VIII Seminário Nacional do Centro de Memória (2016)

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de referências documentais do conjunto edificado, tais obras chegaram aos dias de hoje sem autoria conhecida, atribuídas, assim, a construtores anônimos. Uma das vias propostas para discussão baseia-se na análise da vasta documentação reunida no Arquivo Municipal de Campinas, visto que os processos tramitados para obtenção de licenças para construir ou reformar, com respectivos desenhos técnicos, revelam-se exemplares não só da grande atuação que os licenciados tiveram no período mas também da qualidade técnica e formal de suas obras. Por fim, partindo da cidade real, expressa tanto materialmente quanto na documentação arquivística e aproximando a discussão a problemas contemporâneos, propõe-se mapear o movimento das ideias e a atuação das personagens envolvidas com a questão da história, da arquitetura e do patrimônio cultural e verificar a repercussão do esquecimento desses construtores na historiografia, nas pesquisas acadêmicas e práticas preservacionistas do município. Instrução, Imprensa e Modernidade no Século XIX – Lugares distintos, ideias convergentes Adriana Aparecida Pinto (Professor Adjunto)

Sandra Chedid Racy (INPG)

A proposta evidencia a articulação de pesquisas em história da educação brasileira, utilizando como fonte a imprensa periódica de circulação geral, com abordagem teórico-metodológica assentada na Nova História, na vertente da história cultural. Buscou-se identificar e analisar a circulação e permanência de discursos comuns acerca da “modernidade”, entre os anos de 1870-1890, presentes nos jornais em circulação no período, relativos à instrução/educação nas localidades indicadas, a saber: Campinas, em São Paulo, e Cuiabá, em Mato Grosso. A análise dos textos publicados indicou a legitimação dos jornais impressos como porta-vozes de uma pretensa e almejada sociedade, que buscava a adesão ao que se considerava moderno, conforme o padrão europeu, tendo a instrução como mola propulsora. A seleção das localidades justifica-se nas percepção comum acerca do discurso sobre a modernidade que circulavam nas as páginas dos impressos. Consideramos que o discurso que permeia a ideia de modernidade nas cidades examinadas, ao final do século XIX, possibilita aproximações, sobretudo no entendimento do que é representativo do moderno no campo educacional, não sendo a distancia geográfica impedimento para que ideias educacionais semelhantes estivessem em circulação em diferentes localidades.

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