O estudo da personalidade: avaliação, pesquisa e teoria
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Cristian Baitg/Getty Images
Capítulo 1
Nossa personalidade pode ser a máscara que usamos quando encaramos o mundo exterior.
Essa também não é uma definição com a qual todos os psicólogos concordam. Para maior precisão, analisemos o que cada teórico da personalidade quer dizer com o termo. Cada um deles oferece uma visão pessoal da natureza da personalidade e esse ponto de vista tornou‑se a definição deles. E é disso que trata este livro: conseguir entender as várias versões do conceito de personalidade e analisar as diversas maneiras de definir a palavra eu.
Personalidade, internet e redes sociais Vimos anteriormente que uma forma de definir a personalidade é em termos da máscara que usamos, a face pública que exibimos às pessoas que estão ao nosso redor. Cada vez mais, muitos de nós usamos outra face, não pessoalmente, mas através da internet em sites de redes sociais, como o Facebook. Como resultado, outra definição de nossa personalidade pode ser a forma como os outros nos veem on‑line. No entanto, eles estão nos vendo como realmente somos ou estamos criando on‑line uma autoimagem idealizada que desejamos mostrar às outras pessoas? Estamos fingindo ser quem não somos ou estamos expressando uma descrição fiel de nossa personalidade? Pesquisas mostram que a maioria das pessoas é honesta em relação às suas faces on‑line. Estudos conduzidos nos EUA e na Alemanha descobriram que sites de redes sociais não expressam imagens ou impressões exatas dos perfis de personalidade que oferecemos. Os pesquisadores concluíram que as representações das personalidades apresentadas on‑line são pelo menos tão precisas quanto aquelas mostradas em interações pessoais face a face (Gosling; Gaddis; Vazire, 2007; Back et al., 2010). Outro estudo descobriu que leitores de blogs eram capazes de julgar as personalidades daqueles que postavam as entradas de forma consistente e precisa sem nunca tê-los visto pessoalmente (Li; Chignell, 2010). É claro que, como sabemos, nem sempre somos honestos na forma como nos apresentamos pessoalmente, em especial quando conhecemos pessoas novas que desejamos impressionar, como um “paquera” ou um empregador. Com pessoas que já conhecemos há certo tempo, com aqueles com os quais nos sentimos seguros e que não representam uma ameaça, podemos ser menos propensos a fingir. Talvez a principal diferença dos sites de redes sociais seja estarmos expostos a um número maior de pessoas do que em nossa vida cotidiana e a maiores consequências potenciais para nossa carreira e futuro.