dossier sobre biomassa
mercado atual da biomassa
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SĂłnia Figo e Teresa Almeida
A utilização de biomassa florestal para a produção de energia liga dois importantes pilares da economia, a floresta e a energia. A sua articulação promove uma gestĂŁo profissional e sustentĂĄvel da floresta, contribuindo Na EstratĂŠgia Nacional para as Florestas, atualizada na RCM n.Âş 6-B/2015, a produção de biomassa para centrais energĂŠticas foi um dos bens identificados na Classificação Funcional dos Espaços Florestais, segundo os bens e serviços prestados pelos ecossistemas florestais. TambĂŠm no Plano Nacio tem um papel fundamental, nomeadamente, atravĂŠs da remoção da elevada carga combustĂvel existente nas florestas. No quadro da polĂtica energĂŠtica nacional, o Plano Nacional de Ação para as Energias RenovĂĄveis (PNAER 2020) identifica como aposta estratĂŠgica para o perĂodo 2013-2020 o estĂmulo ao desenvolvimento da utilização energĂŠtica da biomassa, sobretudo florestal, sendo de sublinhar as medidas especĂficas para este biocombustĂvel sĂłlido, relativamente aos setores ElĂŠtrico e Aquecimento & Arrefecimento, nomeadamente, “Centrais de biomassaâ€?, “ â€? e “Calor Verdeâ€?. !" #$% '* instalada em centrais de biomassa florestal, atravĂŠs da construção de 15 centrais termoelĂŠtricas que decorreriam do concurso de 2006 para
! +%% '* +$% '* 4 " de Interesse PĂşblico (PIP) licenciados fora deste concurso, estĂĄ longe de se concretizar. Adicionalmente, a obrigatoriedade de retirar os sobrantes da exploração florestal como sendo uma das medidas estabelecidas no âmbito do Sis 7 se apetrechassem com equipamentos para a recolha e transporte de biomassa florestal, na expetativa do incremento do mercado da biomassa florestal. Constata-se agora que as expetativas criadas para o consumo de biomassa estĂŁo aquĂŠm do previsto, sendo que atualmente no mercado nacional da biomassa florestal residual a oferta ĂŠ superior Ă procura. É frequente assistir-se a testemunhos, quer empresas de exploração florestal, quer proprietĂĄrios florestais, sobre a dificuldade em escoar os sobrantes da exploração florestal, os quais a legislação obriga a retirar das matas, ou do material resultante da gestĂŁo florestal (desbastes, desramaçþes e limpezas). Mesmo as empresas que possuem contratos de fornecimento de biomassa com os grandes consumidores sentem, neste momento, dificuldade 7 7 de abastecimento sobrelotados. Para alĂŠm dos projetos de centrais a biomassa, que acabaram por nĂŁo se concretizar muito devido Ă crise econĂłmica que entretanto se instalou, nos Ăşltimos dois anos outros fatores alteraram significativamente o mercado da biomassa florestal em Portugal, nomeadamente: 8 As fĂĄbricas de celulose passaram a aceitar predominantemente rolaria com casca, sendo a casca aproveitada para abastecer as suas centrais de produção de energia (dedicadas ou de cogeração), diminuindo assim o consumo de biomassa diretamente proveniente da exploração florestal; 8 Na indĂşstria pellets, a necessidade de biomassa florestal utilizada no processo de secagem de matĂŠria-prima tambĂŠm decresceu, fruto da diminuição da procura internacional de pellets, resultado do fecho de internacional, da diminuição do preço dos combustĂveis fĂłsseis, acrescendo a tudo isto os invernos menos rigorosos sentidos na Europa nos Ăşltimos dois anos, conduziram as fĂĄbricas de pellets a produzir significativamente abaixo da sua capacidade instalada. Consequentemente, o excesso de oferta de biomassa florestal no mercado em relação Ă procura teve reflexos diretos no seu preço. O grĂĄfico biomassa florestal, de janeiro de 2011 a maio de 2016.
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