Estudo
de caso
Há muito tempo o mercado tem se valido de produtos conhecidos como “similares” em muitas situações. Roupas, calçados, acessórios de grife, que nada têm a ver com a grife original, saturam o mercado. Considerando-se que boa parte da população não tem poder aquisitivo para ter um original, cresce a compra dos “similares”, que, obviamente, não têm a mesma qualidade do produto original. No mercado ilícito dos entorpecentes não é diferente. É muito comum encontrar nas análises substâncias que não são as que foram oferecidas aos usuários. Neste caso, é “similar” só na forma de apresentação, mas totalmente falsa no aspecto químico e, por consequência, na ação no organismo. Uma apreensão de segmentos cartonados, contendo desenhos, aparentemente selos com LSD, foi encaminhada ao Laboratório de Análises Toxicológicas. Preliminarmente, foram realizados testes rápidos ou de cor no material para posterior confecção do laudo de constatação provisória, como determina a legislação. O primeiro teste, logicamente, foi o de Ehrlich para LSD. A cor violeta esperada não ocorreu. Num primeiro momento, acredita-se em teste negativo, ou na degradação da lisergida pela luz, em vista de o material não estar protegido. Como o pensamento mercadológico do tráfico de entorpecentes é o mesmo do mercado dos “similares”, o indicado é proceder a mais testes para confirmar a análise preliminar e encaminhar o material com mais precisão para o teste definitivo. O teste seguinte foi o Marquis para anfetaminas e derivados, que apresentou cor laranja, indicando a possibilidade da presença de anfetamina ou metanfetamina. Neste caso, já havia grande possibilidade de o material não conter lisergida. Posteriormente, em análise definitiva por CG-MS, confirmou-se a presença de metanfetamina. Neste caso, “similar” só na forma.
Prática
de laboratório
–1
Exame preliminar para constatação da presença de cocaína em substância em pó suspeita Objetivo Esta análise objetiva identificar qual material suspeito tem possibilidade da presença de cocaína.
Reagentes e vidraria – Solução de tiocianato de cobalto – Solução de cloreto estanoso a 5% – Uma placa escavada
34 Química forense experimental
Livro Quimica forense.indb 34
08/01/2016 14:30:25