

Depois de conhecer Mensagem, de Fernando Pessoa, e imbuídos do espírito subjacente à conceção desse poema épico-lírico, os alunos criaram poemas para celebrar personalidades mais recentes da História de Portugal, do Brasil e de Cabo Verde.
Estes são poemas em que o “eu” reflete emotivamente sobre o significado de cada figura e das suas ações.
Algumas das ilustrações foram geradas por Inteligência Artificial.
Cada poema foi lido na Biblioteca Escolar em articulação com o projeto “Leituras para o bem-estar” .
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Fernando PessoaBeatriz Ângelo
Fez ouvir o seu apelo
Em tempos de tristeza, ela há de brilhar
No palco da História, nos há de guiar
Na voz da justiça, fez-se mulher
O seu princípio era acolher
Em Portugal ecoa a sua memória
Carolina, à procura de glória
Já Deus a predestinou
Como a nós, para aplaudir, nos chamou
No voto quebrando as correntes da História
És, Carolina, pátria e memória
Oh! Tu que rompeste o caminho,
Onde se avistam já milhares
Trazias no peito a determinação de todas as mulheres
Ao sonhar, atravessaste vastos pilares.
Deu-me Deus as suas medidas
Para tal construção
Desde prémios e glória
Sagrou-me esta visão
No horizonte de linhas retas
Desenho o meu invisível ser
Com cada traço que minh’alma completa
Vejo Portugal renascer!
Pessoa com os seus versos imortais
E eu a moldar espaços com cortesia
Damos traço à história do país
Eternizando na pedra a nossa poesia
Entre sombras e luzes projeto o sonho
Que do solo fértil irá emergir
Puseste-me, oh Deus, nas minhas mãos sensíveis
A planta que há de florir!
Ana Inês e Beatriz Domingues
Imagem gerada por Inteligência Artificial a partir do poema apresentado.
Diogo Ribeiro
Nas águas vastas, Diogo se lança, audaz,
Destreza e força, na natação ele traz.
Como um deus do Olimpo, desliza e vence, Em busca da glória sua essência se enaltece!
Assim como em criança um casulo violeta, Também nos Mundiais se torna borboleta.
Seu exemplo ressoa, como um guia a seguir, Diogo Ribeiro, no mundo, um eterno a existir.
Nas linhas que desenhou, um legado se fez?
Para as gerações futuras, representou talvez.
Herói voluntário, nas páginas da História
Sua arte sublime ecoa em memória.
Numa dança fluída, na água ele desliza,
Assim como os deuses na obra que visualiza.
Ambos conquistam, em seu próprio domínio,
A excelência em ação, um feito divino
Aléxia e Ana LuísaMãe, foste heroína desbravaste o invisível o pincel ergueste o fatal pintaste
Os que veem o que pintas a consciência despertam a beleza grotesca pela arte observam
A tua verdade desenha almas certa do que não o é a tua força na tela e a tela como força.
É invejada a garra que Deus te deu!
“Leituras para o bem-estar”
Paula Rego (1935-2022) Neuza e RaquelNota prévia:
O Zumbi dos Palmares (1655-1695) foi o último líder - e também o de maior relevância histórica - do Quilombo dos Palmares. Durante o Brasil colonial, os quilombos eram comunidades formadas por africanos que fugiam da escravatura.
Zumbi dos Palmares
Ó Zumbi dos Palmares!
Que nos protegia do perigo vindo dos mares
Que com ferocidade e estratégia militar
Lutou até sua cabeça voar
A sombra que contra ti brigou
Até hoje não se acalmou,
Mas a vontade que em vida tentou espalhar
O sepulcro não conseguiu aprisionar
O testemunho é a sua nobre missão
Que pretende nos libertar da opressão,
Contra a sombra ainda me oponho
Seguindo seu ilustre sonho.
“Leituras para o bem-estar”
LucasMaria de Lourdes Pintasilgo
Em tempos violentos
Luz que guia em mares desiguais,
De São Bento a primeira
Defendeu direitos, ergueu ideais
Entre os demais, ela se destacou
Com sua voz firme, forte, feminina
Nos corredores do poder fez ecoar
Os valores da verdade, sem hesitar.
Bruna e Lara
Maria de Lurdes Pintasilgo (1930-2004)
“Leituras para o bem-estar”
Gago Coutinho
Almirante da Marinha Portuguesa com bravura o céu desafiou, Portugal que és nevoeiro um clarão de nuvens rasgou.
Até ao Brasil voou Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Salvador no centenário, numa travessia, inovador.
Deus me deu as asas, profeta do horizonte. Lusitânia da atmosfera e dos mares, não me canso de voar?
Ó terras do Oeste, o sonho é ver as formas invisíveis do ar quente e húmido de movimentos de esperança e vontade.
Beatriz Magalhães e Madalena
Gago Coutinho (1869 – 1959
Amália Rodrigues
Da alma és o palco do fado,
No céu ergues a voz do transcendente
Única, espalhando universalmente
Melodias de amor, dor e esplendor.
Fado que embala alma lusitana,
Voz que ecoa a saudade
Lágrimas de histórias que o tempo não apaga,
Seu canto ode à eternidade que alaga.
E o coração se entrega à luz,
Entre as pedras de Lisboa, ela ergue
Para as gerações futuras, ela surge,
Em farol, guia e inspiração.
Messias da harmonia,
Pioneira sem igual
Consciente da sua dádiva
Amália, rainha imortal.
Ilustração gerada por Inteligência Artificial (Copilot) a partir da seguinte prompt: peço uma imagem ao estilo de Miró para ilustrar o poema a Amália Rodrigues.
Sofia, Joana e Simão
Sá Carneiro
Audaz, sim, audaz porque quis grandeza
Em nome de Portugal!
Um avião cortou-me as asas,
Mas do chão de Camarate
Se elevou o meu nome imortal.
Dentro de mim, vi o futuro pátrio
E ainda hoje permaneço a guiar
Mostro o caminho para governar
Mas, Senhor, muito falta para o país triunfar!
“Leituras para o bem-estar”
Milene e SimoneRosa Mota
Na terra banhada pelo Douro
Nasceu uma portuguesa campeã,
Em terras distantes buscou o ouro
Que traz ao peito como um talismã.
Correndo pelas longas pistas do mundo
Incansável na sua busca pela glória.
Despertando em Portugal um orgulho profundo, Quando alcançou no Olimpo a vitória.
Em cada maratona, um recorde a alcançar, Atenas, Los Angeles, Seul: fez-se história.
Nas pistas, um raio de Luz a brilhar
Na vida, uma heroína de eterna memória.
“Leituras para o bem-estar”
Beatriz Silva e Leonor Rosa Mota (1958 -)Aristides Sousa Mendes
Em tempos de sombra e desvario
O cônsul de Bordéus ergueu-se divino
Pelos portões de Portugal, ele abriu o caminho
Ignorando as fronteiras, o medo e o desalinho
Com vistos em mão, esperança ele concedeu,
Promessas de socorro como fuga do terror.
Ilustração gerada por Inteligência Artificial (Copilot) a partir da seguinte prompt: “Peço uma ilustração do poema dedicado a Aristides de Sousa Mendes, com o estilo de Picasso”
Diana Penalva e LetíciaJoana Vasconcelos
Uma auréola que a cerca
Faz nascer cada instalação artística
Leva nos ventos a Alma de Portugal
E consigo traz património cultural.
Cada peça artística
É uma luz-clarão
Põe a nu
A mulher portuguesa.
Deixa emergir a sua voz
Ativa, combativa contra as injustiças diz
Não.
“Leituras para o bem-estar”Catarina e Tiago
José Bonifácio Andrada e Silva
No livro pátrio dos heróis, teu nome é como um louvor foste ponte sobre o atlântico, Atravessaste-o sem nenhum pudor.
A descoberta do lítio, livre-arbítrio para os tempos futuros um novo líder político.
Reluz um grandioso exemplo, rigor imenso de um José Bonifácio, herói na sua trilha, e em cada palavra ressoa Pessoa.
Com denso respeito e admiração, sua memória brilha em meu coração.
Anna Karol, Rodrigo e Sandra
“Leituras para o bem-estar”
José Bonifácio Andrada e Silva (1763-1838)
Cesária Évora
Em cada verso sua história brilha
No calor da Morna, o coração aquece
Cantando saudade, saudade, saudade, a dor que se instala.
Aos palcos do mundo a voz
Foi levada pelo vento
Cesária, eco que flui
Orgulho de Cabo Verde!
Entre saudade e melodia triste
Enraizou a sua identidade
Cesária Évora: ó imortal poesia!
Deus a recebeu, mas a sua alma persiste.
Cesária Évora, a eterna diva dos pés descalços
Levitson
Nasceu na ilha da madeira
Para ser o melhor da terra inteira.
De uma família muito pobre
Um trajeto que ninguém esperou
Da floresta Laurissilva
O ramo mais verdejante despontou
Te entendemos como Laudatório
De uma nação ressurgida
Pelas suas tarefas empreendidas
Tomando-o como honorário
Tal como a Fénix renasce das cinzas
Tu, Ronaldo, renasceste, recuperaste a grandiosidade de Portugal!
Para as gerações vindouras
És Luz, farol inspiracional.
Guilherme e Xavier