Revista au 19 09 final sumario final

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Arquitetura e Urbanismo

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SUMÁRIO

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O NASCIMENTO DE UMA NOVA NAÇÃO Por Letícia Machado

Uma nova capital que trouxe novas realidades. No século XVI, a cidade de Salvador, localizada no atual estado da Bahia, era a capital do Brasil. Naquele tempo o nordeste era a região de maior produção de canade-açúcar e, para facilitar todas as negociações e controlar o comércio, a capital do Brasil instalou-se em Salvador. Em meados do século XVIII, a capital administrativa do país acabou sendo transferida para a cidade do Rio de Janeiro por conta também do comércio. Essa mudança foi uma consequência da nova realidade econômica da colônia, pois no fim do século, a extração de metais preciosos tornou-se mais lucrativa do que a produção de açúcar. Portanto, a nova capital estava próxima de possíveis centros lucrativos como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Visando assim, ter os lucros da mineração regulados e uma maior rapidez na chegada de tais pedras preciosas em Portugal. Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, no ano de 1808, o Rio de Janeiro passou por grandes transformações para tornar-se uma capital apta a abrigar

o rei de Portugal e seus vários súditos. A partir desse momento, a Capital brasileira foi tomada por construções e reformas que modernizaram sua arquitetura. O primeiro ministro de Portugal, marquês de Pombal desejava, de uma vez, levar a capital para o interior da colônia, deixando a orla marítima aos cuidados da defesa naval, mas preservando a chefia do governo em local distante do mar. Em abril de 1955, o candidato à presidência da república Juscelino Kubitschek (também chamado de JK) em campanha eleitoral, prometeu a construção de Brasília. No ano seguinte já como presidente, consegue a aprovação por parte do congresso brasileiro a criação da lei nº 2.874 que cria a companhia de urbanização da nova capital a NOVACAP e intitula ―Brasília‖ como nome da nova capital. Lucio Costa, ganhador do concurso proposto pelo governo, foi o principal urbanista da cidade. Oscar Niemeyer a convite de JK foi o principal arquiteto da maioria das estruturas administrativas e edifícios públicos. Roberto Burle Max foi o responsável pelo desenho das paisagens e zonas verdes da cidade.

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No litoral, adversários de JK duvidavam de que ele concluísse a tempo a construção da cidade. Os prazos, porém, foram pontualmente observados. Em setembro de 1956 começaram as obras, sob a coordenação de Israel Pinheiro o Planalto Central brasileiro se encheu de ―candangos‖ (operários e trabalhadores vindos em sua maioria do norte e nordeste brasileiro) e, em apenas um ano, se fez o Palácio da Alvorada. Em seguida, concluiu-se o Palácio do Planalto, as duas cuias e os prédios gêmeos do Congresso Nacional, a Praça dos Três Poderes e edifícios dos ministérios.

―Brasília já vem sendo apontada como demonstração pujante de nossa vontade de progresso, como índice do alto grau de nossa civilização. Já a envolve a certeza de uma época de maior dinamismo, de maior dedicação ao trabalho e à Pátria, despertada, enfim para seu irresistível destino de criação e força construtiva‖.

No dia 21 de abril de 1960, Brasília é inaugurada, depois de três anos de construção, como capital da República. Depois dessa data, os principais órgãos do governo começaram a ser transferidos para a capital federal, os poderes Executivos, Judiciários e Legislativos agora estavam situados na nova capital brasileira Depois de diversas transformações, no dia da instalação do Poder Executivo no Planalto, já na nova capital brasileira, Juscelino declarou:

Construção da Catedral de Brasília

“No litoral, adversários de JK duvidavam de que ele concluísse a tempo a construção da cidade. Os prazos, porém, foram pontualmente observados.”

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A foto ao lado é do edifício do Congresso Nacional, anos depois da inauguração de Brasília e, abaixo, a construção do mesmo

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“DESDE PLANALTO CONTRAL, DESTA SOLIDÃO QUE EM BREVE SE TRANSFORMARÁ EM CÉREBRO DAS ALTAS DECISÕES NACIONAIS, LANÇO OS OLHOS MAIS UMA VEZ SOBRE O AMANHÃ DO MEU PAÍS E ANTEVEJO ESTA ALVORADA COM FÉ INQUEBRANTÁVEL E UMA CONFIANÇA SEM LIMITES NO SEU GRANDE DESTINO”

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OSCAR NIEMEYER Por Gabriela Perez

1907 O poeta do concreto nasceu em 15 de dezembro, no bairro carioca de Laranjeiras

1967 Impedido de trabalhar no Brasil por causa da ditadura militar decide instalar-se em Paris

1928 Conclui o curso secundário no Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria

1971 É lançada sua primeira incursão no campo de mobiliário industrializado e comercializado

1929 Matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro 1934 Obtém o diploma de engenheiro arquiteto, no Rio de Janeiro 1935 Inicia sua vida profissional no escritório de Lucio Costa 1936 Participa da equipe que desenvolve o projeto do Ministério da Educação e Saúde (MES), junto de Lucio Costa e conhece o arquiteto Le Corbusier 1937Desenha a Obra do Berço, no Rio de Janeiro, seu primeiro projeto construído 1940 Conhece Juscelino Kubitschek, que o convida a fazer o projeto do Conjunto da Pampulha 1955 Funda a revista Módulo, no Rio de Janeiro 1956-1958 Convidado pelo presidente Juscelino Kubitschek para projetar a nova capital do Brasil, é nomeado diretor do Departamento de Urbanismo e Arquitetura da Novacap, empresa responsável pela construção de Brasília. Em Brasília, executa os projetos do Palácio da Alvorada, do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, entre outros

1985 Volta a desenvolver projetos para Brasília, entre eles o Panteão da Liberdade 1987 Projeta o Memorial da América Latina 2005 Recebe o título de Patrono da Arquitetura Brasileira, outorgado pela Câmara dos Deputados, Brasília, Brasil 2006 É lançado, em setembro, no Festival do Rio 2006 o filmedocumentário Oscar Niemeyer, a vida é um sopro. Casa-se, no Rio de Janeiro, com Vera Lúcia G. Niemeyer 2007 Em todo o país são realizadas diversas exposições, eventos e homenagens em comemoração ao centenário de nascimento do arquiteto 2012 No dia 05 de dezembro, o arquiteto Oscar Niemeyer falece no Rio de Janeiro aos 104 anos

1962 É nomeado coordenador da Escola de Arquitetura, da recém-criada Universidade de Brasília – UnB 7


LUCIO COSTA Por Gabriela Perez

1902 Lucio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa nasceu na cidade de Toulon, na França, em 27 de fevereiro. Seu pai, Joaquim Ribeiro da Costa, era almirante e trabalhava em diversos países, por isso estudou na cidade. Na área acadêmica foi influenciado pelo estilo neoclássico, mas rompeu assumindo as influências da obra de Le Corbusier, arquiteto franco-suíço 1917 Retornou ao Brasil para estudar arquitetura e pintura na Escola Nacional de Belas Artes 1920 Castelo de Itaipava, projetado pelo arquiteto Lucio Costa e seu amigo Fernando Valentim 1924 Concluiu os estudos 1928 Se casa com Julieta Guimarães (esposa que faleceria em 1954) 1930 Foi incumbido pelo governo Vargas da reformulação do ensino na Escola Nacional de Belas Artes, sua presença foi fundamental na eclosão e consolidação da arquitetura moderna brasileira. Foi nomeado como diretor da Escola de Belas Artes, nesse ano também. Depois, ao lado de Oscar Niemeyer, projetou o pavilhão do Brasil na Feira Universal de Nova York

1936 Projeto do edifício-sede do Ministério da Educação e Saúde Pública, atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, com equipe de arquitetos cariocas 1937 Ingressou Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, permaneceu até se aposentar. Assim, contribuiu decisivamente para o estabelecimento do diálogo e do vínculo entre tradição e modernidade 1938 Com o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York, com a colaboração de Oscar Niemeyer 1952 Projetou a Casa do Brasil, na Cité Internationale Universitaire de Paris 1956 Projetou a sede social do Jockey Club do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro 1957 Lucio Costa enviou um anteprojeto que contrariava as normas de inscrição.Venceu o concurso, e desenvolveu o Plano Piloto da nova capital ao lado de Niemeyer, mais uma vez 1964 Integrou a equipe de reconstrução da cidade italiana de Florença, vitima de uma inundação 1998 Faleceu aos 96 anos, no Rio de Janeiro, em 13 de junho. Faleceu no Rio de Janeiro, deixando duas filhas, Maria Elisa Costa, que se tornou arquiteta, e Helena.

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PERFIS DE BRASÍLIA Por Gabriela Perez

Burle Marx, O paisagista Nascido em São Paulo, em quatro de agosto de 1909, foi um artista plástico, mas reconhecido por exercer a profissão de arquiteto-paisagista. Formou-se na em arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Sintetizou uma das grandezas do paisagismo: projetar áreas verdes como quem pinta um quadro. Foi deste modo que o artista ganhou renome internacional e conseguiu aliar o seu talento aos traços modernos da nova Capital Federal. O artista deixou marcas de sua matériaprima viva no Plano Piloto e inovou ao usar o buriti – uma espécie de palmeira – nos espaços urbanos.

Anísio Teixeira, O educador Anísio Spínola Teixeira, nascido no Rio de Janeiro, em 12 de julho de 1900, foi jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro. Ele foi um dos principais pensadores envolvidos no projeto da criação da Universidade de Brasília, modelo de educação do futuro, criada em 15 de dezembro de 1961. Em 1963, assumiu o cargo de Reitor da Universidade de Brasília (UnB), quando, em discurso, expõe seus ideais de progresso e liberdade: "(...) Desejo que esse meu período de administração não seja uma pausa, mas uma contribuição de continuidade à obra de Darcy Ribeiro (...)".

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AthosBulcão,

Bernardo Sayão,

O coloridor

O “desbravador de floresta”

Nasceu no Rio de janeiro, em 1918. Cursou medicina durante três anos, mas abandonou e dedicou-se a pintura. Frequentou cursos de desenho na Académie de la Grande Chaumièrie, em Paris com bolsa de estudos dada pelo próprio governo francês.

O futuro engenheiro e político nasceu em 18 de junho de 1901, no Rio de Janeiro, e se formou na Escola Superior de Agronomia e Medicina Veterinária de Belo Horizonte. Ficou conhecido como "Desbravador da floresta", pois ficou encarregado pelo presidente Juscelino Kubitschek de construir a estrada Transbrasiliana (Belém-Brasília), que passaria a ligar a capital e oNorte do país. Com um machado na mão, encorajava milhares de trabalhadores a enfrentar os perigos da floresta.

Em 1958, entusiasmado com o sonho de Juscelino Kubitschek, transferiu-se para a nova capital, onde deu vazão a todo seu talento. Com Niemeyer, deu luz, cor e vida a Brasília, colaborando para as mundialmente reconhecidas formas e a inovação da capital brasileira.

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Ernesto Silva,

Israel Pinheiro,

“O Pioneiro do Antes”

O administrador.

Médico e oficial do exército brasileiro, nascido em 17 de setembro de 1914 no Rio de Janeiro, ficou conhecido como "Pioneiro do Antes". Afinal, ele foi um dos primeiros homens a vir para o Planalto Central, antes mesmo de Juscelino Kubitschek. Ao lado do Marechal José Pessoa, o médico participou da Comissão de Localização da Nova Capital Federal, entre 1954 e 1956, e presidiu a Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal.

Nascido em Minas Gerais, em 4 de janeiro de 1896, foi político e responsável pela construção de Brasília e seu primeiro administrador.

Na área de saúde de Brasília, ganhou título de Primeiro Pediatra da Capital, e, portanto, embalou as primeiras gerações de brasilienses, criação do Hospital de Base.

Israel Pinheiro foi vereador e prefeito de Caeté (MG). A partir de então, sempre esteve envolvido com projetos de desenvolvimento e, principalmente, defendendo incansavelmente a ideia da transferência da capital do Brasil para a região central. Em Brasília, seu nome está em um grande viaduto, em um centro de convenções e no Espaço Israel Pinheiro, localizado na Praça dos Três Poderes. O local tem como proposta levar a todos os visitantes a esperança de um futuro de sustentabilidade e produtividade.

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João Filgueiras,

Joaquim Cardozo,

O mestre de obras

O reinventor da engenharia

Carioca nascido em 1932, no dia 10 de janeiro, formou-se arquiteto na Universidade do Brasil. É conhecido popularmente por Lelé.

Nasceu em Recife, em 26 de agosto de 1897, apesar de ter exercido diversas profissões, foi engenheiro calculista das diversas edificações de Brasília, assim, deu formas sensíveis à arquitetura de várias edificações. Grande estudioso e conhecedor da Matemática inovou os métodos tradicionais do cálculo estrutural no Brasil. Para viabilizar as obras de palácios e monumentos precisou ousar na maneira de calcular, quebrou regras de Engenharia, como a que estabelecia o uso de no máximo 6% de barras de ferro nas estruturas de concreto. Na trama das colunas do Palácio da Alvorada, Joaquim colocou 20% de ferro e conseguiu o efeito de as colunas parecerem apenas tocar no chão. Foi intuindo e reinventando a maneira de calcular que o engenheiro possibilitou que os prédios adquirissem a beleza idealizada.

O arquiteto Oscar Niemeyer é o grande responsável pelos desenhos modernos de Brasília, mas o construtor da Capital Federal foi Lelé. Juntos, deram formas grandiosas aos principais monumentos da cidade. Ainda recém-formado, recebeu a incumbência de desenvolver e acompanhar a construção de alojamentos dos operários, e comandou, também, o projeto da Superquadra 108 Sul.

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José Aparecido,

Marechal José Pessoa,

O governador

O examinador

O primeiro governador do Distrito Federal, nascido em São Sebastião do Rio Preto, em 17 de fevereiro de 1929. Durante seu governo retomou o projeto de Lucio Costa e Oscar Niemeyer da construção de Brasília e ajudou conquistar para a cidade o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. É conhecido por ser um dos governadores que mais fez pelo desenvolvimento e progresso da capital. Preocupado com os problemas estruturais que se apresentavam, iniciou, entre outras coisas, a despoluição do Lago Paranoá, lutou pela preservação do solo e começou os estudos para a construção do metrô. Construiu a cidade-satélite de Samambaia e o Jardim Botânico.

Brasília foi construída em três anos e meio. Mas antes mesmo do início das obras, uma equipe de especialistas recebeu o desafio de localizar e preparar o terreno para a construção da nova Capital Federal. O líder da missão, marechal José Pessoa Cavalcanti Albuquerque, nascido na Paraíba em 12 de setembro de 1885, desbravou o Planalto Central de Jipe até fincar uma cruz de madeira no ponto mais alto do cerrado. O local, hoje conhecido como Praça do Cruzeiro, virou o marco da cidade e recebeu a primeira missa em homenagem aos pioneiros, em maio de 1957.

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Juscelino Kubitschek, O executor da ideia Nascido em Diamantina, no dia 12 de setembro de 1902, formado em medicina, mas conhecido por ser o vigésimo primeiro presidente do Brasil. Em 1955, Juscelino Kubitschek foi eleito Presidente do país, e tomou a decisão de realizar a mudança da capital, e, em apenas cinco anos, solidificou o que seria chamada de a maior obra do século XX, cumprindo, assim, a promessa que fizera em

Jataí, durante um comício no dia 4 de abril de 1955. No dia da inauguração da nova capital, orgulhado disse "Sinto-me satisfeito em poder proclamar que, na Presidência da República, não faltei a um só dos compromissos que assumi como candidato. Mercê de Deus, em muitos setores realizei além do que prometi, fazendo o Brasil avançar, pelo menos, cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo...".

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CAIXA PRETA DE BRASÍLIA O plano principal do urbanista e do arquiteto Por Eugênia Liberman Nas eleições de 1955, o candidato O Eixo Rodoviário formou as asas Juscelino Kubistchek prometeu em Norte e Sul. A asa Norteé composta campanha eleitoral a construção de pelas superquadras residenciais, uma nova capital para o país. No ano comerciais e de lazer. A asa Sul é seguinte, ao assumir a presidência da onde estão localizados os órgãos do república, iniciou o planejamento da governo federal, como embaixadas, nova capital com a ajuda de Oscar prédios públicos e residências oficiais. Niemeyer, o principal arquiteto da Sob o cruzamento dessas asas maioria das edificações, culpado pelo formou-se a rodoviária, por isso o eixo uso da estética modernista, e Lucio ganhou esse nome. Costa, o principal urbanista, culpado Já o Eixo Monumental, é composto pelo Plano Piloto. pela Esplanada dos Ministérios e pela URBANIZAÇÃO: Praça dos Três Poderes. Brasília é dividida em áreas para facilitar a O nome Plano Piloto é toda a área concentração de empresas da mesma construída em decorrência deste categoria, e a leste desse eixo se plano inicial, que tem seus limites encontra os setores de autarquia, definidos pelo Lago Paranoá a leste, comerciais, de diversão e o hoteleiro, pelo córrego Vicente Pires ao sul, pela além da rodoviária. A oeste se estrada Parque Indústria e o encontra o setor de esportes, a torre Abastecimento (EPIPA) a oeste, e de televisão e a Praça Buriti, onde pelo córrego Bananal ao norte. O esta a sede do Distrito Federal. plano junto e o Parque Nacional de Brasília formam o que nós conhecemos hoje por Distrito Federal O projeto do urbanista teve sua forma inspirada pelo sinal da cruz e popularmente comparada ao projeto de um avião. O urbanista partiu do traçado de dois eixos de ângulo reto, que são avenidas largas chamadas de Eixo Rodoviário, no sentido norte-sul, e Eixo Monumental, no sentido lesteoeste.

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ARQUITETURA: Seguindo as vontades do novo presidente, Niemeyer abordou em todas as suas edificações e esculturas a arquitetura moderna, ou o que podemos chamar também de estética modernista. Preocupava-se em construir prédios diferentes, que fossem ―fora da rotina‖, e que fariam os visitantes da nova capital se surpreenderem, buscando de formas claras e livres, considerando o aspecto funcional

Em suas edificações, Niemeyer não separava a estrutura resistente de sua estrutura formal, elas fundiam-se e confundiam-se. Eram resolvidas ao mesmo tempo, porque para o arquiteto era uma única coisa.

Edifício do Congresso Nacional de Brasília, foto tirada pelo grupo

Arquitetura moderna: A arquitetura moderna veio do movimento modernista que foi um conjunto de movimentos culturais da primeira metade do século XX, tinha o objetivo de ampliar os horizontes para além dos padrões acadêmicos, renovando as formas tradicionais de artes plásticas, literatura, do design, da organização social e da vida cotidiana. O principal marco do modernismo foram os gigantescos arranha-céus. No Brasil as primeiras tentativas em construções em estilo moderno apareceram na época do presidente Getulio Vargas. Porém, como não havia matéria-prima disponível no Brasil, o modernismo só foi desenvolvido depois do processo de industrialização nos anos 50 e a partir daí deslanchou, aparecendo com ele um dos maiores arquitetos, e o principal na construção de Brasília: Oscar Nieymer. As obras da maioria dos arquitetos modernistas se caracterizam pela constância de seu estilo em suas obras. Porém, o traço característico de Niemeyer é a recorrênciareutilização de soluções próprias ou de outros artistas, como foi o caso com a obra de Le Corbusier. Niemeyer desenvolveu assim um jeito próprio de fazer as suas obras,ampliando seu repertorio, adaptando e reciclando seus métodos. Com isso, suas obras parecem sempre uma inovação, mas ele nunca perde o estilo e a originalidade. 17


Foto da Catedral de BrasĂ­lia tirada pelo grupo durante a visita

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Apesar de ser modernista, Niemeyer apresenta em suas obras uma característica do neoclassicismo: a capacidade de reversibilidades, elas são aptas a mudanças de programa. Isso que dizer, que muitas delas forma construídas para abrigarem atividades que não são as quais estão abrigando atualmente e não precisaram ser reformadas ou modificadas de algum modo. Como exemplo, o edifício do Museu Oscar Niemeyer de Curitiba, que foi projetado para ser uma escola, e também foi usado por muito tempo como a sede das secretarias de Estado. Em nenhum momento o edifício precisou que sua estrutura fosse alterada. É aparente a característica de construção de Niemeyer em todas as edificações de Brasília. As curvas ousadas, o concreto, as formas, os tons de cores pouco variáveis, os pilares, todos esses são fatores que, apesar de sua simplicidade isoladamente, junta formam a identidade do arquiteto e decoram a Capital.

“Porém,

o traço característico de Niemeyer é a recorrência reutilização de soluções próprias ou de outros artistas, como foi o caso com a obra de Le Corbusier.”

A primeira foto é o edifício do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Em seguida, uma foto da parede da Catedral de Brasília ilustrando a característica principal de Niemeyer: as curvas. E por fim, o supremo tribunal federal, todas estas tiradas pelo grupo durante a viagem.

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RAÍZES DE OSCAR NIEMEYER E LUCIO COSTA Por Marcella Rauchfeld O que sempre atraiu Oscar Niemeyer Há outros muitos a fazer suas obras foi a forma planejamentos pelo mundo que tem arredondada e cheia de curvas, queria certa semelhança com as sempre inovar e fazer tudo de um jeito superquadras de Brasília. Como, diferenciado. Muitos dizem que sua Neighbourhoodunit,projetada por arquitetura era fria, a base de Clarence Perry. Um modelo de concreto, e não percebiam o quanto planejamento de esquemas para ela poderia se tornar significante para desenvolvimento residencial em áreas o Brasil. As obras de Oscar Niemeyer metropolitanas, com o intuito de atuar tem uma grande semelhança com as como um quadro de planejadores de Le Corbusier, como por exemplo a urbanos que tentam projetar bairros obra Unité d'Habitation. Niemeyer funcionais, auto-suficiente. baseou-se nessa obra a partir das Lucio Costa também tem uma superquadras de Brasília e também fez na robustez da tecnologia relação com Corbusier, convidou o moderna e demonstrando o novo arquiteto suíço para vir avaliar o esplendor de concreto bruto. Le projeto do edifício-sede do Ministério Corbusier, mais que qualquer outro da Educação, no Rio de Janeiro. O arquiteto do Movimento Moderno, projeto realizado reflete a tentativa do influenciou os arquitetos brasileiros do grupo de arquitetos brasileiros de incorporar os preceitos racionais da século XX. arquitetura corbusiana: a adoção de Outro arquiteto que tem certa relação formas simples e geométricas, o com as superquadras de Brasília é térreo com pilotis, os terraços-jardim, James Holston, que desenvolveu a fachada envidraçada, as aberturas certa pesquisa sobre Brasil e horizontais, a integração dos espaços aprensentou Brasília como o exemplo interno e externo, o aproveitamento mais acabado do urbanismo e da ventilação e luz naturais por meio ressalta que ―a superquadra, em si, só do uso de lâminas móveis e o trabalho existe em Brasília.‖ Para Holston, a com volumes puros, a partir do sua solução proporciona um cruzamento de um corpo horizontal e estranhamento à maioria de seus de um vertical. As modificações feitas moradores, afirmação baseada em pelo grupo de Lucio Costa dão origem uma detalhada descrição da estrutura a um resultado novo, fruto da social e físico-espacial da combinação entre o léxico do superquadra, na qual busca racionalismo arquitetônico demonstrar o descompasso entre o internacional e as experiências até projeto do plano piloto e a realidade então realizadas pela escola carioca. sócio-espacial do Brasília. 20


Edificio da Unité d'habitation na França, de Le Corbrusier feito em 1945

Edifício de uma superquadra de Brasília, produzido por Lucio Costa 21


Lucio Costa praticou a arquitetura neoclássica durante seus primeiros anos de trabalho, defendendo, em certos momentos, uma arquitetura neocolonial. A partir da influência de Le Corbusier, Lucio Costa rompeu com esse estilo. Fez também parceria com o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que construiu a primeira residência considerada moderna no Brasil.

Superquadra de Brasília visão aérea Holston não só se referiu as superquadras de Brasília,mais também falou sobre o plano piloto feito por Lucio Costa que,segundoJames,foi elaborado no ―intuito de espelhar para o resto do país a nação moderna que o Brasil se tornaria‖. Lucio Costa, ao elaborar sua proposta, tinha a seu dispor um variado leque de experiências modernistas idealizadas ou mesmo já construídas no exterior desde o primeiro pós-guerra, principalmente no que se refere a conjuntos habitacionais. Superquadra de Brasília

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VIDA SEM MUROS A vida em Brasília Por Letícia Machado As superquadras, inseridas numa sucessão de quadriláteros dispostos ao longo do Setor de Habitação Coletiva do Plano Piloto, são reconhecidas individualmente. Têm endereços semelhantes – letras e números que orientam e informam o seu posicionamento no desenho da cidade. O conceito de ―super-quadra‖ como extensão residencial aberta ao público, em contraposição ao de ―condomínio‖ como área fechada e privativa, foi inovador e revelou-se válido e civilizado. A asa Sul e a Norte - Ambas são formadas por Quadras, Superquadras e Entrequadras, numeradas de 201 a 216, 402 a 416, 601 a 616 e 801 a 816 na parte leste do eixão e 101 a 116, 301 a 316, 501 a 516, 702 a 716 e 901 a 916 na parte oeste do eixão. Cada Superquadra (SQS Superquadra Sul) tem edifícios de apartamentos, chamados de blocos. As SQS 100, 200 e 300, são constituídas de 11 prédios residenciais de seis andares, idealizados por Lucio Costa à imagem e concepção dos prédios haussmanianos com seis andares de Paris; nas SQS 400 (desde a SQS 402 até a SQS 416) os blocos tem 3 andares e podem existir até 20 em cada quadra; já nas Quadras 700

existem casas, exceção na SHIGS 714, onde há também blocos de apartamentos de 2 andares. Entre as Superquadras residenciais, há as Quadras Comerciais, cujas lojas, bares, restaurantes e boates atraem brasilienses de todos os bairros da Cidade. As superquadras possuem prédios exatamente com o mesmo projeto arquitetônico, a depender do Órgão da Administração Federal responsável por sua construção no início de Brasília Prédio haussmaniano: A maioria dos prédios em Paris data de 100, 200, até 300 anos. Quando foram construídos, o mundo era outro; os hábitos, os desejos e as necessidades, também. Para se ter uma idéia, a maioria dos prédios não tem elevador. Se tem, é um minúsculo elevador adaptado no vão da escada. Não têm garagem – para-se o carro nas ruas ou no estacionamento mais perto de casa (a um preço exorbitante). As escadas costumam ser inacreditavelmente tortas e estreitas.

Pilotis: Os pilotis podem ser considerados como um sistema construtivo baseado na sustentação de uma edificação através de uma grelha de pilares (ou colunas) em seu pavimento térreo. O uso dos pilotis tornou-se uma das características fundamentais daarquitetura moderna do século XX2 . 23


O acesso é livre, não há grades nem guaritas. Os prédios têm altura limitada e foram construídos sobre pilotis, para que os pedestres circulem livremente. O verde está por toda parte: nos jardins bem cultivados pela comunidade ou nas árvores frondosas que cercam os edifícios. Os carros transitam em baixa velocidade, garantindo a segurança das crianças que brincam pela região. O projeto do urbanista Lucio Costa para as superquadras residenciais trouxe qualidade de vida para os moradores da cidade e hoje resume com perfeição o espírito da capital federal. Essa nova e peculiar maneira de viver é um dos símbolos de Brasília. Em meio a tantas siglas de endereços, SQN, SQS e SQSW são letras que já entraram no cotidiano dos brasilienses. Enquanto a maioria das cidades brasileiras se refugia em condomínios fechados, as superquadras de Brasília — abertas e democráticas — estão mais valorizadas do que nunca. Ao mesmo tempo em que permite a circulação de pessoas, o pilotis dos prédios garante a visibilidade e, portanto, a segurança. Nas quadras do Plano Piloto, o ―chão é livre‖, como definiu Lucio Costa. Não há restrições de acesso, e o espaço desobstruído embaixo dos BAIRROS Menos seguros

prédios dá sensação de liberdade. Cada unidade residencial tem um único acesso para os carros, o que garante o trânsito de veículos com velocidade mais baixa. Ao lado de cada conjunto de 11 prédios, há uma rua comercial, onde a comunidade pode fazer compras e ter acesso aos serviços de primeira necessidade. A arquiteta Maria Elisa Costa, filha do urbanista Lucio Costa, afirma que o modelo de superquadra ―talvez seja uma das mais inovadoras e acertadas contribuições atuais para a habitação multifamiliar‖. Estruturalmente, uma superquadra é um conjunto de edifícios residenciais sobre pilotis, ligados entre si pelo fato de terem um acesso comum e de ocuparem uma área delimitada. ―O chão é público — os moradores pertencem à quadra, mas a quadra não lhes pertence — e é essa a grande diferença entre superquadra e condomínio‖, explicou Maria Elisa, em um texto publicado no livro Registros de uma vivência, a autobiografia de Lucio Costa.

SUPERQUADRAS Semi- autarquía

Não tem tudo que precisamos, Tudo que você precisa esta por isso as vezes temos que nos superquadra, você não precisa sair deslocar

na

As pessoas conhecem outros Isso faz com que as pessoas não saiam lugares

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―CIDADE FLUTUANTE‖ Crônica da aluna Beatriz Peixinho

“Quem nunca foi a Brasília tem a Quando falei para minha família que eu iria a Brasília, a primeira coisa que ouvi foi: ―Brasília, a cidade sem esquinas‖ ou ―A cidade das largas avenidas‖. Porém, ninguém me avisou que Brasília também era a cidade sem muros. Quando desci do ônibus para mais um dia de estudos, pude observar a Superquadra 108. Nos prédios havia um vão livre embaixo, por onde qualquer um poderia passar. A ideia de Niemeyer era fazer dos prédios lugares públicos, mas isso não tiraria um pouco da privacidade dos moradores? Não é só em Brasília que existe esse tipo de prédio. Aqui mesmo, em São Paulo, há o MASP, que foi projetado pela arquiteta modernista Lina Bo Bardi. Para ela, em cidades grandes, como São Paulo, todos os prédios deveriam ter vãos para garantir a circulação de ar. Além disso, no caso do MASP, havia também a questão de garantir que a vista da Avenida Paulista para o centro da cidade não fosse bloqueada. Talvez essa fosse a ideia de Niemeyer: fazer uma cidade arejada que não tivesse sua paisagem obstruída por blocos de cimento.

impressão de que lá só vivem corruptos que não fazem nada além de roubar”

Sobre esses espaços livres, também há as questões cultural e política. De acordo com Sérgio de Sá, jornalista e professor da Universidade Católica de Brasília, foi nesse espaço urbano público que, no final dos anos 70, o rock surgiu como uma manifestação cultural para mostrar que Brasília ―existia fora da Praça dos Três Poderes e que, além disso, estava viva‖. Esses vãos são símbolos para mostrar que o poder é público e que, em uma cidade perfeita, muros não são necessários. Quem nunca foi a Brasília tem a impressão de que lá só vivem corruptos que não fazem nada além de roubar. Mas, como disse Bianca Lumière, ―Brasília já foi mais que um aglomerado de prédios, funcionários públicos e escândalos.‖. Ela já foi um sonho utópico de pessoas que acreditaram que uma cidade poderia flutuar, e que, para isso, as construções não poderiam tocar o chão mais do que o necessário. E, portanto, quem aceita viver nessa cidade, deve aceitar ter parte da sua privacidade comprometida pela concretização desse sonho.

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BRASÍLIA DEPOIS DE CONSTRUÍDA Apesar da belíssima arquitetura, a cidade apresenta problemas como outra qualquer Por Laura Brayner Construída em três anos e dez meses, Brasília é definida como uma obra urbanística que sintetizou as idéias e os projetos, sobre a mudança da capital, e que aparentava ser utópica. Porém, o seu grande arquiteto Lucio Costa, falhou ao projetar uma cidade para apenas 500 mil habitantes, sem imaginar que ela, hoje, abriga aproximadamente 2,6 milhões. No planejamento do projeto do Plano Piloto da cidade de Brasília, vieram pessoas de várias regiões do país em busca de melhores condições de vida, deslumbrados pela possibilidade de trabalho e atraídos pela proposta de uma remuneração melhor. Assim, a cidade recebeu sotaques, cultura e costumes de indivíduos que vinham de todas as regiões do Brasil. O que não sabiam é que não teriam espaço dentro do Plano Piloto. O projeto não incluía espaço e moradia para os milhões de operários que migraram para onde, hoje, é a capital do Brasil.

Ao lado do Congresso Nacional, cidadãos protestam por uma Brasília, e um Brasil melhor. Foto tirada pelo grupo

Dessa forma os trabalhadores foram à procura de lugares para instalarem-se. Assim, com a capital já ocupada por trabalhadores do governo e pela elite brasiliense, tiveram que se instalar nas zonas periféricas, originando as cidadessatélites. Segundo o IBGE, o IDH do Distrito Federal é 0,844 e o das cidades-satélites é de 0,713, o que é uma diferença muito significativa. A pobreza extrema desses locais se dá por uma forte concentração de investimento e renda na capital, deixando as cidades-satélites sem recursos. Um efeito disso é uma grande diferença do IDH (Índice de desenvolvimento Humano) entre o Distrito Federal e as cidades ao redor.

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Brasília é uma das poucas cidades do mundo que foi projetada e, por isso, tinha tudo para ser uma cidade ideal. No entanto, apresenta diversas falhas, da mesma forma que ocorre em São Paulo e no Rio de Janeiro. Cabe a nós refletir por que isso ocorreu e balancear o que deve ser mais relevante: a arquitetura e a beleza ou o crescimento e a qualidade de vida da população?

As falhas nos levam a questionar sobre outro aspecto, também ligado a qualidade de vida da população de Brasília: a desigualdade. Elas afetam principalmente a população das áreas periféricas do Plano Piloto, áreas que sofrem ausência de investimento e que não estavam no planejamento de Lucio Costa. Essa desigualdade ficou clara quando comparamos a opinião de uma moradora do Plano Piloto e uma que trabalha no Plano Piloto, mas mora em uma Cidade Satélite.

Congestionamento que ocorre no dia a dia dos brasilienses

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Além de Brasília existem outras cidades que foram planejadas ao redor do mundo. Goiânia

Por Marcella Rauchfeld e Eugênia Liberman

Localizada no centro do seu estado, foi planejada e construída para ser a capital política e administrativa de Goiás sob influência da Marcha para o Oeste, política desenvolvida pelo governo Vargas para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste brasileiro. Sofreu um acelerado crescimento populacional desde a década de 1960, atingindo um milhão de habitantes cerca de sessenta anos depois de sua fundação. Desde seu início, a sua arquitetura teve influência do Art Déco, que definiu a fisionomia dos primeiros prédios da cidade. Situa-se no Planalto Central e é um importante polo econômico da região, sendo considerado um centro estratégico para áreas como indústria, medicina, moda e agricultura. Goiânia destaca-se entre as capitais brasileiras por possuir o maior índice de área verde por habitante do Brasil e, também, do mundo.

Tel Aviv,Isreal Oficialmente fundada no dia 11 de abril de 1909, Tel Aviv – que tem o significado de Colina da Primavera - é fruto da obstinação de um grupo de judeus vindos da Europa Oriental. Queriam construir na terra de seus ancestrais, uma cidade moderna, símbolo vivo do sonho sionista. Sem sombra de dúvida, o nascimento de Tel Aviv teve grande impacto na história de Israel, pois desde os seus primeiros anos a cidade surgiu como centro urbano e contou com investimentos privados que garantissem o seu desenvolvimento. Tal formato era diametralmente oposto ao modelo tradicional das comunidades agrícolas sionistas, oskibutzim, fundadas segundo a visão socialista de vida comunitária. Hoje é a maior cidade de Israel, contando com uma população que ultrapassa um milhão e meio de habitantes, é também um dos maiores centros de negócios da região.

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Chicago, Estados Unidos No de ano de 1871, ocorreu um grande incêndio que começou em um estábulo e terminou destruindo o coração da cidade estadunidense. O incêndio acabou com grande maioria das edificações era feita de madeira. O fogo se alastrou rápido, destruindo cinco km² da área central, deixando 300 mortos e um terço da população sem ter onde morar. Aquela noite significou a ruína e a glória de Chicago. A cidade, que já estava em fraco crescimento, ganhou ainda mais subsídios para sua reconstrução. O que ninguém imaginava era o tamanho da ousadia de engenheiros e arquitetos, que aproveitar uma oportunidade para criar alguns dos edifícios mais altos do mundo.

A reconstrução de Chicago transformou a cidade em referência na arquitetura. A cidade ganhou prédios com mais de 50 andares, estrutura metálica como esqueleto e a pele de vidro em traços retos e simples: "Menos é mais", dizia Van der Rohe, o arquiteto encarregado da reconstrução da cidade. Mesmo após trinta anos de incêndio, Chicago inova. A maioria dos antigos arranha-céus foi substituída por outros ainda maiores e a cidade parece estar numa constante reconstrução.

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FICHA TÉCNICA Editora de fotografia: Laura Brayner; Editora chefe: Eugênia Liberman; Redatoras: Eugênia Liberman, Gabriela Perez, Laura Brayner, Letícia Machado, Marcella Rauchfeld; Redatora chefe: Letícia Machado; Diagramador: Marcella Rauchfeld; Editor executivo: Gabriela Perez.

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