robótica
Bruno Adam Mobile Robots Director, Europe Omron Electronics Iberia, S.A.
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vozes de mercado
Trabalhar com robots
Os robots ocupam uma presença cada vez maior no local de trabalho. Oferecem muitas vantagens, desde a realização de trabalhos pesados à execução de tarefas repetitivas. Todavia, a maioria destes robots ainda são estáticos e, de um modo geral, estão separados das pessoas que trabalham no local. Para a plena integração dos robots e, sobretudo, de robots móveis num ambiente colaborativo, há que superar muitos desafios que se encontram pela frente.
AVALIAÇÃO CUIDADOSA A construção de uma linha de produção requer uma análise e avaliação cuidadosas dos diferentes passos para a construção de um processo eficiente e eficaz. A introdução de robots torna o processo muito mais complexo. O sistema tem de garantir que as pessoas conseguem interagir em segurança com os robots,
idealmente sem prejudicar a eficiência da linha de produção. Se os robots forem móveis, há que efetuar um planeamento cuidadoso de modo a que possam deslocar-se em segurança em toda a fábrica, desviando-se das pessoas, outros robots, de máquinas e de quaisquer outros obstáculos. Após a conclusão de uma análise é possível definir e aplicar uma arquitetura para a totalidade do sistema. As regras e percursos predefinidos na arquitetura podem então ser programados nos robots, para que possam deslocar-se em toda a fábrica. Este fator é importante para manter a eficiência do sistema pois permite-lhes funcionar, independentemente do controlo central, por exemplo, caso a wireless se encontre temporariamente interrompida ou se o robot precisar de reagir a situações imprevistas.
ROBOTS INTELIGENTES Os robots, quer sejam estáticos ou móveis, têm de ser "inteligentes". Mas o que é que isso implica? Para que um robot possa tomar decisões inteligentes é ne-
cessário, em primeiro lugar, que conheça o ambiente circundante. Isso significa que necessita de alguns sensores que incluam, entre outros, câmaras, lasers e radares. Para detetar os objetos que se encontram no seu caminho, muitos robots utilizam um sensor LIDAR virado para a frente. Este sensor analisa horizontalmente, da esquerda para a direita. Esta funcionalidade é boa para detetar objetos no chão, mas não no que toca a objetos salientes acima do nível do chão, como uma palete que não se encontre devidamente empilhada ou um objeto que sobressaia de uma prateleira. Para garantir que o robot também consegue detetar estes objetos, é necessário acrescentar um segundo sensor LIDAR que também analise verticalmente os obstáculos. Isto também aumenta a complexidade da rede de sensores e das regras necessárias para a deslocação do robot em torno de objetos, o que obriga a um robot muito mais inteligente. O que torna os robots verdadeiramente "inteligentes" é a programação avançada necessária para permitir que estes tomem decisões autonomamente. Tal requer algoritmos muito complexos para que um robot consiga identificar o que se encontra à sua frente e saber o que fazer em todas as situações possíveis.
OLHAR PARA O FUTURO Uma das coisas que os computadores conseguem fazer muito bem é a gestão de interações complexas. Para além de darem a robots individuais a capacidade de tomarem decisões próprias, em ambientes de produção, os sistemas avançados de gestão de frotas podem também gerir todos os robots de uma forma mais eficaz. Estes sistemas podem atribuir tarefas com base num planeamento otimizado que irá, por exemplo, carregar alguns robots enquanto outros se encontram em funcionamento, de forma a garantir que existe sempre um robot disponível totalmente carregado. Estes sistemas avançados podem planear muitos passos antecipadamente, à semelhança de um programa de xadrez que faz uma jogada que irá resultar num