Coluna da APEGAC
A eficiência energética dos elevadores, uma mais-valia para a economia do condomínio Fernando Cruz Presidente da Direção da APEGAC - Associação de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios
O conceito de eficiência energética relacio-
de energia e emissões de CO2 por outro,
na-se diretamente com a utilização cons-
passam a ser do seu conhecimento.
ciente da energia que conduza à redução do seu consumo sem que tal resulte de
A APEGAC vem defendendo, junto da ADE-
forma negativa no conforto e bem-estar.
NE, a necessidade premente de a certifica-
A implementação prática do conceito im-
ção energética abranger de forma global
plica forçosamente qualquer custo, sendo
o edifício e os seus equipamentos comuns,
normalmente suficiente a alteração de há-
já que o impacto da eficiência energética
bitos ou aplicar medidas adequadas.
na economia do edifício e no conceito de sustentabilidade tem nas áreas e equipa-
pelas Diretivas de Ecodesign e etiqueta-
A preocupação com a eficiência energética
mentos comuns do edifício alguns fatores
gem energética regulados pela Comissão
deve estar presente desde a conceção dos
de grande importância no conceito de efi-
Europeia. O primeiro produto abrangido
equipamentos passando pela sua utiliza-
ciência energética.
por este sistema foi a janela, e o próximo
ção até à fase do abate. Só muito recente-
será o elevador. Porquê os elevadores? O
mente estas preocupações passaram a ter
No decorrer da implementação do SCE
centro de atenção tecnológico e legislativo
reflexo em ações práticas, nomeadamente
verificou-se a importância de avaliar tam-
destes equipamentos tem estado essen-
ao nível da legislação, mas é naturalmente
bém o desempenho de alguns dos compo-
cialmente relacionado com a segurança,
um caminho que no futuro assumirá uma
nentes do edifício, por forma a avaliar com
embora, nos últimos anos, com o avanço
importância crescente.
maior rigor o desempenho energético glo-
da normalização e regulamentação, é pos-
bal. Desta forma, e como complemento ao
sível observar de forma mais atenta outro
Uma das principais atividades da ADENE -
SCE, foi lançado o Sistema de Etiquetagem
fator de análise, ou seja, o seu consumo
Agência para a Energia, é a gestão do Siste-
Energética de Produtos (SEEP) que tem por
energético.
ma de Certificação Energética dos Edifícios
objetivo informar os consumidores sobre
(SCE), em funcionamento desde julho de
o desempenho energético de produtos
Em Portugal, o parque de elevadores cifra-
2007 e que permite conhecer, com algum
que ainda não se encontram abrangidos
-se em cerca de 140 000 unidades. Tendo
pormenor, o desempenho energético dos
em conta as tendências demográficas de
edifícios portugueses através da atribui-
urbanização e a necessidade crescente de
ção de uma classe energética. A certificação energética permite que no momento da compra ou arrendamento de uma casa, o cidadão esteja já informado sobre o desempenho energético da mesma, permitindo ir além das tradicionais considerações relativas à arquitetura, aos acabamentos, ao preço e ao local. Aspetos como o nível de isolamento da envolvente, os materiais de construção, a eficiência dos sistemas técnicos instalados, as energias renováveis, por um lado, e os possíveis consumos
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elevare
"O elevador pode representar entre 3 a 5% do consumo de energia de um edifício, pelo que é importante conhecer em detalhe o seu valor e identificar a melhor forma de promover a efi-ciência energética destes equipamentos."
conforto, pode-se esperar um aumento do número de elevadores em Portugal, bem como o consumo energético a eles associado. O elevador pode representar entre 3 a 5% do consumo de energia de um edifício, pelo que é importante conhecer em detalhe o seu valor e identificar a melhor forma de promover a eficiência energética destes equipamentos. Neste sentido, no Decreto-Lei n.° 118/2013 de 20 de agosto o elevador é considerado