As smart machines e como vão influenciar o futuro
robótica
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vozes de mercado
Rui Monteiro OEM Manager Schneider Electric Portugal
Impulsionada pelas smart machines, a nova (r)evolução industrial está a mudar a forma como os fabricantes de máquinas e a indústria operam e como irão operar no futuro. Para aumentar a competitividade e produtividade, as máquinas – e a indústria em geral – terão que ser mais inteligentes, melhor conetadas, mais eficientes, mais flexíveis e mais seguras.
As máquinas tradicionais recorrem a tecnologias dispendiosas e limitadas do ponto de vista de comunicação. As smart machines, em contrapartida, estão a utilizar protocolos de comunicação abertos. Recorrem à utilização da cloud para a gestão e armazenamento de informação, reduzindo custos relativos ao ciclo de vida e permitindo novas formas de interação, bem como um desempenho mais eficiente.
Ao reunir os diversos aspetos facilitadores – do ponto de vista tecnológico – e aspetos impulsionadores – do ponto de vista do utilizador e do mercado, o conceito das smart machines resultará inevitavelmente em máquinas mais seguras, conetadas, flexíveis e capazes de responder às necessidades de utilizadores e consumidores. A integração de equipamentos ligados através da web e o acesso em tempo real aos dados gerados vão conferir um maior poder aos utilizadores e estimulá-los a migrarem para máquinas cada vez mais inteligentes. Consequentemente, à medida que a produção beneficia da redução dos custos inerentes a períodos de inatividade e de manutenção, do aumento da qualidade e da capacidade de resposta, a indústria torna-se mais competitiva. As principais caraterísticas das smart machines a contribuírem para esta evolução são: o autoconhecimento, identificando desvios no padrão operacional e comunicando-os ao operador para automatizar os processos de decisão; o Plug&Work, compatibilizando-se com instalações pré-existentes, com maquinaria de múltiplas origens, integrando-se facilmente; segurança e cibersegurança, são mais seguras para os seus utilizadores e operadores e minimizam os riscos de ataques cibernéticos; a conetividade permite a partilha de dados e do plano de produção, por exemplo. Porém, antes de se assistir a uma migração em grande escala para as smart
machines é necessário o investimento na formação dos operadores e o tecido empresarial necessita de uma demonstração clara do retorno possível. Estas novas tecnologias vão ter, gradualmente, que provar os seus benefícios e ultrapassar questões inibidoras como, por exemplo, as preocupações com a segurança das redes informáticas. Simultaneamente, o desenvolvimento de novos serviços de apoio aos componentes inerentes ao conceito IIoT (Industrial Internet of Things), bem como de processos e sistemas das smart machines, representa uma oportunidade significativa para os projetistas das máquinas, especialmente em áreas de manutenção preditiva e acesso remoto. Os fabricantes de máquinas que querem melhorar, ou manter, a sua posição no mercado, terão que utilizar sistemas de controlo que capitalizem o potencial da utilização de inteligência distribuída em máquinas. A utilização de novas tecnologias para melhorar o desempenho e eficiência, enquanto se reduzem os períodos de inatividade e o consumo de energia, vai permitir, tanto aos fabricantes de máquinas como aos utilizadores finais, diferenciarem-se da concorrência. Aqueles que optarem por esperar vão ser ultrapassados pelo mercado. Assim, a parceria entre especialistas em comunicações, TI, TO e software, vai ser o ponto fulcral para o sucesso na migração para as smart machines.