~Dansadeiras~ - Cap. I“Barganhando a Morte e a Vida”
* Cia. As Marias 2024
“se essa rua fosse minha
Eu mandava ela brilhar só pra ver as Dansadeiras Com o frevo aqui brincar”
A Cia As Marias é um núcleo cênico criado em 2005 e residente na cidade de São Bernardo do Campo. Tem como foco de pesquisa os estudos do corpo na Cidade, em diálogo com as teatralidades, corporalidades, visualidades e musicalidades presentes nas culturas populares brasileiras e os imaginários possíveis desse trânsito. Nesse sentido, fazemos nosso teatro de rua e dança, tensionando e intencionando outras narrativas e possibilidades poéticas de ocupar os espaços urbanos.
As ruas são nossa força motriz e grande pergunta nesta travessia da Cia. As Marias, fazendo nascer obras comprometidas com uma poética e ética engajada com o desejo de fazer uma rua mais porosa e habitada pelo encantamento.
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Um pouco desse tramado de estórias
“Como trocar tristeza por alegria?
Pode-se barganhar com a Morte?”
“A vida é como aquela curva do S é uma curva que sobe e outra que desce o meio dela, nem todo mundo conhece”
Oliveira de Panelas (poeta repentista)
Dansadeiras vem escrita com S, pois a curva desta letra está a propor o movimento sinuoso, perigoso e surpreendente da Vida, assim como a proposta deste espetáculo que é uma peça-ato-festa para e com as ruas, em formato episódico e dialógico com o público.
A Trilogia das Dansadeiras - Capítulo IBarganhando a Morte e a Vida, tem como ponto de partida as narrativas orais das personagens femininas e a inventividade sem limite das mulheres quando precisam diariamente barganhar a vida e a morte, real e simbólica, diante de um mundo onde é invisibilizada.
Trocando tristeza por alegria por meio das danças, cantos, versos e bonecos surgem figuras femininas das narrativas populares que se entrelaçam afetivamente e reverenciam a figura das mestras da cultura popular. Como no ofício da tecelã e da bordadeira vão sendo costuradas, as presenças de Dona Selma do Coco, Dona Teté, Dona Elza do Caroço ( in memoriam) evocadas através de suas imagens e cantos.
O tecido dramatúrgico deste espetáculo não separa a palavra, do corpo, do canto, da dança, do vídeo e dos bonecos, pois esta é uma chave importantíssima para nosso processo de criação. A composição cênica nos trabalhos da Cia As Marias acontece por essa perspectiva transversal, as corporeidades, musicalidades, visualidades e narrativas das danças como o Frevo, o Coco de roda, Cacuriá, Carimbós formam a base dramatúrgica desta encenação, onde ritual, encenação e brincadeira se misturam num só ato: uma celebração das vozes e saberes das mulheres.
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“Nossa aventura aconteceu em tempos de passado-presente para conversar com nosso presente-futuro”
A Figura da Mulher Popular... ser Maria é chama Arisca!
É deste ponto de vista que iremos narrar esse espetáculo, de um dos segmentos mais invisíveis, anônimos e discriminados na sociedade brasileira: as mulheres, das muitas Marias e suas potências e encantamentos.
Reconhecemos a importância das figuras femininas contarem suas próprias histórias, para além da perspectiva masculina, como encontramos em muitas narrativas populares onde as mulheres são narradas como interesseiras, cheias de caprichos, malcriadas ou causadoras de danos para todo um povo, como no conto popular Tereza Bicuda ou Catirina, personagem do Auto do Boi que pede a língua do boi preferido do patrão de seu marido.
Ao convocarmos as vozes dessas personagens para confabularem suas próprias histórias, queremos revelar novos sentidos para essas figuras populares apresentando outras nuances, outras camadas de sentidos poéticos para cada uma.
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“Conheci uma velhinha Que tinha um medo danado
Tinha medo de morrer Ela entende do riscado”
Trilogia das Dansadeiras
Capitulo 1 - Barganhando a Morte e a Vida
Uma história que se trama na outra, trocando tristeza por alegria por meio de danças, cantos, versos e bonecos. Uma trupe de artistas viajantes chegam para animar a festa de uma Velha, que está comemorando seus 333 anos e tentando trapacear a Morte para prolongar a sua estada na terra. Comadres de muito tempo, Velha e Morte, mostram que os rios que se cruzam, deságuam nos mistérios dos imaginários femininos e suas encantarias.
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“Dansadeira me ajuda Qu’eu não posso dansar só Eu sozinha danso bem mas com você danso melhor”
~ Elenco & Bonecos ~
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~ Cristiane santos ~ será a Velha, Catirina e Tereza Bicuda.
~ Patricia santos ~ será a Moça Viajante, Coronel, Capanga e Irmã Dansadeira.
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~ Rubens signorelli ~ será a Morte, Noivo da Lia, o Boi e Anivaldo.
~ Aline Machado ~ será a Morte, Tereza Bicuda e Capanga.
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~ suellen Ribeiro ~
será Lia, Catirina, Tereza Bicuda e Irmã Dansadeira.
~ Irmã Dansadeira ~
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~
~
Irmã Dansadeira
~
Anivaldo
~ Burrinha ~
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~ Boi ~
“ser Maria é chama arisca Danso, canto, invento e brinco na lida com a morte e vida Desafio o tempo é arrisco”
“Preste atenção povo desse lugar, que eu vou contar a minha história, que é a história de muitas e tantas e tantas outras mulheres”
Ciclo de saberes Mestras da Tradição
Essa ação busca visibilizar e trazer o protagonismo das mestras ao grande público, uma vez que muitos conhecem suas músicas e/ou danças, mas não conhecem suas histórias de vida, suas lutas, sonhos e dificuldades para manter as tradições. Tivemos a honra de conversarmos com Mestra Laine da Congada da Santa Ifigênia de Mogi das Cruzes, Mestra Fabiana do Samba Lenço de Mauá e Mestra Ana Maria Carvalho
Acesse nosso canal no youtube e conheça suas histórias
Mestra Fabiana
Mestra Ana Maria Carvalho
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Mestra Laine
Ciclo de saberes das Atuadoras de Rua
Essa ação busca visibilizar e trazer o protagonismo das mulheres artistas. Conversamos com três artistas das artes da cena de diferentes regiões do país: Denise di Santos (Bahia), Edi Cardoso (São Paulo) e Luciana Meireles (Brasília) que criam para e com as ruas com o objetivo de compartilharem seus saberes, reflexões e desafios desse fazer teatral.
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Edi Cardoso
Denise Di Santos
Luciana Meireles
Ficha Técnica
Dramaturgia e Direção Cênica: Cristiane Santos
Co-Direção: Patricia Santos
Atuadoras: Aline Machado, Cristiane Santos, Patrícia Santos, Rubens Signorelli e Suellen Ribeiro
Preparação Musical Percussão e Ritmos Brasileiros: Luciana Felix
Preparação Musical Cantos: Luciano Mendes de Jesus
Cantos Autorais: Versos para o Canto da Morte (Aline Machado e Patrícia Santos), Canto da Lia (Composição e arranjo musical: Aline Machado), Toada do Boi (letra:Patrícia Santos e Cristiane Santos/ composição e arranjo musical: Aline Machado), Versos do Canto das Fiandeiras (Patrícia Santos), Coco das Dansadeiras (Cristiane Santos, Patrícia Santos e Rubens Signorelli/ Arranjo musical: Aline Machado e Luciana Félix).
As outras musicalidades do espetáculo são referenciadas nos cacuriás de Dona Teté, cocos de Dona Selma, samba de roda do recôncavo, cantos de trabalho do vale do Jequitinhonha, vissungo de Minas Gerais e cantiga do Baião de Princesa do Maranhão.
Figurinos: Maria Zuquim
Manutenção de Bonecos e Criação de Máscaras: Celso Ohi
Cenografia e Adereços: Cia As Marias
Edição de Vídeos: Gerson Guedes
Operação de Som e Vídeo Projeção: Mica Matos e Raffael Santos
Registros Fotográficos: Sarará Rodrigues
Mídias Digitais: Mel Zabunov
Conceito de Visualidades: Patricia Santos
Designer Gráfico: Anderson Gomes
Produção Executiva: Renato Modesto
Produção Geral e Artística: Cia As Marias
Classificação Indicativa: a partir de 14 anos
Duração: 80 minutos
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Agradecimentos
Às nossas famílias pelo apoio e cuidados ofertados durante esses 12 meses de trabalho contínuo.
Agradecemos às mestras Laine, Fabiana e Ana Maria Carvalho e às atuadoras Denise di Santos, Edi Cardoso e Luciana Meireles pelas horas de conversas, emoções e saberes compartilhados.
Ao amigo Pedro Droca pelo empréstimo do pandeirão, maracá e matracas do Boi.
Agradecemos à Mariana França do espaço CASA em Santo André, aos funcionários do Teatro Martins
Pena (SBC), à Samara Dinis e ao espaço DAJUV (SBC), à Néia e ao Projeto Meninos e Meninas de Rua (SBC) que nos receberam durante nosso processo de criação e compartilhamento dos ensaios.
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