reduzir os custos e a independĂŞncia energĂŠtica das organizaçþes, sendo que os sistemas fotovoltaicos podem contribuir para reduzir atĂŠ 50% nos custos com energia elĂŠtrica. Apesar disso, mais de dois anos apĂłs a saĂda da nova legislação, persistem alguns entraves para a concretização de projetos de autoconsumo: sobretudo questĂľes burocrĂĄticas de regulamentação tĂŠcnica, como a inexistĂŞncia do Regulamento TĂŠcnico e de Qualidade e o Regulamento de Inspeção & # '( ) *
alguns esquemas preliminares e regras parciais que foram publicadas, sendo # '( ) + / 3 4
que são impostas regras próprias pelo operador de rede, desarticuladas do legislador e que levam a alguma confusão na forma de atuar dos vårios players deste setor. Em muitas situaçþes, estas regras levam a que determina
# ) Apesar de tudo acreditamos que este tema do autoconsumo tem muito espaço para crescer, nos mais diversos setores de atividade. Em linha com
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6 cerias com grandes empresas, estamos a apostar nĂŁo apenas na venda direta de sistemas fotovoltaicos como tambĂŠm no investimento indireto, atravĂŠs do arrendamento de espaço ou de contratos de partilhas de benefĂcios em locais e empresas de referĂŞncia, para a instalação de sistemas para a produção de energia atravĂŠs de um recurso renovĂĄvel como o sol. Todos conhecemos empresas de vĂĄrios setores que sĂŁo, ao mesmo tempo, grandes consumidoras de energia nas suas atividades produtivas e ' "
# / talação de sistemas fotovoltaicos. São as primeiras interessadas em soluçþes de autoconsumo para a redução dos seus custos. Mais ainda, no caso " #
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preços da eletricidade, algo que pode comprometer a competitividade dos preços da sua oferta, nos mercados de destino. Sabemos que muitas destas empresas têm necessidades de capitalização para investimento e, infelizmente, nos últimos anos, a banca nacional não tem estado na melhor forma para acompanhar estas necessidades. Por esse motivo, as empresas potencialmente interessadas em investir em soluçþes de autoconsumo, podem adiar essa decisão de investimento, para não comprometer o investimento nas suas atividades produtivas.