18
telecomunicações
IoT - Visão humanista e real 1.ª PARTE Luís Peixoto Consultor luispeixoto@netcabo.pt
Começa a entrar no nosso léxico o acrónimo IoT, correspondendo à expressão inglesa Internet of Things o que numa tradução (não à letra) para português corresponde a Internet das Coisas. Por si só o termo Internet já é revelador de uma abrangência, cobertura e dimensão que nos pode facilitar a compreensão e o entendimento quanto a este novo conceito de ligar as coisas através da Internet. Quando utilizamos diariamente o termo coisas, muitas das vezes fazemo-lo na ausência do concreto e pejorativamente, ou seja a coisa a que nos desejamos referir tem uma importância relativamente menor e, por conseguinte, a sua definição não merece de nossa parte grande relevância. Acontece que no âmbito da IoT a coisa ganha uma importância superior ao que o próprio termo indicia. Ao ter a capacidade de se poder ligar à enorme rede de comunicação bidirecional, que é a Internet, a coisa ganha valor ao partilhar com outros equipamentos, aparelhos e objetos, também estes permanentemente ligados à Internet, informação pertinente e importante que o homem utilizará, espera-se que bem, em seu benefício e da sociedade. Com a disponibilidade de serviço de Internet cada vez mais generalizada e fiável, seja por Cabo ou Fibra nas ligações fixas ou através das redes móveis de última geração como o 4G e num futuro próximo o 5G, a possibilidade de interligação permanente de equipamentos através da Internet é uma franca realidade. Na indústria, no meio empresarial, já há bastante tempo que se implantam sistemas eletrónicos que interligam as diversas máquinas da cadeia de fabrico, por exemplo, a fim de que os métodos de controlo e fiabilidade dos processos garantam produtos acabados de elevada qualidade. No entanto o conceito de IoT veio trazer para a Indústria um valor acrescentado à conetividade entretanto existente. Desde logo a conetividade passou a ser universal, a Internet passou a estar presente, www.oelectricista.pt o electricista 63
mesmo que através de Intranet’s e, desta forma os processos produtivos passam a estar muito mais rapidamente e eficientemente geridos em função de variadíssimos inputs que os possam influenciar. Não é difícil prever que num futuro próximo um fabricante de smart tv’s tenha como um dos inputs para a sua estimativa de produção o registo atualizadíssimo, ao minuto, do tempo de utilização de cada um dos smart tv’s que estão em funcionamento e, dessa forma consiga dados fiáveis sobre o tempo de vida em falta da smart tv – afinal de contas o nosso smart tv é mais uma das coisas que está ligada permanentemente à Internet! O conceito de Indústria 4.0 passa muito pela comunicação permanente entre equipamentos de uma cadeia de processo produtivo de que fazem parte não só as máquinas que montam os produtos mas também todos os elementos da cadeia produtiva e de
distribuição do mesmo. A IoT associada à indústria permitirá que os diversos processos produtivos desde a matéria-prima até à disponibilidade final do produto no consumidor sejam otimizados da melhor forma para o fabricante e que este preste um melhor serviço ao consumidor final, tanto na fiabilidade do produto como no prazo de disponibilidade. A IoT estará presente e será cada vez mais útil no nosso dia-a-dia e de uma forma descomprometida entrará nas nossas rotinas diárias. Nas tarefas domésticas tanto vai ajudar-nos a gerir o stock existente no frigorífico, através de uma aplicação no nosso smartphone como nos ajudará a responder a uma chamada exterior do videoporteiro, estejamos em qualquer parte do mundo. Mas a IoT vai muito mais além de uma ação de comunicação reativa entre dispositivos e aí sim, vai simplificar e rentabilizar o nosso tempo disponível quando no nosso automóvel de
“O conceito de Indústria 4.0 passa muito pela comunicação permanente entre equipamentos de uma cadeia de processo produtivo de que fazem parte não só as máquinas que montam os produtos mas também todos os elementos da cadeia produtiva e de distribuição do mesmo. A IoT associada à indústria permitirá que os diversos processos produtivos desde a matéria-prima até à disponibilidade final do produto no consumidor sejam otimizados da melhor forma para o fabricante e que este preste um melhor serviço ao consumidor final, tanto na fiabilidade do produto como no prazo de disponibilidade.”