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vozes do mercado
o desenvolvimento do poder de gestão para a inteligência de edifícios na atualidade
Fernando Ferreira
EcoBuilding Marketing Manager Schneider Electric Portugal
Atualmente, gerir ativos tendo em mente objetivos de eficiência e de sustentabilidade é um dos maiores desafios na gestão de energia. Enquanto os avanços tecnológicos promovem a gestão de energia e uma manutenção elétrica mais eficiente, existem novos obstáculos que surgem com estas melhorias. Por exemplo, uma das maiores tendências que influencia a gestão energética num edifício é o crescimento de redes elétricas complexas, que já incluem fontes de energia variadas, tal como a energia solar, armazenamento em baterias, e fenómenos associados tal como aumento da taxa de distorção harmónica em tensão, provocadas por equipamentos onde se incluem os variadores de frequência e iluminação de tecnologia LED. No passado, todos os edifícios eram desenhados da mesma forma, numa perspetiva elétrica em que a principal fonte de energia era a eletricidade e, em muitos casos, a única. Agora, temos edifícios mais complexos com diferentes exigências, no que diz respeito à origem da energia consumida e à gestão das diferentes fontes, a partir das quais a energia é distribuída. Este processo adiciona uma complexidade à gestão de edifícios porque agora são, não só, consumidores, mas também produtores de energia. Para além do efeito tecnológico, o papel do gestor de edifícios está a mudar. Tradicionalmente, um gestor de edifícios tinha um perfil essencialmente técnico, vocacionado para a manutenção preventiva e corretiva. Agora vemos uma evolução nesse perfil, pois o seu papel é muito mais abrangente. Na manutenção evolui-se para a manutenção preditiva, as empresas por outro lado adotaram normativas que implicam análises de impacto ambiental, metas de eficiência, cálculos dos ciclos de vida e o seu impacto financeiro, prevendo quando chega o momento onde a www.oelectricista.pt o electricista 63
substituição de um equipamento é claramente mais viável a longo prazo, provando o retorno desse investimento. Encontramos atualmente perfis muito variados e de especialidades muito destintas. A dependência da energia elétrica tem sido crescente, sendo um recurso crítico atualmente em muitos edifícios. Os hospitais, por exemplo, sempre consideraram a eletricidade como um pilar essencial à sua missão, pois a falha de energia elétrica torna-se uma questão de segurança. Porém, hoje, instalações como centros comerciais estão a avaliar esta questão com a mesma magnitude. Se o edifício perder potência e as lojas tiverem de fechar, esta interrupção pode conduzir os clientes para outros locais e impactar significativamente a rentabilidade dos negócios. Os gestores de edifícios são continuamente desafiados com formas de abordar estas forças de mudança e gerir os seus edifícios eficientemente. Para fazer face a esta realidade precisam de contar com especialistas que os ajudem nessa tarefa, tais como os integradores de sistemas. Estes suportam as equipas na ajuda a otimizar o equipamento elétrico e a performance energética, melhorar o sistema elétrico e gerir os custos energéticos. Isto significa que os integradores de sistema precisam de ser rápidos e estar atualizados sobre as últimas novidades elétricas e sistemas tecnológicos energéticos, de modo a fornecerem o melhor serviço aos seus clientes. Isto pode representar um desafio para os integradores que investiram anos a dedicar-se a um conjunto de produtos e tecnologias e agora precisam, rapidamente, de mudar de direção. De modo a garantir que estão preparados para as funções, os integradores de sistema devem focar-se nas seguintes táticas:
1. FORMAÇÃO Conduzir formações regulares e especializadas nos desafios mais críticos que os proprietários e os gestores de edifícios enfrentam, ajudará os integradores de sistemas a expandir o seu conhecimento, de modo a
oferecerem aos seus clientes uma variedade maior de produtos e soluções, ajudando-os a destacar-se da concorrência.
2. REDE Procurar uma rede aberta de integradores de sistemas que promova a ideia de partilhar as melhores práticas de implementação. Com uma rede integrada de parceiros com quem trabalhar, os integradores de sistemas podem facilmente conduzir projetos colaborativos aos quais, de outra forma, poderiam não conseguir dar resposta, abrindo assim novas oportunidades de crescimento.
3. TECNOLOGIA Ganhar acesso a soluções líderes na indústria tecnológica, que conduzirão o futuro dos edifícios inteligentes – e os colaboradores com várias competências precisarão de desenhar, instalar e suportar estas soluções. Atualmente, os gestores de edifícios precisam de uma oferta completa de tecnologias e de um conjunto de especialistas para otimizar a eficiência e gestão de energia elétrica dos sistemas. Já não é possível progredir sozinho. Ao colaborar com integradores de sistemas que constantemente expandem a sua área de especialidade e que usufruem do ecossistema como o parceiro certo, estes desafios tornam-se mais fáceis de ultrapassar.