A técnica da comunicação humana

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ExplicAção nEcESSáriA Tenho a honra de subscrever esta revisão técnica, atualização e ampliação do livro A técnica da Comunicação humana, de José Roberto Whitaker Penteado, autorizada por José Roberto Whitaker Penteado Filho, Presidente da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), estimulada pelo Prof. Mário Chamie, diretor de seu Instituto Cultural. Publicado em 1964, este livro obteve sucesso entre professores, estudantes e outros usuários. Eu mesma adotei-o na Faculdade de Letras da USP. Passados tantos anos, a obra está, logicamente, desatualizada e carente de ampliação, para emparelhar-se com os avanços da Ciência da Comunicação e da História Humana. Atualizar um livro sobre Comunicação foi para mim uma tarefa ao mesmo tempo gratificante e opressiva: Comunicação é matéria de minha preferência, mas, cada vez que abro o jornal ou a internet, topo com novidades. Impossível acompanhar ritmo tão alucinante. O assunto é realmente um moto continuo e, neste mesmo momento em que redijo esta introdução, incontáveis mudanças estão ocorrendo. Procurei, na medida do possível, colocar o livro em dia com o momento histórico que estou vivendo: 1o semestre de 2011. Levando-se em conta, porém, a aura filosófica e humanística que bafeja o livro todo, a obsolescência, de que não escapam as teorizações, fica até certo ponto relativizada. Porque José Roberto Whitaker Penteado foi um humanista. Conforme declara na Introdução do livro, criar condições mais favoráveis para a capacidade humana de comunicação representa “decisiva contribuição para um mundo melhor”. Para ele, a comunicação humana é um imperativo social, porque, em primeiro lugar, é uma dimensão constitutiva da própria natureza humana. “A personalidade não apenas depende da Comunicação humana: ela é a própria Comunicação humana em ação: somos aquilo que comunicamos”, afirma ele, sempre escrevendo Comunicação com maiúscula. Assim sendo, comunicar-se bem, mais do que ser claro e convincente, significa realizar-se como pessoa e contribuir para o engrandecimento do outro. Em contrapartida, desconsiderar os obstáculos e perigos a que o ato de comunicação está exposto causa danos à pessoa humana e à sociedade. Por exemplo: “tomar as inferências por observações pode fazer de nós detestáveis exemplares da espécie humana, autossuficientes e pretensiosos”. Essa maneira singular de conduzir as questões gerou algumas especificidades do livro: insistência nos aspectos éticos da comunicação humana; discurso pessoal, testado pela experiência, corroborado por repertório de alusões amplo e enciclopéxix xix


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