Termopares industriais (2.ª Parte)

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Termopares industriais 2.ÂŞ Parte

1. LEIS DE COMPORTAMENTO DOS TERMOPARES O funcionamento dos termopares baseia-se nas seguintes leis, ilustradas na ďŹ gura 1. , HďƒĄ$ %ďƒą 7

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Rui Vilela DionĂ­sio Departamento de Sistemas e InformĂĄtica Escola Superior de Tecnologia de SetĂşbal do Instituto PolitĂŠcnico de SetĂşbal

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2. CONSIDERAÇÕES SOBRE AS LEIS ANTERIORES • A justiďŹ cação da primeira lei foi dada na 1ÂŞ parte deste artigo, no ponto 2. Funcionamento dos termopares, em particular atravĂŠs da equação (de acordo com a ďŹ gura 1 (a))

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uo=e¢A,B²(T1)−e¢A,B²(T2)

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Figura 1. Representação esquemåtica das leis de funcionamento dos

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termopares: lei dos dois metais e duas junçþes (a); lei da independência da temperatura do percurso (b); lei dos metais intermÊdios I (c); lei dos metais intermÊdios II (d); lei das temperaturas sucessivas (e); lei dos metais sucessivos (f).

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Lei dos metais sucessivos – Se um termopar constituĂ­do pelos materiais A e C, com as junçþes expostas Ă s temperaturas T1 e T2, gera uma tensĂŁo u¢A,C² (ďŹ gura 1 (f )) e um circuito semelhante, construĂ­do com os materiais C e B, gera Ă s mesmas temperaturas uma tensĂŁo u¢C,B², entĂŁo, um terceiro termopar, semelhante na conďŹ guração e fabricado com os materiais A e B, gerarĂĄ Ă s mesmas temperaturas

Lei dos dois metais e duas junçþes – Um circuito utilizando termopares, deve conter pelo menos dois materiais distintos e pelo menos duas junçþes (ďŹ gura 1 (a)). Lei da independĂŞncia da temperatura do percurso – A tensĂŁo de saĂ­da do termopar, uo, depende apenas das temperaturas das junçþes, T1 e T2, sendo independente da forma como a temperatura se distribui pelos condutores, desde que nestes nĂŁo haja corrente elĂŠtrica (ďŹ gura 1 (b)) e os terminais do voltĂ­metro estejam Ă mesma temperatura. Lei dos metais intermĂŠdios I – Se um terceiro material homogĂŠneo C for inserido no material A ou no material B de um circuito com termopares (ďŹ gura 1 (c)), a tensĂŁo de saĂ­da uo permanece inalterada, desde que as novas junçþes estejam Ă mesma temperatura (Ti=Tj). Lei dos metais intermĂŠdios II – A instalação de um material intermĂŠdio C numa junção ¢A,B² (ďŹ gura 1 (d)) nĂŁo afeta a tensĂŁo de saĂ­da uo, desde que as novas junçþes, assim criadas, sejam mantidas Ă temperatura T3. Lei das temperaturas sucessivas – Um circuito de termopares com temperaturas T1 e T2 (ďŹ gura 1 (e)) origina uma tensĂŁo de saĂ­da uT1,2=f(T1,T2). O mesmo circuito, exposto Ă s temperaturas T2 e T3, produz uma tensĂŁo uT2,3=f(T2,T3). Se o circuito for exposto Ă s temperaturas T1 e T3, a tensĂŁo de saĂ­da serĂĄ uT1,3=f(T1,T3)=uT1,2+uT2,3

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A segunda lei resulta do facto de nĂŁo haver produção de f.e.m. termoelĂŠtricas, se nĂŁo houver heterogeneidades no material (pelo efeito de Seebeck), e de nĂŁo haver modiďŹ caçþes nas temperaturas, se a corrente for nula (efeitos de Thomson e de Peltier). Esta lei ĂŠ de grande importância prĂĄtica, pois ĂŠ devido a ela que ĂŠ possĂ­vel instalar, despreocupadamente, o caminho dos cabos dos termopares, ou das suas extensĂľes (a serem apresentadas na 3ÂŞ e Ăşltima parte deste artigo), sem ter de atender Ă s temperaturas ao longo do percurso. A demonstração da terceira lei faz-se, efetuando a circulação ao longo de um caminho que inclua o termopar e o material inserido no circuito e constatando que hĂĄ cancelamento das tensĂľes, nas junçþes com o novo metal, desde que estas se encontrem Ă mesma temperatura. Esta lei permite a utilização de um cabo normal (e.g. cobre) para efetuar emendas nos condutores de um termopar, sem que daĂ­ resulte nenhum erro na determinação da temperatura. Tem que se veriďŹ car, no entanto, para este efeito, nas novas junçþes i e j, a condição Ti=Tj. É conveniente que a corrente elĂŠtrica no circuito seja nula (I=0 A), para que as temperaturas das junçþes nĂŁo se alterem devido ao efeito de Peltier, o que, na prĂĄtica, poderia conduzir a que Ti se tornasse diferente de Tj. A demonstração da quarta lei faz-se recorrendo Ă lei de Volta1:

Num circuito fechado, constituĂ­do por diferentes materiais, todos Ă mesma temperatura, a soma das f.e.m. de Seebeck ĂŠ nula.

(1) 1

Texto escrito de acordo com a antiga ortograďŹ a.

(3)

Alessandro Giuseppe Antonio Anastasio Volta, físico e químico italiano, inventor da pilha elÊtrica, 1745–1827.


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