Equipamentos industriais: máquinas standard ou soluções por medida
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Vitor Almeida CTO
robótica
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informação técnico-comercial
Quando um empresário decide instalar uma nova unidade de produção ou expandir uma unidade existente, é confrontado com uma decisão inicial: vai recorrer a máquinas standard existentes no mercado ou prefere desenvolver os equipamentos à medida das suas necessidades.
Figura 1. Máquina standard Tropimatica: robot de cardagem de solas, indústria do calçado.
Nesse momento, é frequente ver as pessoas responsáveis por esta tarefa comprar um bilhete de avião e viajarem até Itália ou Alemanha, onde encontram uma vasta oferta de equipamentos disponível. As feiras que aí se realizam permitem concentrar num único local vários fornecedores, facilitando a comparação e escolha. Curiosamente, quando analisamos as grandes multinacionais verificamos que fazem algo substancialmente oposto: estas empresas definem um caderno de encargos com as características dos equipamentos que precisam e depois contratam empresas especializadas para lhes construir essas máquinas. Verificamos isto de forma clara na indústria automóvel. No primeiro exemplo, os empresários estão a comprar máquinas standard, previamente desenvolvidas para realizar uma determinada tarefa ou produzir um determinado produto. Já no segunda caso, entramos na área das soluções feitas por medida.
MÁQUINAS STANDARD A solução encontrada por muitos empresários passa por adquirir equipamentos standard junto de fabricantes normalmente focados numa indústria ou família de equipamentos específicos. A principal vantagem desta abordagem está associada ao preço dos equipamentos. Ao comprar máquinas standard, o empresário não está a pagar os custos de desenvolvimento do produto ou quanto muito vê apenas uma fração destes custos refletida no preço da sua máquina. Como maior inconveniente encontramos a rigidez deste tipo de produtos. O equipamento está desenvolvido e o fabricante não está normalmente disponível para o modificar ou adaptar às necessidades específicas do cliente. Nesta abordagem, o empresário compra o equipamento e depois tem de moldar o seu produto àquilo que a máquina consegue fazer. Um outro inconveniente a ter em consideração tem a ver com questões de competitividade: a máquina que o empresário está a comprar está disponível em catálogo e pode ser comprada por qualquer outra empresa sua concorrente. Ao adaptar o seu produto àquela máquina está a abrir uma porta que permitirá à sua concorrência replicar o seu produto de forma fácil e sem qualquer possibilidade de controlo.
SOLUÇÕES POR MEDIDA Durante a minha carreira profissional, estive durante 16 anos numa dessas grandes multinacionais que anteriormente referi. Fui responsável por um departamento de automação que tinha por missão obter os equipamentos que a produção necessitava. Alguns desses equipamentos eram produzidos internamente. A maior parte era adquirida a fornecedores especializados, que os desenvolviam sob rígidos contratos de confidencialidade, aqueles mais estratégicos eram comprados parcialmente construídos e acabados dentro de portas, para garantir que nem os fornecedores tinham acesso aos detalhes do processo produtivo. Aprendi na altura um interessante conceito: essa multinacional estava completamente focada nos seus produtos e os equipamentos que os produziam eram absolutamente secundários. Sempre que desenvolvia um novo produto: numa primeira fase era definido o que se pretendia produzir. Depois, e apenas depois, se produziam os equipamentos para produzir aquele produto. Esta forma de trabalhar apenas é possível recorrendo às soluções feitas por medida. O fornecedor desses equipamentos está a desenvolver o produto de raiz. Por isso, é muito mais permeável a realizar ajustes e afinações de forma a produzir uma solução perfeitamente