alta tensão
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sistema de vigilância vídeo (CCTV) 2.ª PARTE
Manuel Bolotinha Engenheiro Electrotécnico – Energia e Sistemas de Potência (IST – 1974) Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (FCT/UNL – 2017) Membro Sénior da Ordem dos Engenheiros Consultor em Subestações e Formador Profissional
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EQUIPAMENTOS 2.1. Câmaras de vídeo As câmaras de vídeo, quer sejam monocromáticas (preto e branco) quer sejam policromáticas (a cores), podem classificar-se em dois grandes grupos: • Câmaras sem movimento; • Câmaras com movimento. As câmaras com movimento são designadas como PAN (Pan – deslocamento horizontal; Tilt – deslocamento vertical; Zoom – variação do ponto focal) ou como PT (Pan e Tilt). As velocidades destas câmaras podem ser até ≈ 360º/s ou até ≈ 120º/s. Do ponto de vista construtivo podem ser do tipo “bullet” ou do tipo dome, para uma montagem interior (em parede ou tecto) ou exterior (em parede ou poste), caso em que os invólucros, que em qualquer circunstância devem assegurar a sua protecção contra actos de sabotagem, devem ter os índices de protecção IP e IK1 adequados.
A utilização, nas câmaras, de sensores do tipo CCD (Charge Coupled Device) permite imagens nítidas para níveis de iluminação, variando entre a penumbra (0,3 lux) e a luz do dia (exterior). O sensor CCD para captação é um semicondutor constituído por um circuito integrado que contém um conjunto de condensadores acoplados. As principais características técnicas das câmaras de vídeo são: • Resolução (em TV Lines/Linhas de TV – TVL); • Sensibilidade (em lux(2)); • Formato da imagem (em polegadas); • Relação Sinal/Ruído – S/R – em dB. As características mais importantes são a resolução e a sensibilidade. A resolução define-se como a mais pequena área de um objecto que a câmara consegue distinguir. Quanto mais linhas existirem maior é a resolução e, consequentemente, melhor é a imagem. Os valores mais usuais para a resolução horizontal são: 330; 350; 380; 420; 480; 550 e 600 TVL. A sensibilidade indica o nível mínimo de iluminância necessário para se obter uma imagem de vídeo de boa qualidade. Quanto mais baixo for o valor de lux especificado para a câmara, melhor será a imagem obtida em condições de fraca luminosidade. A captação de uma imagem de boa qualidade depende do local onde vão ser colocadas as câmaras e do que se pretende visualizar, consoante as condições de luminosidade, indicando-se na Tabela 1 a sensibilidade recomendada em função da utilização. Tabela 1. Sensibilidade recomendada das câmaras de vídeo.
Figura 7. Câmaras tipo bullet (esquerda) e tipo dome (direita).
Para aumentar o nível de segurança, não dando a conhecer a localização das câmaras de vídeo, existem câmaras “ocultas”, designadamente em detectores de incêndio. A sua utilização deve respeitar a legislação vigente sobre os sistemas de videovigilância, designadamente a indicada no Capítulo 1.1. LED1 Green
Video Hole
Sensibilidade recomendada (lux)
Durante o dia
≈5
Interiores com fraca luminosidade e exteriores com luminosidade por candeeiros
Entre 0,5 e 2
Situações de luminosidade muito fraca
≤ 0,4
Sem qualquer luminosidade
Recomenda-se a utilização de iluminação artificial por infravermelhos em conjunto com câmaras a Preto/Branco. Alternativamente, podem ser usadas câmaras a cores Dia/Noite que comutam para Preto/Branco em situações de baixa luminosidade, também em conjunto com iluminação por infravermelhos.
Sensor window
LED2 Green
Figura 8. Detector de incêndio com câmara de vídeo.
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Tipo de utilização
IP: Índice de Protecção contra a penetração de corpos sólidos e de água (Norma IEC 60529). IK: Índice de protecção contra impactos mecânicos (Norma IEC 62262).
Texto escrito de acordo com a antiga ortografia.
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O lux é a unidade de iluminância no Sistema Internacional de Unidades (SI); símbolo: E.