A idade criativa, a impressão 3D e as novas indústrias

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robótica

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António Câmara Universidade Nova de Lisboa e Grupo YDreams

portugal 3d

A idade criativa, a impressão 3D e as novas indústrias A IDADE CRIATIVA As instituições de ensino – primário, secundário e superior têm examinado como será a formação das pessoas no futuro. Essa formação tem vários eixos que não têm estado presentes até hoje na educação. Um dos eixos principais é a criatividade num tempo que está a ser apelidado como o da Idade Criativa. O ensino tem sido muito baseado, maioritariamente, na transmissão-reprodução de conhecimento. Recentemente, um dos responsáveis da OCDE dizia, justamente, que em Portugal ainda não nos tínhamos adaptado à formação do século XXI. Ainda não tínhamos incorporado a capacidade de definição de problemas nos nossos currículos. O ensino assenta ainda na resolução de problemas bem definidos. Um segundo eixo da formação na Idade Criativa é humanístico. Passou a ser vital saber contar histórias. A nossa geração foi educada a contar histórias no meio escrito, mas hoje existem novos meios. Numa cadeira da Universidade do Texas, em Austin, os alunos foram desafiados a verem a reportagem sobre o assassinato do Presidente Kennedy e a imaginarem como essa reportagem seria hoje, na idade do Twitter, Facebook, da realidade virtual e da realidade aumentada. O terceiro eixo é o “saber fazer”. Curiosamente, ao longo dos anos, o ensino tem evoluído no sentido em que professores e estudantes formulam e resolvem problemas sem recurso a ferramentas físicas. Não ensinam e não aprendem a criar produtos. Esta componente está relacionada com o surgimento da “Cultura Maker”, e do aparecimento dos novos laboratórios de fabricação, que ligam o digital ao físico. Nestes laboratórios, as impressoras 3D são um elemento central.

A IMPRESSÃO 3D A impressão 3D permite criar soluções para vários mercados verticais. Na UNL, e

também em empresas associadas, temos utilizado a impressão 3D para criar, rapidamente, protótipos de novos produtos. O Aqua Scooter para transportar mergulhadores é um de vários exemplos de futuros produtos que utilizaram a impressão 3D na fase de prototipagem, criados na empresa Azorean (http://azorean.eu).

A empresa The Inventors (http://theinventors.io) criou um Sim City físico, em que a maquete de edifícios urbanos é integralmente impressa em 3D. Os edifícios têm sensores e atuadores, e o impacto das políticas urbanas é visualizado através de cores como a Figura seguinte demonstra.

As impressoras 3D estão hoje disponíveis em escolas dos diversos graus de ensino, Fab Labs e Centros ligados à indústria em todo o país. Nestes locais, as impressoras 3D coabitam com máquinas de corte a laser que se têm revelado igualmente úteis na criação de protótipos e produção de pequenas séries de produtos.


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