Nova Iguaçu: Muito prazer!

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GOVERNO FEDERAL, SECRETARIA ESPECIAL DA CULTURA, PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E FENIG PATROCINAM

NOVA IGUAÇU. MUITO PRAZER!


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NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER! GOVERNO FEDERAL, SECRETARIA ESPECIAL DA CULTURA, PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E FENIG PATROCINAM

PREFEITURA DA CIDADE DE NOVA IGUAÇU PREFEITO DA CIDADE DE NOVA IGUAÇU Rogerio Martins Lisboa PRESIDENTE DA FENIG Miguel Arcangelo Ribeiro SECRETÁRIO DE CULTURA Marcus Antônio Monteiro Nogueira SUBSECRETÁRIO DE ARTE E CULTURA Augusto Carmo Vargas Júnior SUBSECRETÁRIO DE AÇÃO CULTURAL Rogério Cecílio da Costa

CATALOGAÇÃO NA FONTE

PATROCÍNIO


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NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER! AUTOR Allofs Daniel Batista CAPA Daniela Dilma Morais DESIGN GRÁFICO Henrique Magon Pequeno REVISÃO Denise Vieira Demetrio

AGRADECIMENTOS Adriano dos Santos Moraes Alexander Gama Elias Alziro Xavier Amauri Telles de Menezes André Luiz Cardozo Daiane de Oliveira Rocha Daniela Dilma Morais Denise Vieira Demetrio Flávio Farias de Araújo Henrique Magon Pequeno Joel Dias da Silva Patrick Neto Bastiani Raphael Peixoto da Rocha Ronaldo Grana Tales Gaspar de Mattos Reis Thiago Rachid Vinícius Menezes Azeredo Weberton Ananias dos Santos

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NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

APRESENTAÇÃO O dia 15 de janeiro é considerado o dia do aniversário de Nova Iguaçu, que leva em consideração a data da elevação de Iguassú à condição de Vila, em 1833. Desta forma, hoje se comemoram 188 anos de nossa cidade. Eu, morador da cidade desde janeiro de 1984, sou um pesquisador em processo, que tem a cidade de Nova Iguaçu não somente como local de moradia, mas também como objeto de estudo e análise. Não apenas moro aqui, eu vivo aqui. E isso faz toda diferença. Quando comecei na Iniciação Científica, há alguns anos atrás na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, foi a região da Baixada Fluminense, e consequentemente, Nova Iguaçu a que me dediquei. E desta dedicação, que não se deu apenas no campo acadêmico, hoje vejo, com satisfação, alguns frutos. Por meio da Lei Aldir Blanc (Lei nº 14.017 de 29/06/2020), de autoria da deputada federal Benedita da Silva, a Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu realizou alguns editais. Em dois deles eu tive a honra de ser contemplado. Um se referia ao reconhecimento pela atuação na área cultural, que foi nomeado de Prêmio Cordelista Jota Rodrigues. Este prêmio se deu a diversos agentes culturais "pela contribuição com o desenvolvimento de Nova Iguaçu, por meio da arte e da cultura", e por ele fico muito feliz. Mas o que realmente me deixou contente foi ser contemplado no chamamento de Fomento à Produção Online. Este me permitirá promover por meio digital um trabalho que realizei algum tempo atrás. Nova Iguaçu: Muito Prazer! é resultado de uma inquietação. Desde 1933 há uma prática de publicar livros comemorativos de nossa história e memória. No entanto, em 2003, foi feita a última publicação desta natureza pela prefeitura. Quando eu me debrucei sobre esta ideia já fazia mais de 15 anos sem nenhum material desta natureza no formato de livros, somente as edições comemorativas em Cadernos Especiais de jornais da região metropolitana fluminense. Hoje já são 18 anos sem nenhum livro com este formato. Apesar de não ser viável a edição de um livro impresso, tenho a esperança de que o e-book Nova Iguaçu - Muito Prazer! venha ser um ponto de partida para voltarmos a falar de Nova Iguaçu para seus moradores. E a vantagem de ter um e-book está justamente na facilidade que hoje encontramos de fazer este tipo de conteúdo circular. Isto vai ser um grande passo, considerando que todas as publicações históricas de nossa cidade sempre tiveram baixa tiragem e pequena circulação. O objetivo deste material não é de ser um livro de história. Como professor acredito que a formação de nossos cidadãos se dá primeiramente no ambiente escolar. É por esta razão que o e-book Nova Iguaçu: Muito Prazer! possui um aspecto mais assemelhado aos Atlas Escolares. Nosso objetivo é que ele se torne material de apoio didático aos colegas professores que sentirem o desejo de apresentar nossa cidade aos estudantes de Nova Iguaçu. Mas, certamente, seu conteúdo diz respeito a todo e toda pessoa que tiver interesse em conhecer um pouquinho desta terra. NOVA IGUAÇU, 15 DE JANEIRO DE 2021

ALLOFS DANIEL BATISTA


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PREFÁCIO Falar que uma cidade precisa conhecer sua história é redundante. Todos precisamos conhecer nossas histórias enquanto indivíduos e como um coletivo. Dizer que um, muitos ou todos não possuem história é um erro de proporções gigantescas que não deve ser cometido em hipótese alguma. Dentro disso, os esforços individuais e coletivos de estudar e escrever a história de um município devem sempre ser louvados. E nesse departamento Nova Iguaçu sempre teve pessoas preocupadas e engajadas na preservação da memória e escrita da história do município e seus cidadãos. Dentro dessa fina seleção de entusiastas, Allofs Daniel Batista é um nome que eu não só tive o prazer de acompanhar, dividir trincheiras como também admirei por suas diferentes iniciativas focadas no município. Não importando a área de foco, ele possui ideias e sonhos para Nova Iguaçu. Apesar disso, ainda é comum nos depararmos com falas que possam diminuir a importância histórica de Nova Iguaçu e seus cidadãos. Por isso, considero que a pesquisa e escrita da História não é mais um entrave para a valorização, mas sim a divulgação. Superar o obstáculo de popularizar as diversas escritas, demonstrar a riqueza imaterial presente no município ao longo de sua história é o que considero necessário para a valorização, não de uma, mas de várias identidades iguaçuanas. Este livro, fruto de um edital público importantíssimo para as diversas áreas envolvidas, é um desses esforços possíveis, que a gente gostaria que chegasse a cada uma das casas dos mais de 800 mil habitantes existentes no município e também daqueles que já não residem mais aqui, mas carregam essa cidade no coração.

NOVA IGUAÇU, 24 DE JANEIRO DE 2021

ADRIANO DOS SANTOS MORAES

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HOMENAGEM ESPECIAL

Robinson Belém de Azeredo foi um cidadão com C maiúsculo, desses que toda cidade precisaria ter para merecer ser chamada assim. Critico atento da vida iguaçuana, tecendo os comentários com tranquilidade e firmeza de quem não tem a pressa da redação diária, ele digeria os assuntos, para alimentar com uma perspectiva menos apressada do que as mídias tem nos feito engolir na atualidade. A frente do Correio da Lavoura, onde dedicou 52 anos de sua vida, foi abnegado mantenedor de uma tradição; o jornalismo como sacerdócio. Marca dos Azeredo em nossa cidade, que surgiu em 1917 com Silvino Azeredo, e hoje segue sob a guarda de Vinícius Menezes Azeredo. Um intelectual negro, com orgulho de suas raízes, atento aos movimentos políticos e sociais, locais e globais, a quem devo enorme agradecimento pela sua generosa recepção em suas oficinas, durante o tempo em que participei na digitalização das edições históricas do já centenário Correio da Lavoura. Seria impensável produzir qualquer memória de Nova Iguaçu sem mencionar ele, que nascido no Hospital Iguaçu, em 29 de fevereiro de 1944, confundiu sua vida com a do município. Em 14 de junho de de 2020 ele nos deixou, mas sua obra e seu exemplo de cidadania continuarão Andando Por Aí, enquanto nos for permitido seguir em frente. Fotografia de Fernando Silva, gentilmente cedida por Vinícius Menezes Azeredo.


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SUMÁRIO 04- APRESENTAÇÃO 05 - PREFÁCIO 06 - HOMENAGEM ESPECIAL 07 - SUMÁRIO 11 - APRESENTANDO NOVA IGUAÇU 15 - OS PRIMEIROS HABITANTES E A OCUPAÇÃO COLONIAL 27 - O IMPÉRIO E A FUNDAÇÃO DA VILA DO IGUASSÚ 43 - REPÚBLICAS: A MAXAMBOMBA VIRA NOVA IGUASSÚ 57 - NOVA IGUAÇU, FRAGMENTAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO 75- HINO DE NOVA IGUAÇU 77 - BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA 81 - O AUTOR


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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 6 - ROBINSON BELÉM DE AZEREDO 10 - BRASÃO DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU 11 - VISTA DA CIDADE DE NOVA IGUAÇU 12 - BANDEIRA DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU 13 - VISTA PANORÂMICA, A PARTIR DA PEDRA DA CONTENDA 14 - A JACUTINGA (PIPILE JACUTINGA), 15 - FAMÍLIA TUPINAMBÁ 16 - CAPELA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE 17 - DETALHE DA CARTA DE JOHAN LERUS 18 - MAPPAS DO REINO DE PORTUGAL E SUAS CONQUISTAS 19 - LA FRANCE ANTARTIQUE AUTREMENT LE RIO JANEIRO 20 - CASA DE FARINHA DE MANDIOCA 21 - LAVAGE D'UN MINERAI D'OR PRÈS LA MONTAGNE ITACOLUMI 22 - CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO MARAPICÚ 23 - PORTO DE ESTRELLA 23 - RIO JNHOMERIM: DANS LA BAIE DE RIO DE JANEIRO 23 - PORTO ESTRELA 24 - SELO COMEMORATIVO DOS 20 ANOS DO PNMNI, 2018. 25 - DETALHE DA GRAVURA BENGUELA, ANGOLA, CONGO E MONJOLO; DEFRICHIMENT D'UNE FORÊT; CHATIMENS DOMESTIQUES 26 - TORRE SINEIRA DA IGREJA DE SANT"ANNA 27 - DETALHE DA CARTA COROGRAPHICA DA PROVINCIA DO RIO DE JANEIRO 28 - RIO IGUAÇU 29 - VILA DO IGUASSÚ NA CARTA COROGRAPHICA DA PROVINCIA DO RIO DE JANEIRO 30 - ESTÁTUAS DAS NYNPHES A LA FONTAINE 31 - LOCOMOTIVA 16 SWARTZKOPFF – ILUSTRAÇÃO DO PROJETO 31 - LOCOMOTIVA 16 SWARTZKOPFF - FOTOGRAFIA 32 - GEORREFERENCIAMENTO DA ESTRADA DO COMÉRCIO 33 - PLANTA HYDRO-TOPOGRAPHICA DA ESTRADA DO COMMERCIO 34 - TRECHO PRESERVADO DA ESTRADA DO COMÉRCIO 35 - ESTAÇÃO FERROVIÁRIA GUIA DE PACOPAÍBA 36 - ENTARDECER NA LAGOA DO GUANDU-AÇÚ 37 - ESTRADA DE FERRO RIO D'OURO 38 - MILAGRE DAS ÁGUAS 39 - DETALHE DO SISTEMA DE CANALIZAÇÃO DO RIO SANTO ANTÔNIO 40 - FRANCISCO PINTO DUARTE 41 - PORTO DO IGUASSÚ 41 - IGREJA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE DO IGUASSÚ 42 - CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO DE JACUTINGA 43 - VISTA PANORÂMICA DA CIDADE DE NOVA IGUAÇU NA DÉCADA DE 1940 44 - PREFEITO MÁRIO PINOTTI 45 - PRIMEIRA PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU


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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 46 - CEMITÉRIO DA IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS 47 - MATRIZ DE SANTO ANTÔNIO DE JACUTINGA EM OBRAS 48 - CASA DE CULTURA DE NOVA IGUAÇU 49 - FRONTÃO BAR BRASIL 49 - IMIGRANTES EM NOVA IGUAÇU 50 - CATADOR DE LARANJAS ANÔNIMO 51 - PROPAGANDA DE LOTEAMENTO EM NOVA IGUAÇU 52 - HOSPITAL IGUASSÚ 53 - LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL DO HOSPITAL DE IGUASSÚ 53 - MÁQUINA DE BENEFICIAMENTO DE LARANJAS 54 - VIADUTO MONSENHOR JOÃO MUSCH 55 - PLANTA DE LOTEAMENTO 56 - NOVA IGUAÇU ANTES DAS EMANCIPAÇÕES 57 - PRIMEIRA ONDA EMANCIPATÓRIA 58 - MAPA DE NOVA IGUAÇU 59 - SEGUNDA ONDA EMANCIPATÓRIA 60 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO I – CENTRO 61 - FOTOGRAFIA AÉREA 1940 61 - IMAGEM DE SATÉLITE 62 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO II – POSSE 63 - CENTRO COMERCIAL OSWALDO MENDES DE OLIVEIRA E O TERMINAL RODOVIÁRIO ARRUDA NEGREIROS 63 - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA: ETA-GUANDU 63 - SUPER SHOPPING CENTER POPULARES 64 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO III - COMENDADOR SOARES 65 - GRÁFICO – 1964/1975 66 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO IV – CABUÇU 67 - DOM ADRIANO MANDARINO HYPÓLITO 67 - EXPLOSÃO DO FUSCA DE DOM ADRIANO MANDARINO HYPÓLITO 67 - ATENTADO CONTA O SACRÁRIO DA IGREJA CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO DE JACUTINGA 68 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO V - KM32 69 - CENTO DE NOVA IGUAÇU, COM FERROVIA 70 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO VI – AUSTIN 71 - PANORÂMICA – GM EMPRESARIAL 71 - PANORÂMICA – MORRO DO CRUZEIRO 72 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO VII - VILA DE CAVA 73 - PAÇO MUNICIPAL 74 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO VIII - MIGUEL COUTO 75 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO IX – TINGUÁ 79 - ESTRADA DO COMÉRCIO 80 - NOVA IGUAÇU FUTURO PASSADO 81 - O AUTOR


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BRASÃO MUNICIPAL O Brasão do Município de Nova Iguaçu foi adotado oficialmente pelo decreto n.º 72, de 31 de março de 1970. O ano de 1833 marca a criação da Vila de Iguaçu e o ano de 1891 marca a transferência da sede da vila para Maxambomba e elevação desta a cidade; As estrelas pequenas representam as antigas freguesias de Nossa Senhora da Piedade de Iguaçu, Santo Antônio de Jacutinga, Nossa Senhora do Pilar, São João de Meriti e Nossa Senhora da Conceição de Marapicu; A estrela maior representa o município de Nova Iguaçu; As cores significam: ouro (força), prata (candura), vermelho (intrepidez), azul (serenidade), verde (abundância). Imagem página 11: Vista da Cidade de Nova Iguaçu. Pela imagem é possível perceber a intensa atividade humana ao longo de todo o seu território. Em primeiro plano temos a Igreja Matriz de Santo Antônio de Jacutinga. No plano intermediário temos o cemitério municipal à direita, seguido dos edifícios comercias ao centro e uma extensão de residências de bairros próximo ao centro. No fundo temos o Maciço do Tinguá, mas abaixo e ao centro pode ser percebido o "Morro Agudo" que fica no bairro de Ponto Chic. Fotografia de Maria Madalena Batista, 2021.


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APRESENTANDO NOVA IGUAÇU

Segundo a tabela de municípios mais populosos do Brasil, Nova Iguaçu está

A CIDADE

em 23º lugar, e 4º no Estado do Rio de Janeiro. Nova Iguaçu possui população superior a dez capitais, a seguir em ordem alfabética: Aracaju/SE, Boa Vista/RR, Cuiabá/MT, Florianópolis/SC, João Pessoa/PB, Macapá/AP, Palmas/TO, Porto Velho/RO, Rio Branco/AC e Vitória/ES. A tabela com a população estimada para cada município foi publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) de 27 de agosto de 2020. Os resultados das Estimativas de População 2020 também podem ser acessados na

Localizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro a cidade de Nova Iguaçu foi a principal formadora dos municípios que atualmente integram a região conhecida por Baixada Fluminense. Atualmente com população estimada em 823.302 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e com uma extensão territorial de 521.249km², a cidade apresenta então menos de 50% de seu território original.

página do IBGE: https://www.ibge.gov.br/estatisticas /sociais/populacao/9103-estimativasde-populacao.html?=&t=resultados

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BANDEIRA DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU A Bandeira do município de Nova Iguaçu foi instituída em 10 de dezembro de 1975, através da lei municipal nº 40. Consiste em quatro retângulos, sendo dois brancos e dois azuis, alternados, à exemplo da bandeira do Estado do Rio de Janeiro. Ao centro da bandeira fica o Brasão de Armas do município.

Imagem página 13: Vista panorâmica, a partir da Pedra da Contenda, na Serra do Gericinó. Ao fundo a Serra do Tinguá. A enorme malha urbana que hoje é a cidade de Nova Iguaçu se estende por uma planície que anteriormente fora ocupada por densa vegetação de Mata Atlântica. Atualmente Nova Iguaçu mantém 57% de seu território preservado, sendo expressiva a presença da natureza em nossa cidade. Arquivo pessoal, 2018.


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Nova Iguaçu - Município brasileiro localizado no Estado do rio de Janeiro, na região sudeste do país, Região metropolitana do Rio de Janeiro. Gentílico: iguaçuano Coordenadas: 22° 45' 37.16" S 43° 26' 51.82" O Distância até a capital: 40 km Municípios limítrofes Norte: Miguel Pereira; Nordeste: Duque de Caxias; Leste: Belford Roxo; Sudeste: Mesquita; Sul: Rio de Janeiro; Sudoeste: Seropédica; Oeste: Queimados; Noroeste: Japeri. Características geográficas Área total 520,807 km² População total: 823 302 hab. Posição RJ: 4º; BR: 23º Densidade 1 580,8 hab./km² Clima tropical (Aw) Altitude 25 m Fuso horário: Hora de Brasília (UTC−3)

A cidade de Nova Iguaçu encontra-se compreendida entre o Maciço do Gericinó e a Reserva Biológica do Tinguá e está, hoje, repleta por uma contínua malha urbana que se entrecruza e cresce a partir dos nós viários criados por seus grandes eixos paralelos, que unem o interior do estado com a capital do Rio de Janeiro. São estes eixos o Ramal de Trens Urbanos Japeri-Central do Brasil, a Rodovia Presidente Dutra, a Via Light e mais recentemente o Arco Metropolitano. Mas até a atual configuração foi um longo processo de ocupação que buscaremos apresentar. Este processo se confunde com o da formação do território nacional, desde a chegada do colonizador português em nosso país. Para melhor conhecer o desenvolvimento da região e, o surgimento e transformação da cidade, podemos percorrer sua história nos principais períodos históricos brasileiros – Brasil Colonial; Brasil Imperial; Brasil República - percorrendo, a partir daí, uma trilha pela história local.

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PIPILE JACUTINGA A jacutinga (Pipile jacutinga), também chamada jacuapeti, jacupará e peru-do-mato, é uma ave da família dos cracídeos que habita as florestas virgens das regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil: Mede cerca de 75 cm, alimenta-se de frutos e bagas. "Jacutinga" se origina da junção dos termos tupis ya'ku (jacu) e tinga (branco), significando, portanto, "jacu branco", numa referência às penas brancas no topo da sua cabeça e nas suas asas. Fonte: https://www.wikiaves.com.br/wiki/jacutinga, acessado em 11 de janeiro de 2021.

Imagem página 15: Família Tupinambá. Histoire d'un Voyage Faict en la Terre du Brésil, autrement Dite Amérique [História de uma Viagem Feita à Terra do Brasil, também Dita América], Jean de Léry, 1578.


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OS PRIMEIROS HABITANTES E A OCUPAÇÃO COLONIAL A ocupação do território hoje conhecido como Brasil se deu de forma lenta, num projeto colonial extrativista iniciado no século dezesseis pelos portugueses. Independente deste projeto havia habitantes na região. Os povos nativos que foram nomeados pelo homem branco de índios, devido à confusão inicial com os povos da Índia, habitavam toda a extensão costeira brasileira como nômades ou seminômades. No território da colônia, que posteriormente se tornaria o atual Rio de Janeiro, o colonizador português encontrou também habitantes e, aqui no território da atual Nova Iguaçu, viviam os índios do tronco étnico dos Tupinambás, conhecidos como Jacutingas

No período inicial da colonização do Rio de Janeiro a região de Jacutinga era a localidade onde se encontrava a antiga aldeia dos índios de origem Tupinambás e autodenominados “Jacutingas”. Eles

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habitavam uma extensa região entre os rios Meriti, Sarapuí e Agoassú (Iguassú). As margens dos rios eram as paragens dos índios que aqui habitavam: “Próximo ao rio Iguaçu existiam duas aldeias tupinambá, chamadas de Jacutinga, porque os índios se enfeitavam com penas de Jacu Branco (Jacu: espécie de galinha. Tinga: Branco).” (MENESES, 2000) O território onde se encontrava boa parte da freguesia de Jacutinga foi habitado anteriormente pelos índios Jacutingas, que também eram um ramo dos Tamoios. A localidade era ainda conhecida como: Aldeia, tapera e/ou piaçaba dos índios Jacutingas. “Aldeia, tapera e piaçaba de Jacutinga. As primeiras indicações a respeito desse território, antes de se tornar freguesia, constam das cartas de sesmarias concedidas nos vales dos rios Iguaçu e Meriti ainda no século XVI, após a expulsão dos franceses no processo de conquista e fundação da cidade do Rio de Janeiro.” (DEMETRIO, 2008)

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CAPELA NOSSA SENHORA DE GUADALUPE A capela de Nossa Senhora de Guadalupe com datação imprecisa, existindo registro desde meados do século XVIII, erigida pelo Capitão Mór Manoel Pereira Ramos, e sua mulher, como atesta o visitador Monsenhor Pizzarro em suas visitas pastorais. Bem registrado no processo E-12/0.117/89 do INEPAC. Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

Imagem página 17: Detalhe da carta de Johan Lerus, onde se pode ver as terras no interior da Capitania do Rio de Janeiro, indicando a presença dos índios Tuppy Imbás. Fonte: Brasiliaanze scheepvaard door Johan Lerius gedaan uit Vrankryk, in't jaar 1556 [Cartográfico] / Pierre Vander Aa.


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Como toda região era banhada por rios e áreas alagadas pelo regime de chuvas e das marés da Baía de Guanabara, os jacutingas eram habitantes das margens dos principais rios da região, sendo o mais relevante aquele que nomearia a região, o rio Iguassu. Com a chegada do homem europeu os jacutingas, assim como todos os indígenas da região, foram inseridos no modo de produção extrativista, nas guerras pela manutenção do território de portugueses contra invasores franceses e com o tempo foram exterminados, aldeados ou figiram para outros territórios. Iguassú, em tupi-guarani, significa “grande quantidade de água” ou “água grande”, em referência ao Rio Iguaçu. Agoassú ou Aguassú, na língua indígena, era o rio de maior volume aquífero da região em que os índios Jacutinga habitavam. Após a expulsão dos franceses, doze anos após a criação de sua colônia, os portugueses conquistaram definitivamente o território do Rio de Janeiro (TAVARES, 2009). As forças portuguesas foram comandadas pelo governador-geral Mem de Sá, que tempos depois seria responsável pela expansão de sua família pelo território reconquistado, inclusive em Jacutinga. Nos processos de conquista e fundação da cidade do Rio de Janeiro, ainda no século XVI, constam cartas de sesmarias concedidas em Jacutinga, nos vales dos rios Iguaçu e Meriti, para homens aliados a Coroa Portuguesa.

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RIO DI GENNARO Na carta, que descreve o Rio de Janeiro, datada de 1698, é possível ver no detalhe superior as entradas dos rios que desaguam na Baía de Guanabara: como o Sarapuí e o Magé, rios que vem da região que hoje conhecemos como Baixada Fluminense, onde Nova Iguaçu está localizada. Fonte: "Istoria delle guerre del regno del Brasile..." . O exemplar 2 faz parte do volume factício "Mappas do Reino de Portugal e suas conquistas collegidos por Diogo Barbosa Machado", 1968.

Imagem página 19. A carta de datação não identificada vai mostrar a Baía de Guanabara, seus rios afluentes, com destaque para a região onde viviam os índios "Tupinam Bous", ou os Tupinambás. Fonte: La France Antartique autrement le Rio Janeiro: tirée des voyages que villegagnon, et Jean de Leri ont faits au Brésil les années 1557 et 1558. s.d..


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Com as capitanias divididas em sesmarias a região do entorno da Baía de Guanabara foi distribuída entre vários donatários que passaram a ocupar de forma dispersa o território. As terras doadas em sesmaria a Brás Cubas correspondem a quase toda atual Baixada Fluminense, mas não foi ocupada por ele. Somente nos últimos anos do século dezesseis é que a ocupação e fixação do colonizador português se concretizaram. Neste período o extrativismo passa a ceder espaço para o cultivo de canade-açúcar, mas a região do Recôncavo da Guanabara possui ainda produção de feijão e mandioca, da qual se produziria farinha de mandioca, produto muito importante na economia interna e na aquisição de escravos africanos. "As terras doadas a Brás Cubas correspondiam a boa parte da freguesia de Jacutinga, porém as terras não abrangiam todo o território de Iguassú, pois este era muito maior, tanto foi que no século XIX o município comportaria as freguesias vizinhas a Jacutinga, como Pilar, Piedade do Iguassú, São João de Merity , Marapicú e por último Santana das Palmeiras. Voltando ao início da colonização, a sesmaria concedida a Pedro Brás Cubas em 1568 ia correndo pela piaçaba da aldeia dos Jacutingas, onde já era verificado um caminho percorrido pelos índios" (PIZARRO, 1794).

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AIPIM/MANDIOCA/MACAXEIRA A produção de subsistência foi o grande motor da economia colonial na região do Recôncavo da Guanabara. Além da cana de açúcar, que aqui teve muita importância para a produção de água ardente, a mandioca foi elemento fundamental na economia colonial fluminense, o que persiste até nossos dias, como parte de nossas tradições. Imagem de uma casa de farinha de mandioca, de Rugendas, Johann Moritz, 1802-1858. Viagem pitoresca através do Brasil. As etapas do trabalho , sendo realizada pelos homens e mulheres escravizados, sob supervisão do colonizador.

Imagem página 21. Lavage d'un Minerai d'or près la montagne Itacolumi. Rugendas, Johann Moritz, 1802-1858. Viagem pitoresca através do Brasil. A lavagem do ouro de aluvião, sendo realizada pelos trabalhadores escravizados e sob supervisão do colonizador.


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Nos anos que se seguiram da fixação no território até a vinda da família imperial portuguesa para o Brasil no século dezenove a história da região foi pautada pela interiorização portuguesa no território nacional. A descoberta do ouro de aluvião nas Minas Geraes e posterior transferência, da Bahia para o Rio de Janeiro, da Capital do Estado do Brasil impulsionaram a região fluminense, que teve seu território explorado por meio de estradas que pudessem dar melhor acesso às minas para escoação do ouro para a coroa portuguesa.

Santo Antonio do Orago de Jacutinga estava no entroncamento dos caminhos que comunicavam várias partes como a “Fazenda do Brejo” e o porto do Sarapui, Cachoeira (Mesquita), Maxambomba (atual centro de Nova Iguaçu) e outras localidades. Por seu território não só atravessava o rio “Cachoeira” (rio da Prata) como também o rio “Maxambomba” que era chamada “Apeterei” (rio do Meio) pelos índios Jacutingas (habitantes originais daquelas terras). O rio Maxambomba era conhecido como “rio do Meio” pelos Jacutingas por estar localizado “no meio” entre dois outros rios, o “rio das Botaes” (atual Riachão) e o “rio Cachoeira” (rio da Prata). Seu crescimento se deu devido a sua centralidade, ou seja, desde seu reconhecimento como freguesia (na Prata) já no século XVII, e teve suas práticas religiosas intensificadas a partir do século XVIII, fossem batismos, crismas ou óbitos. FRANÇA (2008) reitera que: “Com o crescimento demográfico da região, possível graças à sua inserção nas rotas comerciais, coincidiu com o período em que a tentativa de reforma católica ganhava espaço na realidade da América portuguesa. Neste período, o desmembramento e a construção de novas capelas foram amplamente defendidos pelos fiéis (...).” (FRANÇA, 2008)

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CAPELA N. SRª DA CONCEIÇÃO DO MARAPICÚ A capela de Nossa Senhora da conceição do Marapicú com datação de 1728, como atesta o visitador Monsenhor Pizzarro em suas visitas pastorais, erigida pelo povo nas terras do Capitão Mor Manoel Pereira Ramos, e sua mulher, D. Elena de Andrade Souto Maior. Bem registrado no processo E-12/0.117/89 do INEPAC.. Fotografia de Alziro Xavier, 2017.

Imagens na página 23: Alto: Porto de Estrella; Baixo esquerda: Rio Jnhomerim: dans la Baie de Rio de Janeiro. Rugendas, Johann Moritz, 1802-1858. Viagem pitoresca através do Brasil. Baixo Direita: Porto Estrela - Aquarela de Thomas Ender - 1818. Estas imagens permitem ter uma ideia da região do fundo da Baía de Guanabara, o acesso à região através das embarcações e imaginar aspectos da própria Vila do Iguassú pois eram locais semelhantes.


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A decadência do núcleo de Iguassú inicia-se, portos

tal

como

da

região,

assoreamento dificuldades

os

com

dos de

demais o

rios,

as

navegação

e

a

existência de brejos e alagados. A epidemia

de

cólera

de

1855

se

espalhou rapidamente pela região e levou ao esvaziamento populacional na vila e adjacências. “Irradiou-se

a

terrível

epidemia,

invadindo as freguesias de Meriti e Jacutinga, com especialidade nas fazendas

da

Cachoeira

e

S.

Matheus, ambas do visconde de Bonfim.” (FORTE, 1933)

Estas estradas foram o principal meio de comunicação territorial, junto aos rios e canais, possibilitando o desenvolvimento de freguesias e vilas nos principais portos da região do recôncavo guanabarino. Esta realidade só se transformou na segunda metade do século dezenove, posto que o assoreamento dos rios foi gradualmente tornando-os intransponíveis e propícios às doenças tropicais como cólera e malária. Em última instância as principais rotas cortavam o território da Baixada Fluminense, inclusive Nova Iguaçu.

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PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE NOVA IGUAÇU Com 1.100 hectares, o Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu foi criado através do decreto municipal 6.001 de 05 de junho de 1998, e está aberto à visitação de terça à domingo, das 08:00 às 17:00. O PNMNI foi é sétimo parque mais visitado do país. Selo comemorativo dos 20 anos do PNMNI, 2018.

Imagens na página 25: Alto: detalhe da gravura Benguela, Angola, Congo e Monjolo; Baixo esquerda; Defrichiment D'une Forêt; Baixo Direita: Chatimens Domestiques. Rugendas, Johann Moritz, 1802-1858. Viagem pitoresca através do Brasil. As gravuras de Rugendas dão um registro panorâmico dos homens e mulheres escravizados.


25

Conferir com DEMÉTRIO, sobre escravidão

Nos

séculos

houve

XVII

e

XVIII

crescimento

das

plantações de cana-de-açúcar na

região

Iguassú,

ao o

redor que

do

rio

ocasionou

maior demanda pela mão de obra

escrava

e

provocou

a

elevação do preço dos cativos.

Durante a colonização os portugueses introduziram no Brasil o trabalho escravo. A escravização de povos africanos foi a característica mais marcante deste período. Estima-se que mais de 3 milhões de homens e mulheres negros foram aprisionados no continente africano e vendidos para as colônias inglesas, francesas, espanholas e portuguesa nas Américas. Aqui eles foram trazidos com fins de trabalhar no cultivo de monoculturas como a da cana-de-açúcar, da extração de ouro e pedras preciosas nas minas e para cultivar e exercer todo tipo de atividade. As freguesias fluminenses tiveram grande quantidade de mão-de-obra escrava e o porto do Rio de Janeiro é provavelmente o lugar que recebeu o maior número de homens e mulheres negros escravizados no mundo.

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FREGUESIA DE SANT'ANNA DAS PALMEIRAS No interior da floresta encontram-se fragmentos de uma Freguesia que pertenceu à Iguassú. Situada num platô a aproximadamente 400 metros de altitude, Sant"anna das Palmeiras foi importante entreposto no transporte de café, no caminho entre o Vale do Paraíba e o porto de Iguassú. No detalhe da fotografia podemos ver a torre sineira da Igreja de Sant"anna. Fotografia de Andréia Helena, 2017.

Imagem na página 27: Detalhe da Carta corographica da provincia do Rio de Janeiro, segundo os reconhecimentos feitos pelo Coronel Conrado Jacob de Niemeyer. Neste trecho da carta é possível observar todo o limite do Município de Iguassú.


27

O IMPÉRIO E A FUNDAÇÃO DA VILA DE IGUASSÚ O século dezenove trouxe diversas transformações ao mundo, muitas delas reflexo das que foram provocadas pelas revoluções burguesas de fins do século dezoito. Para o Brasil, o conflito europeu conduzido pela França de Napoleão Bonaparte, trouxe a Família Imperial Portuguesa em 1808, tornando-o a primeira e única colônia a se tornar sede administrativa de um império europeu. A breve experiência resultou na independência do Brasil após o retorno de Dom João VI para Lisboa e a declaração de Dom Pedro I, que se tornaria o primeiro imperador do Brasil em 1822.

1833 - Criação da Vila de Iguassú, sede do município de Iguassú, abrangendo as freguesias de Santo Antonio de Jacutinga, Meriti, Marapicú, Pilar e Piedade do Iguassú. A região da Vila de Iguassú estava localizada próxima da Matriz de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú e distante da sede da freguesia de Santo Antonio de Jacutinga, cuja Matriz se encontrava próxima do rio da Prata e cuja ligação era o “Caminho de Iguassú”, que posteriormente serviria de assentamento de parte da “Ferrovia Rio D’Ouro”.

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RIO IGUASSÚ Registro fotográfico acompanhando trecho retificado do leito do Rio Iguassú, com o maciço do Tinguá ao fundo. Em seu percurso natural, cheio de meandros, eram feitos o transporte de pessoas e cargas, conectando a Baía de Guanabara aos diversos portos na Vila com o mesmo nome do rio. O percurso mais rápido, mais barato e mais seguro através da via férrea irá reduzir drasticamente a utilização deste caminho na segunda metade do século XIX. Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

Imagem na página 29: Detalhe da Carta corographica da provincia do Rio de Janeiro, segundo os reconhecimentos feitos pelo Coronel Conrado Jacob de Niemeyer. Aqui observamos o perímetro urbano da Vila do Iguassú.


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A Vila de Iguassú, como

sede

município,

região

estava

alagada,

na

porém

naquele período tinham os portos de onde se escoavam a produção Serra Acima e Serra Abaixo, pela Estrada do Comércio. Neste período Maxambomba ainda era uma localidade

de

projeção,

uma

Arraial,

Iguassú

oriundo

espécie do

sem de

antigo

“Engenho de Maxambomba”.

As transformações sofridas pela nação trariam mudanças para o entorno da capital do império, a cidade do Rio de Janeiro. Com as mudanças administrativas ocorridas no período a freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú seria elevada a condição de Vila. A Vila de Iguassú foi criada em 15 de janeiro de 1833, data que até hoje se comemora o aniversário da cidade de Nova Iguaçu. No entanto sua fundação e território sofreu alterações e disputas políticas por três anos até que em 1836 a vila tornou a ser instaurada, mas com perda de parte de seu território original para Magé e Vassouras apesar de ter sido restituída integralmente por documento oficial.

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NINFAS AGUADEIRAS As estátuas das Nynphes a la Fontaine ficam no Reservatório de Rio D"Ouro, no interior da REBIO - TINGUÁ. As estátuas de ferro são obra do escultor Albert Ernest Carrier Bellause. Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

Imagens da página 31: ilustração do projeto (alto) e fotografia (baixo) da locomotiva sueca SWARTZPOPFF 3692, que circulou na Estrada de Ferro Rio D'Ouro. Fonte: https://www.trilhosdorio.com.br/forum/viewtopic.php?f=67&t=118, acessado em 18 de março de 2018.

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31

Uma vila pulsante existiu numa área que hoje se encontra entre os bairros de Tinguá e Vila de Cava, chamada atualmente de Iguassú Velha. A região atualmente é totalmente desolada e encontra-se em ruínas, podendo ser identificadas a torre da igreja de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú, cemitérios, cadeia, porto, e tem como marco mais conhecido a Fazenda de São Bernadino, erguida já no crepúsculo da Vila de Iguassú, às margens do ramal ferroviário. 1876 -Inicio da construção da“Estrada de Ferro Rio D’Ouro” que começava no Rio de Janeiro, a partir da Quinta da Ponta do Caju, onde se construiu um terminal para receber a tubulação importada da Inglaterra para obras de canalização de águas. A “Estrada de Ferro” seguia até a localidade de Rio D'Ouro, na antiga região do Iguassú. No percurso da Estrada de Ferro estava parte da freguesia de Jacutinga, como o “Brejo” e “Retiro”. Para SIMÕES (2007) a segunda ferrovia a atravessar o território da antiga Iguassú foi a “Estrada de Ferro Rio D’Ouro”. Originalmente a ferrovia foi criada para viabilizar a captação de água no maciço de Tinguá e na Serra do Mar, inicialmente para transportar o material necessário às obras de captação e distribuição e, num segundo momento, para servir de acesso a área e para a manutenção do sistema. O abastecimento de água sempre foi problemático na cidade do Rio de Janeiro, desde a sua fundação, mas agravou-se na segunda metade do século XIX em virtude do crescimento populacional e o comprometimento dos mananciais do maciço da Tijuca, bastante desmatado pelo cultivo de café.

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GEORREFERENCIAMENTO ESTRADA DO COMÉRCIO Detalhe da carta produzida pela Superintendência de Patrimônio Arquitetônico e Urbanístico SPAU, onde se realizou o georreferenciamento da Estrada do Comércio, desde o perímetro urbano da Vila do Iguaçu até o limite entre os atuais municípios de Nova Iguaçu e Miguel Pereira. Cartógrafo/Topógrafo responsável: Joel Dias da Silva, 2017.

Imagem na página 33: Esta planta tem detalhado com grande precisão o trecho em que a estrada corta a extinta Vila do Iguassú e a freguesia de Sant'anna das Palmeiras. Fonte: Planta hydrotopographica da estrada do commercio entre os rios Iguassu e Parahiba : com todos os rios, ribeirões pricipaes, corregos, lagrimaes (sic) e torrentes que atravessão a dita estrada, Niemeyer, Conrado Jacob, 1844.


33

Com o declínio do uso da estrada Real por conta da diminuição da produção de ouro nas minas geraes a região interiorana passou a investir no café. Mas no Recôncavo da Guanabara produziu-se principalmente as culturas de subsistência, que mantiveram vivas as atividades econômicas na Vila de Iguassú. A Estrada do Comércio vai assumir esta função, principalmente após obra de calçamento, ligando o Vale do Paraíba cafeicultor aos portos. A vida na vila ainda precisa ser mais investigada, mas sabemos que a população escrava era bastante elevada, realizando o trabalho nos campos e no transporte da produção local, como se verifica em toda região do recôncavo guanabarino.

Após o “Ciclo do Ouro”, no fim do século XVIII, a “Estrada Real” que se iniciava na Capitania de Minas Gerais e tinha fim em Paraty já estava em desuso devido aos incidentes constantes de extraviamentos de pedras preciosas e outras cargas importantes para a Coroa. Havia planos de se usar um caminho alternativo em território fluminense para se chegar a Minas, o que foi posto em prática com a chegada da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro e a abertura da “Estrada do Comércio” no inicio do século XIX. A estrada passava pela Serra do Tinguá e conectava a região de Iguassú as margens do Rio Paraíba do Sul, no atual município de Vassouras. A região de Iguassú crescia com a utilização cada vez maior da “Estrada do Comércio” o que veio a trazer um grande número de exploradores, viajantes e pesquisadores passando pela região. Dentre os viajantes e visitantes que percorreram Iguassú estão os expoentes: Luccock, Saint-Hilaire, Ribeyrolles e Kidder.

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TRECHO PRESERVADO DA ESTRADA DO COMÉRCIO Trecho do calçamento preservado da Estrada do Comércio, Patrimônio histórico de Nova Iguaçu, no interior da REBIO-Tinguá. Fotografia de Alziro Xavier, 2017.

Imagens na página 35: Imagens da estação da Guia de Pacobaíba, às margens da Baia de Guanabara. Destaque para o desembarque de passageiros da barca para embarcar no trem do ramal que ligava o Porto de Estrela à Raiz da Serra. Foi a primeira estrada de ferro construída no Brasil, inaugurada no dia 30 de abril de 1854. por este motivo no dia 30 de abril é comemorado o Dia da Baixada Fluminense. Fontes: https://brmaua.com.br/imagens-o-barao-da-ferrovia/, acessado em 15 de março de 2018 e http://otremexpresso.blogspot.com/2016/06/estacao-guia-de-pacobaibao-porto-da.html, acessado em 15 de março de 2018.


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Em meados do século dezenove o imperador concede à Irineu Evangelista de Souza, o barão de Mauá, a construção da primeira ferrovia do Brasil, que foi entregue em 30 de abril de 1854. Atualmente o dia trinta de abril é reconhecido como dia da Baixada Fluminense. O primeiro trecho seguia da Estação Guia de Pacopaíba, atual Magé, até Fragoso, atualmente conhecida como Raiz da Serra ou Inhomirim.

1858 - Inaugurado o tráfego da Estrada de Ferro D. Pedro II em 29 de Março de 1858, passava por grande parte do Município de Iguassú, porém a estrada de ferro estava bem afastada da sede da Vila. A Estrada de Ferro Dom Pedro II (depois nomeada Estrada de Ferro Central do Brasil) foi inaugurada pelo próprio Imperador Pedro II e ligou o Campo da Aclamação (no Rio de Janeiro) ao Pouso dos Queimados (atual Município de Queimados) e, no ano seguinte (1859), chegou a Belém (atual Japeri). A implantação da estrada de ferro aumentou o comércio estabelecido na região. “Foi a Estrada de Ferro que fez florescer Maxambomba”. (PEREIRA, 1977).

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APA GUANDU-AÇÚ Nova Iguaçu possui 8 APAs: Áreas de Proteção Ambiental: Tinguá, Rio D"Ouro, Jaceruba, Tinguazinho, Posse-Guarita, Guandú-Açú, Retiro e Morro Agudo, Dois Parques: Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu e Parque Natural das Paineiras. A vocação para a preservação garante a vida de espécies nativas da Mata Atlântica, e vistas deslumbrantes como esta, do entardecer na lagoa do Guandu-açú. Fonte: Arquivo pessoal, 2020.

Imagem na página 37: Fotografia do trem no ramal Rio D'Ouro, em localidade não identificada. Estrada de Ferro Rio D'Ouro, Marc Ferrez, s.s..


37

"A Estrada de Ferro Mauá não foi

grande

indutora

de

ocupação, o mesmo não pode se dizer das demais ferrovias construídas depois dela. Em primeiro lugar elas vão roubar o transporte de carga dos rios e caminhos, esvaziando e até extinguindo os antigos portos e localidades ao longo destes" . (SIMÕES, 2006).

O investimento em ferrovias veio a substituir os caminhos fluviais, reduzir a importância dos caminhos terrestres e acabar com a viabilidade econômica do transporte fluvial, cada vez mais difícil por conta dos assoreamentos provocados pelo impacto ambiental da ocupação da margens dos rios. Após a Estrada de Ferro Mauá o império fundou a Companhia de Estrada de Ferro d. Pedro II, em parceria com o inglês Edward Price, que ligaria o Município da Corte (Rio de Janeiro) até a localidade de Belém (Japeri), pertencente à Vila de Iguassú. Sua viagem inaugural feita em 1858 trouxe nova dinâmica à região.

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MILAGRE DAS ÁGUAS Para abastecer de água a corte, bem como toda cidade do Rio de Janeiro, o engenheiro Paulo de Frontin ofereceu ao imperador Pedro II um projeto que captaria água potável em tempo recorde. Tendo recebido a autorização para a captação, Paulo de Frontin construiu reservatórios e dutos nas fraldas do maciço do Tinguá. Acima detalhe da construção de represa no rio Santo Antônio. Fotografia de Marc Ferrez (1876-1882).

Imagem página 39: Registro do sistema de canalização do Rio Santo Antônio, represa que leva ao Reservatório do Rio D'Ouro. Fonte: Arquivo pessoal, 2018.


37

Seu trajeto passava distante da sede da Vila de Iguaçu, com paradas em diversos pontos da vila como Nilópolis, Mesquita e Belém. Foi na parada do Arraial de Maxambomba que se deu maior desenvolvimento, atraindo para este ponto uma nova formação civilizacional. A partir da década de 1860 moradores, comércio, justiça, vida política e mesmo a igreja passaram a preferir estar às margens da ferrovia do que se manter no perímetro urbano original da antiga vila.

Em

março

de

1858

é

inaugurado o trecho inicial que

saía

do

Campo

de

Santana, onde se localizava a estação (depois

de

Aclamação

Central),

até

a

estação de Benedito Ottoni (atual

Queimados).

Meses

mais tarde, após vencer o Brejo

dos

Caramujos,

a

ferrovia chega à Belém (atual Japeri). (SIMÕES, 2006).

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BARÃO DE TINGUÁ Francisco Pinto Duarte, foi o segundo barão de Tinguá, era proprietário de três grandes fazendas na região de Iguassú. Entre elas a Fazenda do Tinguá, que tinha uma extensão de aproximadamente 22 mil hectares. Imagem cedida. Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..

Imagem página 41: Alto: Porto do Iguassú, Fonte: Arquivo pessoal, 2015; Baixo: Igreja de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú. Fotografia de Zanon de Paula Barros, 1957.


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Os últimos anos da Vila de Iguassú foram melancólicos, houveram surtos de cólera e malária e a população foi praticamente dizimada pelas doenças. Enquanto isso o Arraial de Maxambomba passava a ser o centro administrativo, econômico e eixo da vida social da “Nova Iguassú”. Com a República a vila passou por novas transformações administrativas e Maxambomba passou a ser a sede do município.

A Estrada de Ferro Central do Brasil, ou Dom Pedro II, teve a sua construção

iniciada

em

1955,

exatamente no ano em que uma grande epidemia de cólera morbus assolava as áreas e vilas próximas aos rios onde o transporte fluvial se realizava. (SIMÕES, 2006)

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CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO DE JACUTINGA A Catedral de Santo Antônio de Jacutinga encontra-se no Centro da cidade de Nova Iguaçu, às margens da linha férrea. Sua construção se deu na segunda metade do século XIX, mas a edificação sofreu significativa alteração na década de 1930, ganhando a atual configuração. No entorno da catedral se realizam as festividades pelo padroeiro de Nova Iguaçu, comemorado em 13 de junho de cada ano. Fotografia de Maria Madalena Batista, 2021.

Imagem página 43: Vista panorâmica da cidade de Nova Iguaçu na década de 1940. Ao centro, dominando a imagem, a Igreja Matriz de Santo Antônio de Jacutinga, já reformada e com acréscimo da torre sineira central, transformada em estilo gótico. Imagem cedida. Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..


43

"Com a ferrovia e a concentração populacional, era só uma questão

REPÚBLICAS: A MAXAMBOMBA VIRA NOVA IGUASSÚ

de tempo até que os caminhos de terra e rio caíssem em desuso e as atenções se voltassem para o entorno

da

estação

de

Maxambomba, parada obrigatória do trem no território iguaçuano. Não só a importância econômica do

município

deslocada,

mas

havia

sido

também

a

religiosa e política. O Arraial de Maxambomba, localizado aos pés do chamado Maciço de Gericinó ou

Mendanha,

adquire

maior

relevância dentro da história do município, elevação

culminando à

sede

na

municipal

sua em

1891, mesmo ano em que Iguassú é elevada à categoria de cidade e distrito." (MORAIS, 2012).

O ocaso do império do Brasil trouxe à nação a sua primeira experiência republicana em meio ao golpe dado pelos militares em 15 de Novembro de 1889, um ano após a abolição da escravidão. Foi a última e mais longa experiência escravista dentre todos os projetos de nação nas Américas. Porém nem o fim da escravidão e nem a mudança de regime político trouxeram grandes transformações para a população nos primeiros anos. Maxambomba receberia, através dos trilhos da estrada de ferro, pessoas pobres, negros libertos, migrantes e imigrantes, todos em busca de oportunidades de trabalho e terras para cultivar. O início da república é também o início da lavoura citricultora que se desenvolverá por cerca de meio século. NOVA IGUAÇU. MUITO PRAZER!


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PREFEITO MÁRIO PINOTTI Médico sanitarista, Mário Pinotti foi o primeiro prefeito da cidade de Nova Iguaçu, sendo nomeado para o cargo por Raul Veiga, que exercia o cargo de presidente do estado. Foi Raul Veiga quem criou a prefeitura de Nova Iguaçu em 18 de novembro de 1919. Imagem cedida. Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..

Imagem página 45: Primeira Prefeitura de Nova Iguaçu. Edificação construída em estilo arquitetônico eclético, inaugurada em 1908, para abrigar a Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu. Com a criação do cargo de prefeito em 1919, passou a servir ao poder executivo municipal. Na imagem ao lado podemos observar que a prefeitura já havia alterado o nome na fachada do prédio. Imagem cedida. Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..


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Maxambomba já gozava de um status privilegiado e a república tornou-a então um Município da novíssima república brasileira em 1891. A extensão do território à época era mais do que o dobro do atual município de Nova Iguaçu. A administração do município era atribuição da Câmara de Vereadores, nos moldes do Império, com a figura do Presidente da Câmara respondendo às atribuições que hoje conhecemos como poder executivo, como a realização das obras públicas. Inauguração da prefeitura de Nova Iguassú e posse do primeiro prefeito, Mario Pinotti, nomeado pelo governador do Estado do Rio de Janeiro. Antes era nomeado pelo governador um intendente municipal, sendo o último no cargo o vereador e presidente da Câmara Municipal, Cel. Ernesto França Soares. Pela lei nº 1.634, de 18 de Novembro de 1919 foram determinadas as sedes dos distritos de Nova Iguassú: 1º Nova Iguassú; 2º Marapicú; 3º Cava (abrangendo Piedade); 4º Arraial da Pavuna / São João de Meriti; 5º Santa Branca (antes Santana das Palmeiras); 6º Xerem; 7º São Matheus (estação de Engº. Neiva). Com essa nova divisão o 1º distrito de Santo Antonio de Jacutinga é extinto dando lugar ao de Nova Iguassú, sede do município de mesmo nome. (FORTE,1933).

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CEMITÉRIO DA IRMANDADE DE N. S.DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS Detalhe do cemitério aos fundos da Igreja de Nossa senhora da Piedade do Iguassú, padroeira da Vila do Iguassú. O Cemitério da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos possuía inscrições de 1875 nos pilares de seu portão, indicando possível data de inauguração do cemitério ou fundação da irmandade, Imagem cedida. Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..

Imagem página 47: Detalhe da intervenção que altera a Matriz de Santo Antônio de Jacutinga em obras. Na imagem podemos visualizar o acréscimo da torre sineira central, mas ao lado vemos uma torre sineira original, ainda sem o acréscimo do anjo. A inauguração da Igreja Matriz com suas novas torres se deu em 1939. Imagem cedida. Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..


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É neste tempo que os primeiros pés de laranja começam a ser cultivados na cidade. Mas a produção só passaria a ser o centro da vida econômica na década de 1920. Em 1916 a cidade é renomeada e passa a ser denominada Nova Iguassú. Em 1919 há o desmembramento do poder político municipal e um decreto do Presidente do Estado do Rio de Janeiro nomeia o sanitarista Mário Pinotti como primeiro prefeito da cidade. A Câmara de Vereadores, composta por homens da tradicional elite econômica e política local, não recebem bem a interferência e temse início uma disputa judicial pelo poder executivo. O início da administração municipal iguassuana se deu de forma conturbada, e segue assim até o incício da Era Vargas.

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"Entre as décadas de 1920 e 1940 existiu um crescimento populacional expressivo dentro do município de Nova Iguaçu. Outro dado importante é que não somente a citricultura gerou possibilidades de trabalho, mas igualmente o comércio e pequenas indústrias como as Olarias. Todos estes fatores implicaram como atrativos para o deslocamento da população rural rumo à Nova Iguaçu. Entre os anos de 1920 e 1940 Nova Iguaçu foi o município que mais cresceu em números no Brasil, saltando de uma população total de 33.396 para 140.606 habitantes." (ALEXANDRE, 2013).

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CASA DE CULTURA DE NOVA IGUAÇU A casa foi construída pelo italiano Ângelo de Gregório. Ele foi um dos “barões da laranja” da região e possuía também grande prestígio com os artistas italianos. Há na estrutura da casa um visível contraste entre passado e presente, pois quem vê a Casa de Cultura da rua, percebe o prédio que data do inicio do século XX. No entanto, o espaço aos fundos do imóvel reformado, trás o aspecto do presente, com um teatro e uma biblioteca modernos. Fotografia Alziro Zavier, 2017. Imagens da página 49: Alto - Detalhe do frontão do Bar Brasil, com monograma de seu proprietário original. Fonte: Arquivo pessoal, 2010. Abaixo, Imigrantes em Nova Iguaçu. Registro da família Borghi. O Engenheiro Mecânico Adolfo Borghi, anarquista convicto e contrário as ideias fascistas, saiu da cidade de Bolonha, vindo para o Brasil com sua família e demais imigrantes em busca de uma nova vida em Nova Iguaçu. Um exemplo de estabelecimento de famílias estrangeiras na cidade. Imagem cedida. Acervo pessoal de Marcelo Borghi, s.d..


49

Em marcha acelerada, a primeira república passou. Não tardou para que os efeitos da revolução de 1930 alcançassem Nova Iguaçu. Os revolucionários iguaçuanos, liderados por Getúlio Barbosa de Moura, insatisfeitos com a chegada de outro grupo ao poder municipal, farão por aqui sua própria versão de tomada do poder. Não tiveram dramáticas batalhas, mas o paço municipal foi tomado por Getúlio de Moura e seus correlegionários. Neste tempo o poder municipal entra em uma longa fase de prefeitos nomeados pelo interventor do Estado do Rio de Janeiro, Ernani do Amaral Peixoto. Com Getúlio Vargas no poder a prefeitura recebe seu primeiro interventor, uma ação que se tornará recorrente ao longo do século XX na administração municipal.

"A

citricultura,

dominada

pelas

grandes

empresas, conseguiu, entre as décadas de 1920 e

1940,

valores

significativos

no

que

diz

respeito a exportação. (...) A participação do Município de Nova Iguaçu na exportação de caixas de laranjas, após a década de 1930, teve uma maior evidência em relação às demais regiões. Do total de 1.236.453 caixas de laranja exportadas pelo estado do Rio de Janeiro em 1931, 687.900 foram provenientes de Nova Iguaçu. Ou seja, boa parte desta produção foi usada para consumo interno, mas igualmente exportada para outros países como Inglaterra, Argentina,

Holanda,

Alemanha, Finlândia

Suíça, e

França,

Chile,

Suécia.

Bélgica,

Dacar,

O

Noruega,

desenvolvimento

ocasionado pela citricultura fez que o governo investisse

cada

vez

mais

na

melhoria

e

construção de estradas para o escoamento da produção

e

acesso

dos

moradores

propriedades." (ALEXANDRE, 2013).

NOVA IGUAÇU. MUITO PRAZER!

destas


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CATADOR DE LARANJAS ANÔNIMO Para a produção de laranja chegar ao seu mercado consumidor um verdadeiro exército de homens e mulheres atuavam no plantio, colheita, beneficiamento e transporte da produção agrícola. Esta população migrante, oriunda de várias partes do Brasil, em grande parte é responsável pela construção de nossa sociedade. Fotografia de catador de laranjas em Nova Iguaçu. Fonte: Arquivo pessoal, s.d.

Imagem da página 51: Propaganda de loteamento em Nova Iguaçu divulgada no Jornal do Brasil em 04 de junho de 1938. A ilustração apresenta as estações ferroviárias do ramal Japeri, tendo ao fundo as plantações de laranja. A imagem dinâmica, de um trem moderno, demonstra a intenção de vender lotes com fácil acesso à cidade do Rio de Janeiro através da via férrea recentemente eletrificada. Fonte: Jornal do Brasil, 1938.


51

Sob esta política intervencionista Nova Iguaçu comemora seu primeiro centenário, com publicações de livros e construção de monumentos comemorativos. Tudo orientado pelo prefeito Arruda Negreiros. Negreiros será personagem política das mais destacadas, passando pala prefeitura três vezes em sua carreira, sendo duas delas eleito por voto direto da população.

"Foram construídas dezenas de “packing-houses”, estações de armazenamento e logística para a produção cítrica, eles seriam os “barracões de beneficiamento” e “depósitos das frutas”. Os primeiros destes “barracões” datam do início do século XX e se localizaram próximos da estação ferroviária nos dois lados da via férrea. No auge do ciclo da citricultura em Nova Iguaçu “(...) o número de “packing-houses” era considerável, pois “em 1932, eram em número de quatorze (...) e, em 1940, vinte instalações deste tipo estavam registradas”. (SOARES, 1962).

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HOSPITAL IGUASSÚ Projeto arquitetônico do Hospital de Iguassú. Fonte: Plantas da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 1931.

Arquivo

de

Imagem página 53: Acima, registro do lançamento da pedra fundamental do Hospital de Iguassú. Na imagem temos o registro da presença do presidente da república Getúlio Vargas. Imagem cedida. Acervo pessoal de Thiago Rachid, s.d.. Abaixo vemos uma máquina de beneficiamento de laranjas em atividade numa das Packing Houses da cidade. Esta máquina em particular foi desenvolvida em Nova Iguaçu pelo engenheiro Adolpho Borghi. Imagem cedida. Acervo pessoal de Marcelo Borghi, s.d..


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Neste período a cidade conhece os primeiros efeitos da urbanização, casas de empacotamento – Packing Houses – serão inauguradas, ruas serão calçadas, iluminadas e muitas estradas serão construídas. O Hospital Iguassú, marco deste desenvolvimento urbano e da modernização do próprio Brasil, é construído neste período. A eletrificação da linha férrea também acontece neste período. O presidente Getúlio Vargas realizará algumas visitas ao município iguaçuano, inaugurando obras públicas e visitando empreendimentos privados.

O curto, mas significativo, ciclo da citricultura em Nova Iguaçu consolida a captura de grande parte da Baixada Fluminense para a sua órbita de influência e, principalmente, cria as condições para a permanência desta primazia após a decadência e o fim deste ciclo. Devemos, então, passar a análise deste processo de nascimento, consolidação e extinção da citricultura na Nova Iguaçu. (SIMÕES, 2006)

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VIADUTO MONSENHOR JOÃO MUSCH Registro do Viaduto Monsenhor João Musch, na época de sua inauguração, em fevereiro de 1968. Cinquenta anos depois a Prefeitura de Nova Iguaçu realizou intervenção inédita para sua recuperação. A obra, que interditou o viaduto por meses, fez reparos estruturais empregando tecnologia moderna, garantindo que sua devolução ao uso da sociedade fosse seguro e duradouro. Imagem cedida. Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, 1968.

Imagem página 55: Planta de Loteamento de um terreno em Nova Iguaçu. Fonte: Arquivo de Plantas da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 1949.


55

Ao fim da Era Vargas, no entando, alterações nacionais e locais trarão novas experiências. O conflito entre as nações europeias que arrastaram o mundo para o horror do holocausto e dos experimentos atômicos causou em Nova Iguaçu uma alteração irresistível: era o fim da era dos laranjais. Apesar de muitos produtores terem insistido na produção, com êxito, o governo federal possuia outros planos para a região, desestimulando a produção e fomentando o fracionamento da terra. Os fazendeiros e chacareiros, endividados em grande proporção, se viram obrigados a recorrer a venda de suas terras. É a época dos loteamentos.

O fim da Segunda Guerra Mundial absorvia o capital estrangeiro para a reconstrução dos países arrasados e as exportações de laranja haviam declinado muito desde os anos da grande guerra. Com a interrupção do transporte marítimo no Oceano Atlântico o mercado europeu se encerrava, e nem a Argentina ou o mercado interno eram capazes de absorver toda a produção que alcançara seu auge entre a década de 1920 e início da década de 40. (BATISTA, 2013).

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NOVA IGUAÇU ANTES DAS EMANCIPAÇÕES O território original da chamada Grande Iguassú compreendia uma área de 1.300 km². Imagem elaborada pelo arquiteto Henrique Magon Pequeno, 2017, com base na obra de Manoel Ricardo Simões, 2007.

Imagem página 57: O gráfico apresenta a primeira onda emancipatória, ocorrida na década de 1940. Imagem elaborada pelo arquiteto Henrique Magon Pequeno, 2017, com base na obra de Manoel Ricardo Simões, 2007.


57

"Em 1950 a planície em torno

da

sede

município

totalmente

do

estava

loteada.

Os

que ainda resistiam se localizavam onde não há condições

de

se

criar

loteamentos, como é o caso da encosta da Serra de

Madureira

terras

da

e

Santa

nas Casa

ainda em litígio. Neste período

NOVA IGUAÇU, FRAGMENTAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO

estavam da

os

laranjais

desaparecendo

paisagem

de

NOVA IGUAÇU. MUITO PRAZER!

Nova

Iguaçu.

A

partir

da

década

de

1950,

os

loteamentos

Este novo capítulo, somado ao grande contingente humano que migrou para esta região, vai formar a Nova Iguaçu que conhecemos. Homens e mulheres de toda parte do mundo escolheram ou foram trazidos à Nova Iguaçu, e aqui decidiram fixaremse. Com o crescimento populacional muitas demandas sociais se apresentaram. A frustração das mesmas e a concentração de investimentos nas áreas mais privilegiadas vai promover insatisfação e mobilização popular, causando o desmembramento da cidade. Isto resultou na emancipação de distritos, reduzindo a cidade em tamanho e população, num longo processo que molda a atual configuração geográfica.

populares

se espalharam pela área além da Via Dutra e ao longo

das

estradas

vicinais construídas para o transporte da laranja." (SOARES, 1962).


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MAPA DE NOVA IGUAÇU A cidade de Nova Iguaçu é composta de nove Unidades Regionais de Governo - URG's: URG I - Centro; URG II - Posse; URG III - Comendador Soares; URG IV - Cabuçu; URG V - KM32; URG VI - Austin; URG VII Vila de Cava; URG VIII Miguel Couto e URG IX Tinguá. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.

Imagem página 59: Neste gráfico podemos observar o processo completo, após à segunda onda emancipatória, ocorrida na década de 1990. Imagem elaborada pelo arquiteto Henrique Magon Pequeno, 2017, com base na obra de Manoel Ricardo Simões, 2007.


59

"O município de Nova Iguaçu foi um dos municípios mais fragmentados

do

país:

levantamento

em

empírico

verificou-se que este perdeu grande

parte

território

do

seu

original,

não

obstante ele ainda exercer grande

centralidade,

constituindo-se espécie

numa

de

capital

da

Baixada. A fragmentação do território deste município é um exemplo emblemático de caso no Brasil, não apenas pelo

porte

do

município

(entre os dez mais populosos do país), mas também pelo porte

da

área

emancipada

(...). Tal fato não encontraria paralelo municípios

nos do

(RODRIGUES, 2006).

demais país.'

Os processos históricos nacionais sempre trouxeram Nova Iguaçu para o centro do cenário político, aqui se desenrolaram movimentos sociais, surgiram lideranças políticas e sociais de fôlego e reconhecimento nacional e internacional. A cidade nunca esteve a margem, sua posição geográfica estratégica, a proximidade com o Rio de Janeiro, a riqueza de recursos naturais, sua pujança econômica, seu peso eleitoral e a força de trabalho de sua gente será fonte permanente atenção da política nacional em todos os períodos da história. Líderes sindicais, movimentos de luta pelo direito a terra e moradia sempre estiveram sob os olhares de organismos de controle social, assim como grupos de empresários locais, que se mobilizavam para barrar estes movimentos ou mitigar suas ações. Uma dinâmica político-social tensa, desigual e muitas vezes violenta. NOVA IGUAÇU. MUITO PRAZER!


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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO I - CENTRO A Unidade Regional de Governo I - CENTRO, e seus bairros: 1 Centro, 2 Califórnia, 3 Vila Nova, 4 Caonze, 5 Da Luz, 6 Santa Eugênia, 7 Jardim Iguaçu, 8 Chacrinha, 9 Moquetá, 10 Da Viga, 11 Rancho Novo, 12 Vila Operária, 13 Engenho Pequeno, 14 Jardim Tropical, 15 Prata, 70.1 Parte da APA Gericinó Mendanha, 71 Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017. Imagens na página 61: Foto no alto da página - Vista Aérea de Nova Iguaçu, Escola de Aeronáutca do Exército. Fotografia Aérea; Foco 24; Altitude 500 m; 10:00 h.18/12/1940, Museu Aeroespacial, Fonte: http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/746 9, acesso em 13 de janeiro de 2021. Abaixo - imagem de satélite do Centro, retirada do site Google Maps. Fonte: https://goo.gl/maps/anrwtTZXU4bDZBYf8, acesso em 06 de fevereiro de 2021.


61 O

contraste

imagens

entre

dão

as

duas

dimensão

transformações

que

a

das cidade

sofreu durante o lapso de oito décadas. Acima temos a região central, cortada pela linha férrea, poucos edifícios de destaque e alguns galpões. Na parte inferior da imagem se percebe as torres de transmissão de energia elétrica pouco acima das anotações da aerofotografia.

Na

Serra

e

em

terrenos que hoje estão no centro nervoso da urbe, plantações de laranjas.

Na

podemos

ver,

laterias,

os

outra

dois

nos

imagem extremos

shoppings

da

cidade e a marca indelével da ferrovia.

Na segunda metade do século XX Nova Iguaçu vai experimentar um crescimento demográfico que produzirá grande impacto nos distritos mais afastados do centro da cidade. Bairros se formarão de maneira desordenada, sem infraestrutura urbana, o que pode ser verificado até nossos dias. Os pomares e o beneficiamento de laranjais serão gradualmente substituídos e a cidade absorverá grande parte de sua mão de obra na crescente indústria. Bayer S/A, Canetas Compactor, Granfino S/A, são apenas algumas entre as centenas de outras empresas, nos mais variados ramos, que irão se desenvolver na cidade, num verdadeiro surto de industrialização. Principalmente às margens da rodovia Presidente Dutra, duplicada nos anos 1950, um dos motores dessa nova realidade econômica. NOVA IGUAÇU. MUITO PRAZER!


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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO II - POSSE A Unidade Regional de Governo II - POSSE, e seus bairros: 16 Posse, 17 Cerâmica, 18 Ponto Chic, 19 Ambaí, 20 Nova América, 21 Carmari, 22 Três Corações, 23 Caioaba (Kennedy), 24 Parque Flora e 25 Botafogo. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017. Imagens na página 63: Foto alto, Centro Comercial Oswaldo Mendes de Oliveira e o Terminal Rodoviário Arruda Negreiros, que sediou a administração municipal de 1967 até 1980. Fonte, Correio da Lavoura, 1965, Abaixo, esquerda, Estação de Tratamento de Água: ETA-Guandu, a maior do mundo em tratamento contínuo de água, com certificado emitido pelo Guinnes Book. Fonte: https://images.app.goo.gl/JBA2UghnLpRabTzx6, acessado em 21 de janeiro de 2021. Abaixo direita, Anúncio do lançamento da construção do Super Shopping Center Populares, popularmente conhecido com Center. O edifício foi o mais alto da cidade até o início do século XXI, mantendo esta marca por quatro décadas. Fonte, Correio da Lavoura, 1964.


63

O salto de desenvolvimento que ocorreu nos anos 1960 foi concentrado no distrito sede, que é então o Centro da cidade. Nele se encontravam as sedes das empresas, sistema bancário, órgãos da administração (municipais, estaduais e federais), o comércio e importantes clubes voltados ao lazer da classe média e alta. Fora do centro há uma única grande intervenção neste período, a Estação de Tratamento de Água - ETA - Guandu, na região do KM 32. Apesar de sua localização no território iguaçuano, ainda hoje, parte da população sofre com falta d'água e com abastecimento irregular de água.

Ao mesmo tempo, o distrito sede se tornará um polo atrativo de empreendimentos imobiliários, e nos anos 60’s a construção de edifícios comerciais e residenciais será uma marca deste desenvolvimento desigual. Concentração de renda e de investimentos no centro e o abandono dos bairros periféricos vão produzir uma cidade partida. Este é um dos frutos da ausência de estabilidade política que a ditadura produziu na cidade.

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URG III - COMENDADOR SOARES A Unidade Regional de Governo III - COMENDADOR SOARES, e seus bairros: 26 Comendador Soares, 27 Ouro Verde, 28 Jardim Alvorada, 29 Danon, 30 Jardim Palmares, 31 Rosa dos Ventos, 32 Jardim Pernambuco e 33 Jardim Nova Era. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.

Imagem na página 65: Gráfico com representação gráfica do método de rotinização das intervenções na política municipal, que se verificou no período entre 1964 e 1975, Fonte: Arquivo pessoal, 2017.


65

Entre 26 de agosto de 1964 e 31 de janeiro 1983 a cidade conheceu um total de 14 prefeitos. Uma média de 1 prefeito a cada 480 dias. Significa dizer que, em média, a cidade teve um prefeito a cada ano e três meses, aproximadamente. Não precisamos dizer que isto provocou grandes problemas em um momento onde a população da cidade alcançou a marca de mais de um milhão e cem mil habitantes. Diante deste quadro de instabilidade política local, e repressão em nível nacional, é que surgem movimentos sociais como o Movimento de Amigos de Bairro – MAB. Apoiados pela Diocese de Nova Iguaçu, liderada pelo bispo Dom Adriano Mandarino Hypólito, os moradores reivindicavam serviços básicos como água, saneamento, postos de saúde e escolas para seus bairros.

"Ao identificar processos de intervenção política na prefeitura de Nova Iguaçu pudemos verificar uma espécie de rotinização da intervenção, ou seja, o estabelecimento de um procedimento que se constituiu em modo efetivo de destituir os prefeitos eleitos do cargo de prefeito, qual seja: a) Denúncia do prefeito com acusações de má administração feitas a partir da Câmara de Vereadores; b) Afastamento do prefeito e do vice-prefeito eleitos; posse do presidente da Câmara de Vereadores; procedimento sumário de cassação do prefeito seguido da absolvição do vice; c) Novas acusações da Câmara de Vereadores, algumas culminando com o afastamento do vice-prefeito; d) Intervenção Federal; e) Eleições." (BATISTA, 2014).

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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO IV - CABUÇU A Unidade Regional de Governo IV - CABUÇU, e seus bairros: 34 Cabuçu, 35 Palhada, 36 Valverde, 37 Marapicu, 38 Lagoinha, 39 Campo Alegre e 40 Ipiranga. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017. Imagens na página 67: Foto Alto, Dom Adriano em seu escritório na Diocese de Nova Iguaçu. Abaixo, registro do seu Fusca, explodido em frente à sede da CNBB em setembro de 1976. A seguir, registro da explosão do sacrário e altar no atentado de dezembro de 1979. Hoje a catedral possui monumento com o registro do ocorrido: No dia 20 de dezembro de 1979 explodiu uma bomba irresponsável sob o altar do ssmo (santíssimo) sacramento nesta Igreja Catedral de Santo Antônio de Jacutinga. Como convite permanente à reparação guardam neste nicho os restos dos cibórios profanados. Fontes: https://www.comcausa.net/domadriano/, acessado em 17 de janeiro de 2021.


67

Dom Adriano Mandarino Hypólito, O.F.M. assumiu a Diocese de Nova Iguaçu em 6 de novembro de 1966, onde permaneceu até sua morte em 10 de agosto de 1996. Como anunciou em sua posse, foi o bispo que veio "para pôr-se à serviço da comunidade". Esta relação próxima com os mais humildes causou grande desconforto dentro e fora da igreja local, e como eram tempos ditatoriais, sua atuação foi associada ao comunismo.

Por

estar

sempre

ombreado

com

os

mais

necessitados, foi perseguido, sequestrado, ameaçado de morte e sofreu difamação e atentados diversos. Sua atuação deu testemunho de uma atuação tenaz em favor dos desvalidos, seguindo fielmente a opção pelos pobres da Conferência de Puebla, da qual participou.

Esta movimentação atraiu a atenção da repressão e provocou a ação de grupos extremistas reacionários. Dois eventos podem ser destacados como pontos máximos dessa dura fase: o sequestro do bispo diocesano, seguido da explosão de seu veículo e tentativa de humilhação pública e o atentado a bomba, que provocou a explosão do sacrário da igreja matriz de Santo Antônio de Jacutinga.

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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO V - KM 32 A Unidade Regional de Governo V - KM 32, e seus bairros: 41 Km 32, 42 Paraíso, 43 Jardim Guandu e 44 Prados Verdes. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.

Imagens da página 69: Cento de Nova Iguaçu, com ferrovia. Imagem cedida. Acervo pessoal de Thiago Rachid, 2012.


69

Os anos 1980 foram como um longo inverno e a crise econômica que se abateu sobre o Brasil não poupou a cidade. Fato marcante é que, mesmo após o fim do regime militar, Nova Iguaçu recebeu ainda um interventor para governar a cidade. Os anos 90 foram de lenta recuperação, mas de grandes perdas territoriais com o desfecho das emancipações de Belford Roxo, Japeri, Queimados, e Mesquita. Somente a partir da estabilização econômica do país Nova Iguaçu vai apresentar novos ares. A abertura da Via Light (1998), pouco tempo depois da inauguração do Top Shopping (1996), serão marcos de uma nova configuração espacial no centro da cidade. O centro comercial que se concentrava num quadrilátero entre a via férrea e as torres de transmissão de energia elétrica ganhará uma nova dimensão. Uma

marca

de

Nova

Iguaçu é a divisão de sua região central pela linha do

ramal

de

trens

urbanos da Central do Brasil. A

mesma

ferrovia

que

motivou a migração da antiga Vila para o arraial de Maxambomba.

Na primeira década dos anos 2000 Nova Iguaçu experimentará novo surto imobiliário, e hoje os horizontes da cidade apresentam grandes edifícios, comerciais e residenciais, alterando totalmente suas feições agrárias ainda preservadas até muito recentemente. Além disso Nova Iguaçu irá experimentar um crescimento econômico expressivo, que podemos verificar com o crescimento do orçamento municipal, que vai ultrapassar a marca de 1.600.000,00 em 2020. No século XXI a indústria em Nova Iguaçu vai perder espaço para o comércio e a prestação de serviços. Ao mesmo tempo, o Centro deixará de ser o único polo agregador de serviços e a cidade passará a ser multicêntrica. Basta visitar bairros como Comendador Soares, Austin, Miguel Couto ou Km 32 para confirmar esta realidade. Todos possuem forte comércio e serviços, como bancos, clínicas odontológicas e laboratórios, anteriormente encontrados majoritariamente no centro do município. NOVA IGUAÇU. MUITO PRAZER!


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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO VI - AUSTIN A Unidade Regional de Governo VI - AUSTIN, e seus bairros: 45 Austin, 46 Riachão, 47 Inconfidência, 48 Carlos Sampaio, 49 Tinguazinho, 50 Cacuia, 51 Rodilândia e 52 Vila Guimarães. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.

Imagens da página 71: Duas fotos panorâmicas da região central da cidade. A primeira do edifício GM Empresarial e a segunda do Morro do Cruzeiro. Uma com a Serra do Madureira e outra com o maciço do Tinguá ao fundo. Imagens cedidas. Acervo pessoal de Thiago Rachid, 2012.


71

A Nova Iguaçu do novo milênio tem um enorme desafio a enfrentar. Um passivo de anos de instabilidade e crise legaram sérios problemas de infraestrutura urbana, um trânsito complicado, transporte público ineficiente, déficit habitacional, saneamento, abastecimento de água e serviços como saúde educação e lazer que precisam ser melhor distribuídos. No aspecto humano, uma desigualdade socioeconômica que se reflete na alta informalidade e desemprego, ancorados no índice de analfabetismo e evasão escolar ainda elevados. Conhecendo seus desafios é que pode ser possível superá-los.

“"A baixada tem 3 milhões de habitantes e com isso a capacidade de

influenciar política e

economicamente todo o Estado e no Brasil. Será que as pessoas ainda não se deram conta de que parte da história está aqui dentro? Ou será que iremos sempre a reboque? Não vamos deixar nossos valores esquecidos, vamos levá-los para as salas de aula, para as ruas e estufar o peito dizendo: - Eu conheço a cultura do meu lugar." 20.03.1995 Moduan Matus (MATUS, 2000).

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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO VII - VILA DE CAVA A Unidade Regional de Governo VII - VILA DE CAVA, e seus bairros: 53 Vila de Cava, 54 Santa Rita, 55 Rancho Fundo, 56 Filgueiras, 57 Iguaçu Velho e 58 Corumbá. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017. Imagem da página 73: Em preto e branco, fotografia do Paço Municipal. A sede principal da prefeitura, que também tem órgãos em diversos endereços no município. Construída em fins dos anos 1970's e inaugurada em 02 de novembro de 1980. As palmeiras imperiais são sua característica mais marcante, elas representam as letras do nome da cidade. Quatro estão a esquerda de quem entra no prédio, formando NOVA. Outras cinco estão à direita de quem entra, formando IGUAÇ. A palmeira que representa o último U morreu por falta de cuidados, tendo sido substituída em 2016. Infelizmente esta também morreu e o simbolismo original das palmeiras encontra-se descaracterizado. Fonte: Arquivo pessoal, 2018.


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É esta cidade, complexa e cheia de desafios, rica na história de seu povo e cheia de lugares incríveis que buscamos apresentar nestas breves linhas. Esperamos ter conduzido o interlocutor, curioso e interessado, por um percurso histórico transformado em páginas, preenchendo de conhecimento e informações. Mas também esperamos ter gerado curiosidade para aquilo que não coube neste pequeno livro. Esta é somente uma breve mostra de Nova Iguaçu. Muito prazer!

Hoje, Nova Iguaçu é o maior município da Baixada Fluminense em extensão territorial e segundo em população. Possui um dos centros comerciais mais importantes do Estado do Rio de Janeiro, um polo comercial que atrai consumidores das cidades de seu entorno, o maior fora da capital fluminense.

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URG VIII - MIGUEL COUTO A Unidade Regional de Governo VIII - MIGUEL COUTO, e seus bairros: 59 Miguel Couto, 60 Boa Esperança, 61 Parque Ambaí, 62 Grama e 63 Geneciano. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.

Página 75: Hino do Município de Nova Iguaçu. Letra por Paulo Costa Navega; Melodia por Tereza Stella de Queiroz Pinheiro Lopes. Hino oficializado pelo decreto nº 102, de 19 de junho de 1979.


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HINO DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU

Nova Iguaçu! Terra linda e encantadora, Desde os tempos de outrora, Dos meus velhos ancestrais. Tens uma história, Cheia de belezas mil, O encanto Fluminense, É o orgulho do Brasil. A Maxambomba! Dos engenhos do passado, Nova Iguaçu! Dos dourados laranjais. Hoje feliz, Com teu rico alvorecer, Com teu progresso e beleza, Fiz consulta a natureza, És grande desde o nascer!


NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO IX - TINGUÁ

A Unidade Regional de Governo IX - TINGUÁ, e seus bairros: 64 Tinguá, 65 Montevidéo, 66 Adrianópolis, 67 Rio D'Ouro, 68 Jaceruba e Rebio Tinguá. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.


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NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

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ESTRADA DO COMÉRCIO Uma imagem que marca o passado iguaçuano são os resquícios do período do império, que mais se podem identificar através dos trechos remanescentes da Estrada do Comércio. Por este motivo, durante um diálogo entorno da busca de uma representação simbólica da história da cidade, Alexander Gama Elias sugeriu que a estrada fosse capaz de produzir este simbolismo. O resultado foi a arte acima, com a estilização produzida pela arquiteta Daniela Dilma Morais. O emprego deste símbolo na capa deste livro representa uma perspectiva de que ele, assim como a história iguaçuana, são um percurso, uma estrada, que vai conduzir o leitor de um tempo a outro. Boa jornada! Concepção de arte: Allofs Daniel Batista, Produção: Daniela Dilma Moraes (2018)


NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

NOVA IGUAÇU FUTURO PASSADO Esta arte foi concebida como uma proposta para representar o encontro do passado iguassuano com a cidade que hoje existe. O objetivo é mostrar que não precisa haver conflito entre crescimento e preservação do patrimônio histórico e cultural. A estilização da Estrada do Comércio levando às portas do Paço Municipal busca representar um percurso simbólico através de nossa história e memória. Concepção de arte: Allofs Daniel Batista, Produção: Daniela Dilma Moraes (2018)


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O AUTOR Aluno do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em História da UFRRJ, Mestre pelo PPGH/UNIRIO, licenciado em História pela a UFRRJ/IM (Campus Nova Iguaçu) em 2011. Foi conselheiro de cultura, promovendo a criação e atuando na presidência da Comissão Permanente de Patrimônio Histórico e Cultural (material e imaterial) no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Nova Iguaçu. Atou como gestor do Centro de Memória de Nova Iguaçu. Possui especial interesse pelas discussões acerca da História Política e Administração Municipal no contexto pré e pós Golpe Militar de 1964 e os impactos deste processo histórico no Município de Nova Iguaçu e região da Baixada Fluminense, área onde possui capítulos de livros publicados e sobre o qual já participou em diversas palestras e eventos. Foi Coordenador da Superintendência de Patrimônio Arquitetônico e Urbanístico da cidade de Nova Iguaçu, promovendo políticas públicas para a proteção, preservação, pesquisa e difusão do patrimônio cultural material e natural do município. Em novembro de 2020 foi contemplado com o Prêmio Cordelista Jota Rodrigues, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de Nova Iguaçu, como Agente Cultural, com atuação na área de Patrimônio Cultural na cidade. Professor de História da rede municipal das cidades de Duque de Caxias e de de Seropédica. Contato: allofs09@gmail.com.


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